segunda-feira, 12 de outubro de 2015

3,1% das espécies de sapos já foram extintas


Desde os anos 70, a população de sapos se encontra em declínio. Novo estudo publicado em "Proceedings of the National Academy of Sciences" anuncia que pelo menos 3,1% das espécies de sapos foram extintas, e que outros 6,9% podem desaparecer no próximo século.

John Alroy, biólogo da Universidade Macquarie, na Austrália, e autor do estudo, computou as probabilidades de extinção de espécies de sapos do mundo inteiro ao criar um modelo estatístico baseado na frequência de avistamento e na última data de avistamento.

Os sapos correm risco por causa de uma série de fatores, incluindo epidemias provocadas por patógenos como o fungo B. dendrobatidis, desflorestamento, espécies invasoras e mudança climática.

Uol

Angus Deaton vence o Prêmio Nobel de Economia


Angus Deaton venceu o Prêmio Nobel de Economia 2015. A justificativa foi "sua análise do consumo, pobreza e bem-estar", que ajudou governos a melhorar suas políticas por meio de ferramentas como pesquisas residenciais e alterações tributárias. O anúncio foi feito na manhã desta segunda-feira (12) em Estocolmo, na Suécia.

Deaton é cidadão britânico e norte-americano. Nasceu em 1945 em Edimburgo, na Escócia. PhD em economia pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido, ele é professor de economia e relações internacionais na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, desde 1983.

O Nobel de Economia tem uma recompensa de 8 milhões de coroas suecas (US$ 950 mil, o equivalente a mais de R$ 3 milhões).

A Academia Real de Ciências da Suécia disse que o trabalho do microeconomista tem tido grande influência na formulação de políticas públicas, auxiliando, por exemplo, a determinar como grupos sociais diferentes são afetados por mudanças específicas em tributação.

"Para projetar uma política econômica que promova o bem -star e reduza a pobreza, devemos primeiro entender as escolhas de consumo individuais", disse o corpo premiações ao anunciar o prêmio. "Mais do que ninguém, Angus Deaton tem reforçado esse entendimento."

"Ao vincular as escolhas individuais detalhadas e resultados agregados, sua pesquisa tem ajudado a transformar os campos da microeconomia, macroeconomia e economia do desenvolvimento", destacou ainda a justificativa da Academia Real das Ciências da Suécia.

O trabalho pelo qual Deaton foi premiado é baseado em três questões centrais: como os consumidores distribuem seus gastos entre diferentes bens? Quanto da renda da sociedade é gasto e quanto é poupado? Como podemos medir e analisar melhor o bem-estar e a pobreza?

Reação do premiado
 
Em seus primeiros comentários públicos depois que recebeu o Nobel, Deaton declarou que, embora a pobreza extrema tenha diminuído drasticamente nos últimos 20 a 30 anos e ele espere que essa tendência se mantenha, não quer parecer um "otimista cego".

O economista afirmou que passa "muito tempo explicando que o mundo está-se tornando um lugar melhor", mas que "ainda há muito o que fazer".

Ele afirmou ter sido surpreendido pelo telefonema informando que tinha sido o vendedor do Nobel 2015.
"Sabia que meu nome estava na lista, mas há muitos nomes nesta lista, e nunca pensei que fosse provável receber o prêmio", declarou durante uma coletiva de imprensa na Universidade de Princeton.

Estudos sobre consumo
 
Segundo os estudos de Deaton, avaliar a distribuição de gastos dos consumidores é importante não apenas para explicar e prever padrões de consumo, mas também para avaliar a forma pela qual reformas políticas, como mudanças em impostos, afeta o bem-estar das pessoas em diferentes grupos sociais.

Nos anos 80, o professor desenvolveu o "sistema de demanda quase ideal", como forma de estimar como a demanda por cada mercadoria depende do preço de todos os produtos e rendimentos individuais.

Renda gasta e poupada
 
Para explicar a formação de capital e as magnitudes dos ciclos de negócios, é necessário entender a interação entre renda e consumo ao longo do tempo, destacou a Academia Real das Ciências da Suécia. Em estudos realizados nos anos 90, Deaton apontou que a teoria de consumo prevalecente não poderia explicar as relações reais do assunto se o ponto de partida fosse a renda e o consumo agregados.

Em vez isso, segundo o professor, deve-se analisar como as pessoas adaptam seus hábitos de consumo à sua renda individual, que flutua de maneiras diferentes.

De acordo com a Academia sueca, essa pesquisa demonstra claramente que a análise de dados individuais é a chave para para desembaraçar padrões em dados agregados, com uma abordagem que desde então se tornou amplamente adotada na macroeconomia moderna.

Bem-estar e pobreza
 
Em suas pesquisas mais recentes, Deaton destaca como medidas confiáveis de níveis individuais de consumo das famílias podem ser usadas para discernir mecanismos por trás do desenvolvimento econômico. O estudo aponta que há "armadilhas" quando se compara a extensão da pobreza em diferentes épocas e locais.

A análise de Deaton exemplifica como o uso inteligente de dados domiciliares pode lançar luz sobre questões como as relações entre renda e consumo de calorias, além da extensão da discriminação de gênero nas famílias.

Segundo a Academia sueca, o foco de Deaton em pesquisas domiciliares ajudou a transformar a economia do desenvolvimento de um campo teórico com base em dados agregados em um campo empírico com base em dados individuais detalhados.

G1

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Japão vai ter maior sistema de armazenamento de energia solar do mundo


A empresa japonesa Mitsubishi Electric vai construir em Fukuoka (no Sul do Japão) o maior sistema de armazenamento de energia solar do mundo, com capacidade de 50 mil kilowatts, confirmou nesta quarta-feira, 24 de junho, a agência noticiosa espanhola EFE.

O projeto, encomendado pela companhia elétrica japonesa Kyushu Electric Power e que conta com financiamento estatal, consistirá em uma rede de baterias, que ocupará extensão de 14 mil metros quadrados na localidade de Buzen e será capaz de fornecer eletricidade a 30 mil habitações.

O Japão tem como meta aumentar a produção de energias renováveis, de 22% a 24% do total, até 2030. O sistema permitirá armazenar o excesso produzido por fábricas de energia solar e oferecer um abastecimento estável, mesmo de noite ou quando baixa a produção devido a condições meteorológicas, explicou à EFE um porta-voz da Mitsubishi.

Maior do mundo

Uma vez construído, durante este ano, será o maior sistema de armazenamento do tipo em todo o mundo, segundo a mesma fonte, que assinalou existirem instalações semelhantes na Itália e em outros países asiáticos, mas de menor capacidade.

O Japão tem como meta aumentar a produção de energias renováveis, de 22% a 24% do total, até 2030, praticamente duplicando o nível atual.

* Publicado originalmente no site EcoD.

Fonte: Envolverde.

Vacina contra dengue tem aprovação de comissão de biossegurança


A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou, nesta quinta-feira (8), a liberação comercial da vacina contra dengue desenvolvida pela farmacêutica Sanofi Pasteur. Esta é uma das autorizações necessárias para que o produto seja lançado no Brasil. A empresa ainda aguarda a concessão do registro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que está analisando os documentos que foram apresentados pela farmacêutica em março.

A vacina teve de ser submetida à avaliação da CTNBio porque contém organismos geneticamente modificados (OGMs): ela combina o vírus da febre amarela com a parte dos vírus da dengue que provocam a resposta imune em quem recebe a vacina.

A comissão avaliou o produto apenas no que se refere à sua biossegurança. Esta foi a primeira vez que a comissão aprovou a liberação comercial de uma vacina desse tipo para humanos. O pedido de aprovação da vacina foi submetido à CTNBio em junho e tramitou em regime de urgência.

De acordo com a médica Sheila Homsani, gerente do departamento médico da Sanofi Pasteur, a conclusão da análise da vacina pela Anvisa é esperada para o fim do ano ou início do ano que vem. O produto já foi submetido à análise de órgãos regulatórios de 20 países, segundo Sheila.

Eficácia contra dengue
 
Estudos clínicos demonstraram que a vacina foi capaz de reduzir em 60,8% o número de casos de dengue em um estudo que envolveu quase 21 mil crianças e adolescentes da América Latina e Caribe. Em outro estudo, feito com mais de 10 mil voluntários da Ásia, a vacina conseguiu reduzir em 56% o número de casos da doença.

Outro estudo, feito a partir de uma análise combinada dos testes clínicos na Ásia e na América Latina, concluiu que a vacina é mais eficaz a partir dos 9 anos de idade. A partir dessa faixa etária, a vacina é capaz de proteger 66% dos indivíduos contra a dengue.

Mortes por dengue batem recorde
 
Nos oito primeiros meses de 2015, o número de mortes causadas pela dengue no país em 2015 foi de 693, e já constitui o maior índice anual desde que a doença começou a ser monitorada em detalhes, em 1990. O recorde anterior havia sido atingido em 2013, com 674 mortes.

Em 2015, foram registrados 1.416.179 casos prováveis de dengue no país (casos notificados com exceção dos descartados) até 29 de agosto. A incidência média da doença até agora para 2015 no país é de 699 casos por 100 mil habitantes. O número de casos de dengue até o fim de agosto quase ultrapassou o recorde registrado em 2013, quando o país teve 1.452.489 ocorrências da doença.

Ainda não há vacina contra dengue aprovada
 
Até o momento, não existe nenhuma vacina contra dengue aprovada no mundo. A vacina da Sanofi Pasteur é a que está em fase mais adiantada. Os documentos para registro do produto foram submetidos à Anvisa em março e a expectativa é que a agência conclua a análise até o fim do ano.

Mas existem outras iniciativas de desenvolvimento da imunização contra a dengue, inclusive por instituições brasileiras. O Instituto Butantan, em parceria com os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH), desenvolvem um desses projetos. A CTNBio já aprovou, em agosto, a realização de testes clínicos de fase 3 com esta vacina.

Já a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está envolvida em dois projetos. A farmacêutica japonesa Takeda também está na corrida pelo desenvolvimento de uma vacina contra dengue.

G1 

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Relatores da ONU querem suspensão imediata do uso de pesticidas perigosos na agricultura


Relatores especiais das Nações Unidas emitiram, nesta segunda-feira (28), um apelo à comunidade internacional, solicitando que seja suspenso, imediatamente, o uso de pesticidas na produção de alimentos. A mensagem é direcionada às lideranças políticas e representantes do setor privado que se reúnem nessa semana, em Genebra, na 4ª Conferência Internacional de Gestão de Substâncias Químicas (ICCM).

“Os riscos são particularmente graves em países em desenvolvimento, muitos dos quais importam pesticidas altamente perigosos apesar de terem sistemas inadequados para diminuir os riscos”, afirmou o relator especial da ONU para os direitos humanos e substâncias e resíduos perigosos, Baskut Tuncak.

Segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o uso dessas substâncias pode provocar câncer e efeitos tóxicos crônicos. De acordo com Tuncak, ações concretas para reduzir a utilização dos pesticidas perigosos não foram realizadas nos últimos anos, mesmo com o estabelecimento pela Cúpula da Terra, em 2002, de parâmetros para garantir sua eliminação.

A relatora especial da ONU para o direito à alimentação, Hilal Elver, destacou os riscos tanto para os consumidores, quanto para os produtores. “Frequentemente, os resíduos desses pesticidas perigosos são encontrados na comida que consumimos e isso impede o direito individual de ter acesso à alimentação segura e saudável. A exposição é particularmente séria para agricultores e suas famílias. Crianças são expostas às substâncias pelo leite materno”, destacou.


Informações da ONU Brasil, in EcoDebate

Agricultura orgânica deve crescer entre 20% e 30% no próximo ano


O Ministério da Agricultura divulgou, na quarta-feira (30), números sobre o mercado de orgânicos no País. Em 2014, a agricultura orgânica movimentou cerca de R$ 2 bilhões e a expectativa é que, em 2016, esse número alcance R$ 2,5 bilhões, segundo o setor.

Os produtos de orgânicos agregam, em média, 30% a mais no preço quando comparado aos produtos convencionais, de acordo com analistas do setor. Segundo Jorge Ricardo de Almeida Gonçalves, da Coordenação de Agroecologia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a formação de preços depende especialmente do gerenciamento da unidade de produção, do canal de comercialização e da oferta e demanda dos produtos.

“Normalmente, os valores dos orgânicos são mais elevados que os dos produtos convencionais por terem uma menor escala de produção, custos de conversão para adequação aos regulamentos e processos de reconhecimento de sua qualidade orgânica”, assinala Jorge Ricardo.

Na sua avaliação, o produtor de orgânicos ainda carece de crédito diferenciado e de tecnologias e assistência técnica, além de infraestrutura e logística adequadas às características da produção e do mercado de orgânicos.

Atualmente, há 11.084 produtores no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos, gerenciado pelo Mapa. O banco de dados é liderado pelos estados do Rio Grande do Sul (1.554), São Paulo (1.438), Paraná (1.414) e Santa Catarina (999). Veja tabela abaixo.

A área de produção orgânica no Brasil abrange 950 mil hectares. Nela, são produzidas hortaliças, cana-de-açúcar, arroz, café, castanha do brasil, cacau, açaí, guaraná, palmito, mel, sucos, ovos e laticínios.

O Brasil exporta para mais de 76 países. Os principais produtos exportados são açúcar, mel, oleaginosas, frutas e castanhas.

Normatização

A legislação brasileira estabelece três instrumentos para garantir a qualidade dos alimentos: a certificação por auditoria, os sistemas participativos de garantia e o controle social para a venda direta sem certificação.

Os agricultores que buscarem a certificação por auditoria ou participativa poderão utilizar o selo oficial nos seus produtos. O selo é fornecido por organismos de avaliação de conformidade credenciados pelo Ministério da Agricultura. Eles são os responsáveis pelo acompanhamento e fiscalização dos produtos.
Os grupos de agricultores familiares que quiserem atuar na venda direta recebem uma declaração de cadastro emitida pelo Mapa.

O governo federal tem estimulado, em parceria com entidades públicas e privadas, a difusão da agricultura orgânica com cursos de capacitação, promoção de feiras orgânicas para o escoamento dos produtos e certificação da produção. A certificação garante a origem e a forma produtiva do alimento que chega ao consumidor, atestando que a produção está em harmonia com o meio ambiente.

Sistemas

Os produtores de orgânico destacam que a atividade tem impacto ambiental positivo, como a ampliação dos ecossistemas locais e a redução do aquecimento global.

A prioridade desse sistema é empregar matéria orgânica e adotar boas práticas que harmonizem os processos biológicos. Os produtos orgânicos são provenientes de sistemas baseados em processos naturais.
As técnicas para obter o produto orgânico incluem manejo da matéria orgânica, uso de adubação verde e biofertilizantes, consórcio e a rotação de culturas, emprego de sementes crioulas ou de variedades mais resistentes e adaptadas e utilização de controle fitossanitário biológico, mecânico ou cultural. Estes fatores garantem a qualidade dos alimentos orgânicos.

Fonte: Portal Brasil

domingo, 4 de outubro de 2015

É seguro reutilizar garrafa plástica de água?


Qual foi a última vez que você lavou sua garrafinha de plástico usada para tomar água? Essa mesma, que você usa para levar à academia ou ao parque, durante um passeio com as crianças? Ou a que fica na sua bolsa ou no seu carro por semanas.

Mas é seguro reutilizar essas garrafinhas? Há muitos mitos sobre essa prática. Abaixo, listamos o que é correto e o que não faz bem.

Há riscos de contaminação por compostos químicos?

Um dos mitos que circulam na internet é que as garrafas de plástico podem liberar na água componentes tóxicos para a saúde.

"Em termos gerais, não há problemas de segurança para a saúde reutilizar essas garrafas", disse Ana Trancoso, professora de Nutrição e Ciências Alimentares da Universidade de Sevilha, na Espanha, à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC.

No entanto, há matizes interessantes nesse sentido, que convém ser analisadas.

A polêmica do BPA ou Bisfenol A

Segundo especialistas, está provado cientificamente que os recipientes de plástico duro a base de policarbonato, que contém o aditivo chamado Bisfenol A (ou BPA), podem, sim, liberar esse composto.

Um estudo feito pelo centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA concluiu que mais de 90% dos americanos trazia essa substância na urina.

Em nosso cotidiano, estamos expostos ao BPA a todo momento, já que ele é usado para fabricar recipientes, mas também latas de alimentos e bebidas, além de recibos, extratos bancários, CDs, etc.

O que acontece, segundo a professora, é que a quantidade dessa substância liberada em garrafas é tão pequena que muitos órgãos reguladores de saúde não a consideram um perigo.

Mas, como ainda estão sendo conduzidos estudos sobre o assunto, por precaução, muitos países proíbem que mamadeiras contenham Bisfenol A.

No Brasil, a Anvisa proíbe a importação e a fabricação de mamadeiras com BPA desde 2012. Para as demais aplicações, o uso do composto é liberado.

Também está comprovado que esse tipo de plástico com BPA, se submetido a altas temperaturas, acaba multiplicando a liberação do composto. Mas as garrafas de plástico flexíveis conhecidas como PET não utilizam BPA.

Risco verdadeiro: um ninho de bactérias

Os especialistas concordam sobre o fato de que o maior risco para a saúde associado à reutilização de uma garrafa plástica está no nível microbiológico.
Por um lado, seu uso repetido pode causar rachaduras ou furos no plástico. "Sua resistência foi pensada para um único uso", lembra Ana Trancoso.

E essas falhas no material são um ótimo lugar para abrigar bactérias - o que pode ser um risco para a saúde.

Por outro lado, a menos que essas garrafas sejam lavadas regularmente, seu reúso acarreta uma contaminação bacteriana, com micro-organismos vindos da nossa própria boca, das nossas mãos ou mesmo da exposição ao meio ambiente.

Um estudo de 2002 publicado na revista especializada Canadian Journal of Public Health analisou amostras de 76 garrafinhas de água usadas por estudantes do ensino primário.

Algumas delas estavam sendo utilizadas por meses sem ser lavadas. E dois terços delas tinham níveis bacterianos que excediam o limite recomendado para água potável.

Segundo a professora, devemos considerar a garrafinha como qualquer outro item de nossa cozinha, sempre a lavando depois do uso.

A Associação Nacional de Empresas de Águas Envasadas da Espanha não recomenda reutilizar as garrafas.

"Se você bebeu diretamente da garrafa e se a encheu repetidas vezes com outro tipo de líquido ou alimento, o interior desse recipiente já não mantém mais suas condições iniciais de total assepsia, podendo, inclusive, ser contaminada com micro-organismos e bactérias", disse a organização.

Assim, se você insistir em reutilizar sua garrafinha, ao menos siga essas recomendações para minimizar os riscos: antes de usá-la, garanta que não há rasgos ou furos e a lave com um detergente suave depois de usada.

Uol

Projeto recupera 55 nascentes em ação contra a seca no Sertão de AL


Diante do agravamento da crise hídrica no Brasil, com proporções mais acentuadas na região Nordeste, assegurar água para o consumo humano, animal e para a agricultura em condições adequadas e com periodicidade regular tornou-se um desafio cada vez maior no semiárido alagoano.

A seca em estágio extremo avança no estado já afeta 14 municípios da região do semiárido. Dados do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), expõem que o fenômeno da desertificação compromete a vida de 26% da população que vive no Sertão.

É neste cenário, em que áreas correm risco de desertificação, que uma Organização Não Governamental está desenvolvendo o projeto Renas-Ser, para recuperar nascentes de uso coletivo no semiárido alagoano.
No primeiro ciclo do projeto, a Organização de Preservação Ambiental (OPA) mapeou 716 nascentes no Alto Sertão e conseguiu recuperar 55 delas em dois anos, nos municípios de Água Branca, Pariconha e Mata Grande.

As medidas adotadas para a recuperação dos mananciais foram a limpeza e o cercamento da área para evitar a entrada de animais, o reflorestamento do entorno e a intervenção na saída do líquido, para que a água que antes era colhida direto da fonte fosse canalizada e armazenada em uma caixa d'água. Isso evita o contato direto com pessoas e animais.

“Na primeira etapa, demos prioridade às nascentes que atendem um número maior de famílias. Para isso, envolvemos as comunidades que fazem uso destes ‘olhos d’água’ tanto no trabalho de recuperação, como nas ações de educação ambiental”, expõe a coordenadora do Renas-Ser, Maria do Carmo Vieira.

“As fontes estavam lá para uso comum, no entanto, a situação em muitas delas era degradante. Com poucas preservadas, muitas outras estavam poluídas, com lixo, dejetos de animais e com a vegetação do entorno devastada”, relata Maria do Carmo.

Os sertanejos já sentem na prática os resultados destas ações. O agricultor José Pereira, morador do Sítio Batuque, em Água Branca, conta que voltou a ter uma alternativa para os períodos de estiagem.

"Quando o verão chega, a única água aqui no sítio é a da ‘fontinha’. Depois do trabalho que fizeram lá, está mais limpa e mais fácil de pegar. Antes tínhamos que esperar cada balde encher e dividir o espaço até com os animais que sujavam tudo. Agora, como a água cai na caixa d’água, basta abrir a torneira para encher o balde”, diz.

O diretor-executivo da OPA, Sérgio Leal, avalia que o resultado do projeto é reflexo do envolvimento das comunidades como protagonistas da ação. "Tanto que são os adultos que fazem a recuperação, com a orientação de técnicos, e as crianças participam de trabalhos que envolvem o reflorestamento e a conservação", expõe Leal.

Ele ainda enfatiza que ao participar de cada uma das etapas, as famílias passam a entender a importância da preservação das nascentes.

"Recuperar nascente é uma forma de dar qualidade de vida às pessoas que vivem nas comunidades sertanejas. Ensina-lás a preservar é uma forma de educar para que elas mesmas cuidem da água que consomem”.

Morador da comunidade Serra do Cavalo, também em Água Branca, o agricultor Alberício Leite dos Santos conta que sabe a importância de preservar as nascentes, já que elas são a única opção de abastecimento de água a muitas famílias.

“Lá no sítio, todo mundo faz uso da fonte. A água é usada no dia a dia para beber, cozinhar, lavar e cuidar dos animais. A água é pouca, mas o pouco ajuda porque seria muito difícil viver no Sertão no tempo seco”, comemora Alberício.

G1 Natureza

sexta-feira, 18 de setembro de 2015

Seca histórica muda paisagens no RN e faz sertanejo querer ir embora


A mais longa estiagem dos últimos 100 anos no Rio Grande do Norte está mudando hábitos e transformando paisagens interior a dentro. Reservatórios secaram, cachoeiras desapareceram e o verde da vegetação ganhou tons de cinza. O solo rachou, animais morreram, plantações foram dizimadas. Os prejuízos, somente no ano passado, somam R$ 3,8 bilhões. E o sertanejo, que sofre com escassez, agarra-se à fé. As previsões para o ano que vem não são boas. Um reservatório com obras atrasadas e a transposição do rio São Francisco, que sequer tem data para chegar ao território potiguar, são as soluções apontadas pelos governantes.

Dos 167 municípios do estado, 153 estão em estado de emergência pela falta de chuvas. Destes, 122 são abastecidos por caminhões-pipa. Em onze cidades, que se encontram em colapso no abastecimento, o fornecimento de água está comprometido e a Compahia de Águas e Esgotos (Caern) suspendeu a cobrança das faturas. A maior barragem do estado, a Engenheiro Armando Ribeiro Gonçalves, já atingiu o volume mais baixo de sua história. Nas regiões afetadas tem gente que só pensa em ir embora.

Para ver de perto os efeitos da seca, equipes do G1 e da Inter TV Cabugi percorreram aproximadamente 1.400 quilômetros. Durante cinco dias foram visitadas 19 cidades nas regiões Seridó e Oeste do estado. Em Acari, Antônio Martins, Carnaúba dos Dantas, Currais Novos, João Dias, Luís Gomes, Paraná, Pilões, Riacho de Santana, São Miguel e Tenente Ananias o colapso no abastecimento faz os moradores dormirem mal, angustiados com a escassez. E é preciso levantar cedo para enfrentar as filas em busca de alguma água. Já em Apodi, Caicó, Itajá, Jucurutu, Lucrécia, Parelhas, Pau dos Ferros e São Rafael, é o nível baixo das barragens que preocupa.

As respostas para o homem do campo são ruins não apenas quanto à possibilidade de uma mudança no clima, mas também em razão das soluções apresentadas pelos governos federal e estadual. A construção da barragem de Oiticica, apontada como salvação para meio milhão de sertanejos, segue a passos lentos.

O reservatório, que está sendo construído na cidade de Jucurutu, na região Seridó, terá capacidade para 500 milhões de metros cúbicos de água e será responsável pelo abastecimento de pelo menos 17 cidades. A obra foi iniciada em 2013 e deveria ter sido entregue em junho deste ano. Segundo a Secretaria Estadual de Recursos Hídricos, a expectativa agora é que o serviço seja concluído até o final de dezembro de 2016. E isso se a crise financeira não retardar ainda mais o trabalho.

Já a tão aguardada transposição do rio São Francisco, que de acordo com o Ministério da Integração Nacional (MI) também beneficiará os potiguares, sequer tem data para chegar ao estado. O MI explica que as águas do Velho Chico virão até o RN de duas maneiras. Uma delas é com a perenização do rio Piranhas/Açu. Significa que as águas do rio, que nasce na Serra do Piancó, na Paraíba, devem ser represadas pela barragem de Oiticica antes que elas desemboquem na barragem Armando Ribeiro Gonçalves.

A outra forma de a água chegar ao estado será com a construção um sistema denominado Ramal Apodi, uma etapa da obra que faz parte do chamado Eixo Norte da transposição. Por este ramal, as águas deverão correr por canais, túneis, aquedutos e barragens, totalizando 115,5 quilômetros de extensão. Para isso, ainda de acordo com o ministério, estima-se que 857 propriedades terão que ser relocadas ou os donos indenizados em treze municípios da Paraíba, Ceará e no próprio Rio Grande do Norte.

Em solo potiguar, a transposição afetará famílias em Luís Gomes, Major Sales e José da Penha, por onde o ramal passará até chegar ao açude público de Pau dos Ferros, de onde as águas partirão até Angicos, já na região Central do estado. Ao final do percurso, 44 municípios devem ser beneficiados. O MI afirma que todo o Eixo Norte tem investimento orçado em R$ 5,25 bilhões e que já trabalha na elaboração do edital de licitação para que os serviços no Rio Grande do Norte tenham início. Só não disse quando.

Em Luís Gomes, cidade potiguar que faz divisa com a Paraíba, muitos moradores já foram procurados. José Vandilson Nunes da Silva tem 39 anos. Agricultor, ele disse que no ano passado técnicos do Ministério da Integração Nacional o contrataram para fazer a demarcação do terreno por onde o Ramal Apodi vai passar. Ao mostrar as estacas fincadas no chão, ele contou que recebeu a informação que pelas terras que ele possui, uma área de 2 hectares e meio, receberá algo em torno de R$ 40 mil.

O agricultor também mostrou o prédio de um posto de saúde que estava sendo construído na região, e que teve as obras interrompidas porque fica no caminho do ramal. “Pararam a obra na hora. Ia continuar pra quê? Pra depois ter que derrubar tudo?”, ressaltou.

Convivência com a seca
 
Nesta semana, o ministro Gilberto Occhi anunciou que as obras do Projeto de Integração do Rio São Francisco estão com 78,6% de avanço físico, segundo dados de agosto deste ano. Também de acordo com o MI, o Rio Grande do Norte deve receber R$ 6 milhões para a continuidade das obras da barragem Oiticica.

á o governo do estado, informou que está traçando estratégias de ação para a convivência com a seca. O plano, para o qual foram pleiteados R$ 63 milhões, é pensado para os próximos seis meses. “Estramos enfrentando a maior crise hídrica da história do nosso estado”, frisou o governador Robinson Faria. Segundo ele, três pontos principais compõem o plano. No primeiro, o estado pretende equipar, perfurar e comprar materiais para poços. O segundo diz respeito à forragem e ração animal, principalmente para os pequenos agropecuaristas. O último, é sobre a utilização de carros-pipa. Robinson quer que o Exército também abasteça a zona urbana das cidades que estão em colapso.

Apelo
 
O governador também tratou da transposição do São Francisco. Ele disse que enfatizou o apelo já feito a presidente Dilma Rousseff para que ela considere, na execução do projeto, a inclusão da obra do canal que liga as barragens de Caiçara a Engenheiro Ávidos. A obra, orçada em aproximadamente R$ 150 milhões, vai captar água no município de São José de Piranhas (PB) e jogar na bacia Piranhas-Açu (RN), o que segundo ele anteciparia em quase 2 anos a chegada da água do Velho Chico ao Rio Grande do Norte.

Vontade de ir embora
 
Silvano Soares Santos é servente de pedreiro, mas está desempregado. A mulher dele, Daiane Ferreira, vive de uma aposentadoria que recebe do INSS por ter epilepsia. O casal mora em Caicó, na região Seridó potiguar, uma das que mais sente a estiagem. Se não voltar a chover até o final do ano, Silvano e Daiane prometem ir embora para Brasília.

“Minha mãe, que é de Brasília, morava aqui com a gente. Ela não aguentou essa seca e voltou pra lá. É isso o que nós vamos fazer também se o tempo não melhorar. Lá em Brasília meu marido tem mais chances de conseguir um trabalho”, disse a mulher. Silvano concorda. “Viver com um salário mínimo é muito difícil. E ter que gastar com água é pior ainda. Temos três filhos pequenos, de 6, 8 e 11 anos. Aqui é muito sofrimento para eles”, acrescentou.

Em Caicó, o fornecimento de água acontece na forma de rodízio. Cada bairro da cidade só recebe água uma vez por semana. O açude Itans, que abastece o município, está quase seco. O reservatório chega a armazenar 81 milhões de metros cúbicos de água, mas com menos de 4% da capacidade total já entrou no volume morto.

Quem também pensa em fugir da seca é a dona de casa Alzirene Oliveira, de 57 anos. Ela mora em Antônio Martins, que fica na região Oeste. A cidade é uma das onze que está em colapso no abastecimento. “Isso não é vida. Vou embora pra Natal. Se não voltar a chover logo, arrumo minhas tralhas e vou tentar coisa melhor na capital”, afirmou.

Em Antônio Martins, a zona rural é abastecida pelos caminhões-pipa do Exército. Já na área urbana da cidade, a Caern faz o fornecimento. Segundo o pipeiro João Batista, são cinco veículos contratados pela companhia. "Cada carro faz cinco viagens por dia. Só não rodamos nos sábados", explicou.


G1



segunda-feira, 27 de abril de 2015

Abrasco lança nova edição de dossiê sobre agrotóxicos


Depois de causar grande impacto em 2012, o Dossiê Abrasco sobre Agrotóxicos ganha nova edição, com lançamento na próxima terça-feira (28/4), às 18h, na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj). O livro é uma co-edição da Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio (EPSJV/Fiocruz) e da editora Expressão Popular.

A publicação, com mais de 600 páginas, colorida e ilustrada, reúne as três partes revisadas do Dossiê Abrasco lançadas ao longo de 2012, além de uma quarta parte inédita intitulada “A crise do paradigma do agronegócio e as lutas pela agroecologia”.

O capítulo inédito, concluído em outubro de 2014, foi dedicado à atualização de acontecimentos marcantes, estudos e decisões políticas, com informações que envolvem os agrotóxicos, as lutas pela redução dessas substâncias e pela superação do modelo de agricultura químico-dependente do agronegócio.

Confirmaram presença no evento o presidente da Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco), Luis Eugenio Souza, e o presidente da Fiocruz, Paulo Gadelha, além de representantes de outras organizações da sociedade civil e de agricultores.

O lançamento acontecerá no Auditório 111 da Uerj, localizada na Rua São Francisco Xavier, 524, no Maracanã. Após a cerimônia, o dossiê em formato PDF estará disponível para download no site da Abrasco e sua versão impressa para venda no site da Abrasco Livros.


Informações da Abrasco / Agência Fiocruz de Notícias, publicadas pelo Portal EcoDebate, 27/04/2015

Ministério do Meio Ambiente estuda criar norma nacional de reúso de água


A ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, disse nesta quinta-feira (23) que sua pasta discute uma regulamentação nacional para incentivar o consumo de água de reúso. Ela afirmou que ainda não está claro qual seria o formato dessa norma -- se uma lei ou decreto, por exemplo.

Izabella participa em São Paulo do seminário internacional Gestão da Água em Situações de Escassez, organizado pelo ministério, que reúne especialistas de vários países para comentar experiências na luta contra impactos da estiagem. Representantes dos governos da China, Austrália, Espanha e outras nações vão apresentar projetos que podem ajudar o Brasil a lidar com o problema.

Izabella Teixeira ressaltou que há verba federal disponível para os estados com projetos para melhorar a distribuição de água à população e combater os efeitos da seca.

De acordo com a ministra, uma das soluções para reduzir o desperdício dos recursos hídricos é criar no Brasil uma legislação para utilização da água de reúso, tema que ainda segue em um vazio de normas. Trata-se do esgoto doméstico, por exemplo, que depois de tratado pode ser aplicado na agricultura e na indústria, ou até reutilizado para o consumo humano.

Debates avançados

Segundo Izabella, o governo federal discute a questão há algum tempo e já há estados como São Paulo e Rio de Janeiro com debates avançados nessa área. “Estamos vendo se precisamos de uma lei, uma norma, um decreto. O Brasil tem grande capacidade técnica para isso”, disse ela.

O representante da indústria no evento, Marcos Guerra, vice-presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), cobrou do governo a revisão de leis ligadas ao tema. Para ele, é um assunto “urgente” e é preciso uma regulação que permitirá a empresas a compra e venda da água de reúso.

Atualmente, a maioria da água aplicada em processos industriais é lançada em rios e mares sem que haja um aproveitamento dela.

Para Ney Maranhão, secretário de recursos hídricos do Ministério do Meio Ambiente, a regulamentação é necessária para impor precificação e evitar abusos na comercialização. No entanto, a criação dessas regras vai depender, principalmente, dos estados.

"Temos um vazio nessa direção. É preciso, primeiramente, determinar parâmetros de qualidade para que a água de reúso possa ser comercializada. O Conselho Nacional de Recursos Hídricos já discute alguns desses padrões para a agricultura. Porém, todo esse arcabouço é um processo que deve demorar uns dois anos para ser desenhado", explicou.

Crise atual

Sobre a atual situação no Brasil, a ministra disse que há muitos municípios em estado de calamidade no Nordeste e Sudeste, citando principalmente o estado de Minas Gerais.

“Temos uma situação de escassez que não se via no Sudeste desde 1953. Mas está chovendo. Então temos que esperar para ver se a situação melhora. Porém, enquanto isso, temos que poupar e ser eficientes”, explica.

Ela afirma que o governo federal está ajudando com verbas os estados do Rio de Janeiro e São Paulo, mas disse que é preciso também falar ao cidadão quais são os novos desafios para combater a escassez de água. “Temos que dialogar com a sociedade sobre a questão”.

Izabella afirma que já foram destinados mais de R$ 2,5 bilhões para obras no estado de São Paulo e que o governo está disposto a destinar mais verbas a outros projetos do estado e de outras regiões do país.

“Os governadores pediram investimentos e o governo federal está arcando com os recursos. Se apresentarem projetos, haverá viabilização de apoio. Se não, o governo ficará aguardando eles proporem”, disse.

G1 Natureza

domingo, 22 de março de 2015

Família norte-americana produz 3 toneladas de alimentos orgânicos no próprio quintal


Você já imaginou poder encontrar todos os alimentos necessários para a sua dieta em seu próprio quintal? Pode parecer algo inalcançável, mas a família Dervaes é uma prova de que isso é possível, mesmo para quem vive em áreas urbanas.

A família norte-americana vive na região de Pasadena, a apenas 15 minutos do centro de Los Angeles, nos EUA. O projeto de ter uma fazenda urbana começou na década de 80, conforme informado por eles no site Homestead Urban. Eles explicam que no início foram considerados loucos pelos próprios vizinhos, mas tudo deu certo.

A propriedade dos Dervaes possui o tamanho médio de casas no subúrbio de cidades norte-americanas. O terreno conta com pouco mais de 1.300 metros quadrados, o suficiente para produzir comida fresca diversa e em grande quantidade durante todo o ano.

O site do projeto explica que em 2010 a colheita chegou a 3.150 quilos, com 400 tipos diferentes de alimentos. Com uma dieta vegetariana, 90% de tudo o que a família come vem de seu próprio quintal. Além do plantio, a fazenda urbana também conta com um espaço para a criação de galinhas e cabras, de onde eles tiram ovos e leite, e um apiário, usado para a produção de mel.

A família explica que o fato de ter segurança alimentar no próprio quintal os encorajou a testar outras opções para serem ainda mais independentes. Por conta disso, a casa deles é equipada com sistemas de energia alternativa e o carro é abastecido com biodiesel caseiro.  

Tudo o que é cultivado na Homestead Urban é orgânico e o excedente é comercializado para a própria comunidade local. Os Dervaes, no entanto, garantem que o intuito da iniciativa não é comercial, esta é apenas uma forma de evitar o desperdício e proporcionar alimentos de qualidade a outras pessoas.

Todos os detalhes desta fazenda urbana estão disponíveis no site do projeto. “Esperávamos que, documentando nossas experiências pessoais poderíamos oferecer incentivo para aqueles que lutam para viver um estilo de vida mais autossuficiente e mais simples”, explica a família. Além disso, eles acreditam que por se tratar de um exemplo real e de sucesso, o modelo pode instigar outras pessoas a replicarem em suas casas, mesmo que a área disponível para sua própria fazenda urbana seja pequena.

Ciclo Vivo

Professor da USP explica os riscos de consumir água da chuva


Com a crise hídrica, que atingiu especialmente a região sudeste, aumentou o aproveitamento da água da chuva nas residências. Diversas tecnologias e cursos surgem para estimular essa captação. Mas, o professor de hidrologia da USP, Ivanildo Hespanhol, explica que é preciso ter certos cuidados.

Apesar de poder ajudar muito nas tarefas do dia a dia, a água da chuva não é própria para consumo humano. A água que cai no telhado, passa pela calha até ir para o recipiente de armazenamento. O problema é que nos telhados há diversas impurezas, que podem causar problemas de saúde, se ingeridas.

Hespanhol explica que essa água pode conter coliformes, metais pesados, resíduos de gasolina e álcool, entre outros perigos. Algumas pessoas então fervem a água captada, mas o professor afirma que isso elimina os organismos patogênicos, mas os químicos continuam presentes.

Sobre o armazenamento, ele recomenda que a água seja coletada em um tambor de polietileno e usada rapidamente. Hespanhol ainda lembra que é importante manter o recipiente fechado, pois com a incidência de luz começa a desenvolver alga, dentre outros contaminantes.

O armazenamento também é importante para evitar a proliferação do mosquito da dengue. Segundo o ministro da Saúde, Arthur Chioro, só nos dois primeiros meses deste ano já houve aumento de 139% nos casos notificados, em relação ao mesmo período do ano passado. Em janeiro e fevereiro de 2015, foram 174,67 mil registros.


Redação CicloVivo

domingo, 15 de fevereiro de 2015

Nível das represas do Sistema Cantareira sobe neste domingo


O nível de água das represas do Sistema Cantareira subiu de 7,1%, no sábado (14), para 7,3% neste domingo (15), segundo boletim divulgado no site da Sabesp. Elas abastecem 6,2 milhões de pessoas na Grande São Paulo.

Outros sitemas

Confira abaixo os níveis de sábado em comparação com este domingo dos outros cinco sistemas que atendem a Grande São Paulo:
Alto Tietê: subiu de 13,7% para 14,1%;
Guarapiranga: subiu de 55% para 55,2%;
Alto Cotia: subiu de 34,2% para 34,4%;
Rio Grande: subiu de 80,2% para 80,7%;
Rio Claro: subiu de 31,9% para 32,1%.

Na sexta-feira (13), o governo de São Paulo divulgou que não descarta rodízio de água. Também informou que irá criar um plano de contingência caso seja necessário adotar o racionamento.
Excassez de chuvas e seca foram motivos apontados pelo governo como problemas no abastecimento. Por isso, recomenta à população que economize no consumo.

O Centro Nacional de Monitoramento de Desastres Naturais (Cemaden) em São José dos Campos (SP), divulgou relatório no início de fevereiro mostrando que o Cantareira poderia secar em junho considerando a média de chuva dos últimos meses. O relatório traz cinco cenários e, no pior deles, com previsão de chuva 50% abaixo da média, não haveria mais água no meio do ano.

G1

segunda-feira, 5 de janeiro de 2015

Ministra diz que “não existe mais latifúndio”. Adoraria viver no país dela


A ministra Kátia Abreu, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do governo Dilma Rousseff, poderia consultar o capítulo sobre os Povos Indígenas no relatório final da Comissão Nacional da Verdade, lançado em dezembro, para perceber que não foram os indígenas que “saíram da floresta e passaram a descer nas áreas de produção”, como ela afirmou em entrevista à Mônica Bergamo, na Folha de S.Paulo.

Foram empreendimentos agropecuários e extrativistas que desmataram e ocuparam terras indígenas em regiões como o Sul do Bahia, o Sul de Mato Grosso do Sul e o Oeste do Paraná, expulsando essas populações para a beira de rodovias, a periferia das cidades ou antigas reservas superlotadas e que oferecem condições de vida extremamente precárias.

E, por sinal, essa ideia que a ministra utiliza de que se teria de “tomar o Rio de Janeiro, a Bahia'' e devolver aos indígenas para ser justo com eles quando questionada se as terras reivindicadas não eram deles é simplesmente um argumento apagógico, a velha estratégia do “reductio ad absurdum”, muito empregada pelos ruralistas nessas discussões.

Porque em regiões como as mencionadas acima, onde está hoje grande parte dos conflitos envolvendo demarcações, a ocupação intensiva das terras, expulsando de fato os indígenas, não aconteceu em 1500, no período colonial ou no século 19. Aconteceu, majoritariamente, no período autoritário que vivemos no século 20. Além disso, os indígenas não estão pedindo “o Brasil todo”, estão reivindicando porções de terra que são muito pequenas em comparação com o que o agronegócio ocupa nessas regiões.

E quanto à ideia de que a Justiça “O STF já decidiu que terra demarcada não pode ser ampliada”, vale dizer que a discussão desse tópico não se esgotou, na própria Suprema Corte, e que, mesmo que já houvesse decisão final a respeito, ainda teremos de conversar muito sobre o significado de “terra demarcada”.

Pois as antigas reservas do Serviço de Proteção ao Índio (SPI) e da Funai não eram definidas em diálogo com as populações indígenas, e sim arbitrariamente, sem levar em conta as necessidades reais desses grupos para manter uma sobrevivência digna. Afirmar o contrário é uma tentativa de ganhar no tapetão – ou no grito.

Por fim, uma dúvida: qual o conceito de latifúndio que a ministra adotou ao afirmar, na entrevista, que o “latifúndio não existe mais''?

Porque, infelizmente, apesar de todo o acúmulo de discussão sobre o tema, o termo “latifúndio'' não aparece nenhuma vez na Constituição Federal de 1988, por conta da pressão dos ruralistas na Constituinte. Ela fala apenas de “função social da propriedade''. Contudo, apesar de não haver uniformidade, o termo é amplamente usado pela sociedade, técnicos, políticos e academia para definir unidades tanto pelo seu tamanho (2500, 3000, 5000 hectares…) quanto por ser uma unidade deficiente em relação às suas possibilidades socio-econômicas e físicas do meio.

Não há como negar que a concentração de terra nas mãos de poucos é gritante por aqui. Considerando o grupo de estabelecimentos rurais com 2500 hectares ou mais, um total de 15.012 unidades reunia 98.480.672 hectares de terra, de acordo com o último Censo Agropecuário brasileiro, divulgado em 2009.
Ou seja, 0,29% das unidades do país concentrava 29,8% da área para a produção agropecuária.

A média é de 6560 hectares. Apenas reforçando, isso é uma média. Porque atores econômicos controlam áreas muito maiores. Por exemplo, o Incra no Pará notificou, no ano passado, o grupo Santa Bárbara, ligado ao banqueiro Daniel Dantas e que é voltado à criação de gado, para vistoriar 21 mil hectares com fins de reforma agrária. A Comissão Pastoral da Terra denuncia de que essas p áreas são, na verdade, terras públicas.

Ao mesmo tempo, a soma das áreas dos lotes com até 200 hectares representa apenas 30% do total da área, mas responderam por 84% das pessoas ocupadas nas propriedades rurais. Sim, o emprego no campo está concentrado no pequeno e médio produtor e não no grande.

Detalhe importante: latifúndio é uma ideia, produtividade é outra. Há discussões que se arrastam no país por falta de coragem do governo federal para atualizar os índices de produtividade – que, ultrapassados, empacam a reforma agrária.

E há discussões para impor um limite à quantidade de terra que uma única pessoa, física ou jurídica, poderia possuir. Pois nenhum direito humano é absoluto (nem o direito à vida, haja visto a legítima defesa). E o direito à propriedade, quando serve como instrumento de opressão e para inviabilizar outros direitos, como alimentação e moradia, ou seja, não cumprindo sua função social com prevê a Constituição, também se torna relativo.

Conceitos relevantes que ajudam a explicar a sociedade em que vivemos não devem ser impostos, pois é grande a parcela de pessoas e instituições que acreditam na existência de latifúndios (elemento cuja persistência ajuda a explicar o que somos) e seus impactos positivos ou negativos. A tentativa de disputa simb ólica se faz presente: dizer insistentemente que um “copo'' não pode ser chamado de “copo'' e sim de “jarro'' até que as pessoas aceitem isso não é a melhor política.

Seria, portanto, ótimo se o ministério encampasse esse debate: O que são latifúndios? E ao se confirmar que eles não são ficção, podemos fazer uma reforma agrária decente com parte deles?

Blog do Sakamoto

sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

Cientistas encontram indícios do fim dos maias no 'Grande Buraco Azul'


Novas análises feitas em minerais retirados da caverna submersa conhecida como o Grande Buraco Azul, em Belize, na América Central, dão pistas sobre os motivos que levaram ao fim da civilização maia. 

Os resultados do estudo, feito por pesquisadores da Universidade de Rice, no Texas, corroboram uma teoria já existente: a de que uma grande seca teria levado ao desaparecimento da sociedade maia.

A equipe de pesquisadores perfurou e coletou amostras de sedimentos encontrados no Grande Buraco Azul e nos recifes de coral dispostos ao redor da caverna. A composição dessas amostras foi analisada, principalmente em relação à quantidade de titânio e alumínio.


Em entrevista ao site americano "LiveScience", o geólogo Andre Droxler, da Universidade de Rice, explicou que a chuva corrói as rochas vulcânicas da região, que contêm titânio, que é então transportado até o oceano. Por esse motivo, quantidades menores desse elemento nos sedimentos correspondem a períodos de menos chuva.

O que a análise dos sedimentos e dos corais demonstrou foi que houve um período de seca extrema entre 800 d.C e 900 d.C, que coincide com o momento em que a civilização maia começou a se desintegrar. A partir dessa época, eles entraram em declínio econômico e cultural, e perderam influência com a ascensão de outros povos, como os toltecas. Acabaram dominados pelos espanhóis.

Grande Buraco Azul

O grande círculo azul escuro no meio do mar turqueza do Caribe costuma atrair mergulhadores e turistas do mundo todo. Localizado no Atol de Recifes Lighthouse, a cerca de 50 milhas a leste da cidade de Belize, o buraco é um círculo quase perfeito, de cerca de 300 metros de diâmetro e 125 metros de profundidade. É visível inclusive do espaço – foi captado por um satélite da Nasa em março de 2009.

No início dos anos 1970, o famoso oceanógrafo Jacques Cousteau explorou seus túneis e estalactites. O Buraco Azul é parte da Reserva de Barreiras de Recifes de Belize, considerada Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

Civilização Maia

A civilização maia dominou a península de Yucatán e o norte da América Central, onde atualmente ficam o sul do México, Belize, Guatemala e partes de Honduras e El Salvador. O auge desse povo foi entre os anos 800 e 1000 d.C.. A partir daí, eles entraram em declínio econômico e cultural, e perderam influência com a ascensão de outros povos, como os toltecas. Acabaram dominados pelos espanhóis, e ainda vivem na mesma região.

 G1

Lista global põe Petrobras entre as 20 empresas que mais poluíram em 2013


A Petrobras foi apontada como uma das 20 empresas do mundo que mais lançaram gases-estufa à atmosfera em 2013, de acordo com relatório que analisou as emissões das 500 maiores companhias do planeta, feito pelo grupo de comunicação e informação financeira Thomson Reuters.

O estudo divulgado nesta semana informa que, sozinha, a estatal brasileira emitiu 73,4 milhões de toneladas de CO2 equivalente (medida que soma a concentração de dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e outros gases), ficando na 20ª posição do ranking.

Somados os poluentes da Petrobras e de outras 19 corporações de países como China, Índia, Alemanha e Estados Unidos, o total emitido salta para 2,76 gigatoneladas de CO2 equivalente.

Já as 500 empresas juntas lançaram 4,96 gigatoneladas de poluentes, 13,8% do total das emissões globais de 2013, que vêm da queima de combustíveis fósseis, do desmatamento e outras atividades humanas.

O documento não apresenta o quanto de gases foi produzido pela companhia brasileira em 2010, ano-base considerado pelo relatório. Mas a Petrobras admite o acréscimo nas emissões, alegando que é resultado do uso acentuado de termelétricas, acionadas “em níveis acima da média usual” em função dos baixos níveis dos reservatórios das usinas hidrelétricas (leia mais abaixo).

O montante de gases-estufa produzido pelo “grupo dos 500” é 3,1% maior em relação a 2010. A alta é preocupante já que, segundo o relatório, é preciso diminuir a quantidade de gases-estufa, não aumentá-la. Segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), o ideal era que, por ano, as emissões do setor privado caíssem em média 1,4%. O que se viu, no entanto, foi uma alta anual média de 1%.

De acordo com um painel internacional de cientistas ligado à ONU, o IPCC, uma maior quantidade de gases-estufa na atmosfera pode aumentar a temperatura do planeta e causar distúrbios no clima, como secas, enchentes, degelo dos polos e aumento do nível do mar.

Os especialistas afirmam que é preciso diminuir entre 40% e 70% do total de gases lançados até 2050 e zerar essa taxa até 2100 para conter a elevação da temperatura global em 2ºC. A temperatura média da Terra já subiu 0,85ºC com relação à era pré-industrial.

222 tiveram redução nas emissões

De acordo com Tim Nixon, diretor de sustentabilidade da Thomson Reuters e coautor do relatório, 222 empresas da lista apresentaram queda das emissões. Algumas por investir mais na inovação tecnológica e eficiência energética. Outras, por desinvestimentos ou problemas econômicos.

A Vale S/A, mineradora do Brasil, é apresentada no documento como exemplo de redução de emissões após alterações na estrutura da companhia. A diminuição de investimentos na área de alumínio e ferro-gusa ajudaram a cortar em 23% o montante de gases-estufa produzido.

Segundo ele, as empresas em questão estão dispostas a “descarbonizar” a economia, ou seja, contribuir para diminuir os impactos ambientais e frear o aquecimento global. No entanto, é preciso traçar uma trajetória melhor para ter mais êxito nesta luta.

Marina Grossi, presidente do Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS), disse que o setor privado reconhece seu papel na luta contra a mudança climática, primeiro, para reduzir a sua exposição aos riscos e, segundo, para aproveitar as oportunidades existentes.

No entanto, barreiras como o alto custo para investir na eficiência energética ainda precisam ser vencidas no Brasil. "Sua viabilização ainda é difícil por uma série de questões das empresas, instituições financeiras, regulatórias e do governo. Há disponibilidade de crédito para essa área, mas, mesmo assim, os índices de eficiência em comparação com as principais economias do mundo são baixos. O país utiliza menos de 30% do seu potencial de eficiência energética, ficando na 15ª posição entre 16 economias analisadas", disse ela.

De acordo com a porta-voz do CEBDS, a sensibilização sobre a questão ambiental e climática ainda está, em grande medida, presente apenas nas grandes empresas. Mas que já existe articulação para que as "maiores" influenciem as pequenas e médias, que compõem a cadeia de fornecedores.

Seca tem culpa no aumento de emissões

Em nota, a Petrobras informou que, "diferentemente das demais empresas de petróleo, a empresa considera as emissões geradas pelas atividades das termelétricas em seu inventário, o que, comparativamente, gera um resultado mais alto no total de emissões".

De acordo com a estatal, em função do baixo nível dos reservatórios das usinas hidrelétricas, o uso de termelétricas tem sido feito "em níveis acima da média usual". A Petrobras possui 21 usinas térmicas, parte movida a diesel, combustível poluente, parte movida a gás natural.

Sobre investimentos para diminuir as emissões de gases-estufa, a empresa afirma que tem investido "em projetos de eficiência energética, melhorias operacionais, maior aproveitamento do gás natural na atividade de exploração e produção de petróleo, além de investimentos em pesquisa e tecnologia".

G1 Natureza