domingo, 31 de julho de 2011

Oxi, droga mais letal que crack, provoca epidemia de vício pelo país

Um derivado da cocaína está provocando uma epidemia de vício na capital do Acre, Rio Branco, e está se espalhando pelo país. De acordo com reportagem em cinco páginas publicada na edição deste domingo do jornal "O Globo", a droga chamada de oxi é consumida e procurada por jovens e crianças de todas as classes socioeconômicas do estado da Região Norte. É possível ver viciados perambulando em todas as regiões da cidade.

O nome é uma abreviação de "oxidado": trata-se de uma mistura de base livre de cocaína e combustível (como querosene ou gasolina). É semelhante ao crack por ser uma pedra branca fumada em cachimbo, que custa mais barato e mata mais rápido. A droga veio da Bolívia e do Peru e entrou no Brasil pelo Acre. Há relatos de que o oxi já tenha deixado viciados nos outros estados da Região Norte e também em Goiás, Distrito Federal, em alguns estados do Nordeste e em São Paulo (nas regiões conhecidas como "cracolândia"). Existe a suspeita de que a pedra já pode ser localizada no Rio de Janeiro, mas a polícia não tem registro de apreensões.

Especialistas ouvidos pelo jornal informam que o derivado tem o poder de dependência no primeiro uso, causando efeitos devastadores no organismo humano: doenças no sistema renal, emagrecimento, diarreia, vômitos e até perda de dentes, por conta do processo corrosivo provocado pela presença dos combustíveis na composição do oxi. A reportagem também ouviu depoimentos de viciados em luta pela recuperação em Rio Branco.

"Você usa oxi uma vez, e quer usar duas, cinco, dez, vinte vezes. Com a droga, fiquei viciado também em jogo", afirmou Irivan Lima do Nascimento, de 25 anos. Ele diz que chegou a traficar e perder quatro motos oferecidas pelo pai (que é fazendeiro), tudo por conta do vício.
 
Sidney Rezende

Nenhum comentário:

Postar um comentário