domingo, 29 de julho de 2012

SBPC reitera críticas aos cortes no orçamento para ciência, tecnologia e inovação


A presidenta da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), Helena Nader, criticou hoje (27) os cortes no orçamento do governo para as áreas de ciência, tecnologia e inovação.
“O ministério [da Ciência, Tecnologia e Inovação - MCTI] ganhou nova função e não é possível ficar com essa letra a mais [Inovação] mantendo o fluxo que é fazer ciência em qualquer país. Já são dois anos consecutivos com cortes no orçamento. No ano passado, alertei que o governo federal, ao cortar os recursos do MCTI, estaria sinalizando para os estados mudanças de atitude, isso já está acontecendo. As fundações de apoio já estão com menos dinheiro. Isso não está de acordo com o programa ousado, fantástico, que somos totalmente a favor, que é o Ciência sem Fronteiras”, disse à Agência Brasil.
O Brasil fica entre os 13 países com maior produção científica (ranking baseado na produção de artigos científicos publicados em revistas especializadas), mas ocupa o 47º lugar em inovação, pesquisa e desenvolvimento. O Estado é o principal investidor em pesquisa e desenvolvimento no país.
Em relação ao programa Ciência sem Fronteiras, Helena Nader questionou as garantias dadas para o retorno dos pesquisadores que fazem intercâmbio no exterior. “Temos que ter uma garantia para a volta com qualidade desses profissionais. Mercado não falta, principalmente nas áreas de engenharias e tecnologias, mas o retorno não é apenas para o mercado de trabalho, mas com relação ao financiamento [de pesquisas].”
Com o programa, o governo pretende enviar 101 mil profissionais e pesquisadores para diversos países em quatro anos. A ideia é o governo custear 75 mil bolsas de estudo e espera que a iniciativa privada viabilize mais 25 mil. O programa inclui desde bolsas do tipo sanduíche (em que parte do curso é feita no Brasil e outra parte no exterior) de graduação até pós-doutorado em 18 áreas de tecnologia, engenharia, biomedicina e biodiversidade.
A presidenta da SBPC destacou também que a entidade não é contrária ao sistema de cotas adotado pelas universidades públicas. No entanto, discorda de projeto de lei que prevê reserva de 50% das vagas em universidades a estudantes de escolas públicas por ferir a autonomia das instituições de ensino.
“O que realmente nos preocupa bastante é o Projeto de Lei nº 180 de 2008, que está para ser votado no Senado. Ele fere a autonomia universitária, por subordinar 50% do ingresso no ensino superior aos critérios de cada escola de ensino médio e tira da universidade o direito de opinar sobre o perfil de seu aluno. A SBPC nunca foi contra as cotas, até porque as universidades já adotam o sistema há mais de oito anos”, explicou, no encerramento da 64ª Reunião da SBPC.

Agência Brasil

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Ministério Público Federal pede mais uma vez anulação da licença de Belo Monte


O Ministério Público Federal (MPF) pediu mais uma vez à Justiça a anulação da licença de instalação da Hidrelétrica de Belo Monte, no Rio Xingu (PA). Na ação cautelar, os procuradores da República alegam que as ações obrigatórias de prevenção e redução dos impactos socioambientais do projeto não estão sendo cumpridas pela Norte Energia, responsável pela obra.
A ação cautelar, que foi ajuizada ontem (23) na Justiça Federal em Belém, é contra a Norte Energia e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama). O MPF argumenta que as ações são insuficientes, estão sendo descumpridas e são mal fiscalizadas pelo Ibama.
“As condicionantes estabelecidas na licença prévia não foram cumpridas, sendo postergadas e incorporadas na licença parcial de instalação e, posteriormente, na licença de instalação, fase na qual continuam sendo tratadas pelo empreendedor como mero requisito formal, cujo cumprimento pode ser diferido no tempo, divorciado de qualquer cronograma ou promessa que seja necessária para garantir que as obras continuem, mesmo que o custo socioambiental deste comportamento seja insustentável”, diz o texto da ação assinada pelos procuradores da República Felício Pontes Jr., Ubiratan Cazetta, Meliza Barbosa e Thaís Santi.
O MPF também apontou o descumprimento de condicionantes em 24 programas e projetos, como os de saúde e segurança, saneamento, acompanhamento das comunidades, atendimento social, monitoramento da qualidade da água e vários ligados à conservação da fauna.
Em novembro do ano passado, a Justiça Federal no Pará negou outro pedido do Ministério Público Federal para suspender os efeitos da licença de instalação de Belo Monte. Na ocasião, o MPF alegou que a licença de instalação foi emitida sem o cumprimento de condições da licença prévia, como a construção de estruturas de saúde, educação e saneamento.
A Norte Energia disse que não irá se pronunciar sobre assunto por não ter sido notificada oficialmente sobre a ação do MPF. O Ibama ainda não se manifestou.

Agência Brasil

Ibama reavalia uso de quatro tipos de agrotóxico e sua relação com o desaparecimento de abelhas no país


Mesmo na ausência de levantamentos oficiais, alguns registros sobre a redução do número de abelhas em várias partes do país, em decorrência de quatro tipos de agrotóxico, levaram o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) a restringir o uso de importantes inseticidas na agropecuária brasileira, principalmente para as culturas de algodão, soja e trigo.
Além de reduzir as formas de aplicação desses produtos, que não podem ser mais disseminados via aérea, o órgão ambiental iniciou o processo de reavaliação das substâncias imidacloprido, tiametoxam, clotianidina e fipronil. Esses ingredientes ativos foram apontados em estudos e pesquisas realizadas nos últimos dois anos pelo Ibama como nocivos às abelhas.
Segundo o engenheiro Márcio Rodrigues de Freitas, coordenador-geral de Avaliação e Controle de Substâncias Químicas do Ibama, a decisão não foi baseada apenas na preocupação com a prática apícola, mas, principalmente, com os impactos sobre a produção agrícola e o meio ambiente.
Estudo da Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO), publicado em 2004, mostrou que as abelhas são responsáveis por pelo menos 73% da polinização das culturas e plantas. “Algumas culturas, como a do café, poderiam ter perdas de até 60% na ausência de agentes polinizadores”, explicou o engenheiro.
A primeira substância a passar pelo processo de reavaliação será o imidacloprido, que responde por cerca de 60% do total comercializado dos quatro ingredientes sob monitoramento. A medida afeta, neste primeiro momento, quase 60 empresas que usam a substância em suas fórmulas. Dados divulgados pelo Ibama revelam que, em 2010, praticamente 2 mil toneladas do ingrediente foram comercializadas no país.
A reavaliação é consequência das pesquisas que mostraram a relação entre o uso desses agrotóxicos e a mortandade das abelhas. De acordo com Freitas, nos casos de mortandade identificados, o agente causal era uma das substâncias que estão sendo reavaliadas. Além disso, em 80% das ocorrências, havia sido feita a aplicação aérea.
O engenheiro explicou que a reavaliação deve durar, pelo menos, 120 dias, e vai apontar o nível de nocividade e onde está o problema. “É o processo de reavaliação que vai dizer quais medidas precisaremos adotar para reduzir riscos. Podemos chegar à conclusão de que precisa banir o produto totalmente, para algumas culturas ou apenas as formas de aplicação ou a época em que é aplicado e até a dose usada”, acrescentou.
Mesmo com as restrições de uso, já em vigor, tais como a proibição da aplicação aérea e o uso das substâncias durante a florada, os produtos continuam no mercado. Juntos, os agrotóxicos sob a mira do Ibama respondem por cerca de 10% do mercado de inseticidas no país. Mas existem culturas e pragas que dependem exclusivamente dessas fórmulas, como o caso do trigo, que não tem substituto para a aplicação aérea.
Hoje (25), o órgão ambiental já sentiu as primeiras pressões por parte de fabricantes e produtores que alertaram os técnicos sobre os impactos econômicos que a medida pode causar, tanto do ponto de vista da produção quanto de contratos já firmados com empresas que fazem a aplicação aérea.
Freitas disse que as reações da indústria são naturais e, em tom tranquilizador, explicou que o trabalho de reavaliação é feito em conjunto com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e com o Ministério da Agricultura – órgãos que também são responsáveis pela autorização e registro de agrotóxicos no país. “Por isso vamos levar em consideração todas as variáveis que dizem respeito à saúde pública e ao impacto econômico sobre o agronegócio, sobre substitutos e ver se há resistência de pragas a esses substitutos e seus custos”, explicou o engenheiro.
No Brasil, a relação entre o uso dessas substâncias nas lavouras e o desaparecimento de abelhas começou a ser identificada há pouco mais de quatro anos. O diagnóstico foi feito em outros continentes, mas, até hoje, nenhum país proibiu totalmente o uso dos produtos, mesmo com alguns mantendo restrições rígidas.
Na Europa, de forma geral, não é permitida a aplicação aérea desses produtos. Na Alemanha, esse tipo de aplicação só pode ser feito com autorização especial. Nos Estados Unidos a aplicação é permitida, mas com restrição na época de floração. Os norte-americanos também estão reavaliando os agrotóxicos compostos por uma das quatro substâncias.

Agência Brasil

sábado, 21 de julho de 2012

Conhecimento popular é destaque na 64ª da SBPC em São Luís


Com o tema "Ciência, cultura e saberes tradicionais para enfrentar a pobreza" a reunião anual da SBPC, em São Luís, começa oficialmente amanhã (22), mas o Centro Histórico da Capital recebeu ontem o "Curto Circuito", uma intervenção urbana de arte educativa anunciando a SBPC Jovem 2012.
Entre as modalidades: oficinas de origames, intervenções artisticas e ações interativas com o público. No quintal de casa, seu José e dona Paula cultivam uma horta há mais de duas décadas. Plantam hortelã, erva cidreira, santa quitéria, boldo, entre outros.
São muitas espécies que utilizam como remédios. Não são os médicos que dão a receita, mas eles sabem para que servem cada uma delas. Tudo o que aprenderam foi passado de geração para geração. A experiência também os ensinou a conhecer as contra-indicações dessas ervas.

Um saber tradicional também respeitado pelos filhos, que confiam no poder de cura das plantas. Seu José e dona Paula nem imaginam que o que eles fazem também é ciência. É o saber tradicional, o conhecimento popular que sempre desperta o estudo de cientistas, pesquisadores que buscam descobrir qual o princípio ativo responsável pelo poder de cura das ervas medicinais.
O trabalho dos pesquisadores é provar cientificamente se essas espécies plantadas em casa e consumidas pela população realmente funcionam como remédio para tratar e até curar alguns tipos de doenças.
No herbário da Universidade Federal do Maranhão, onde são cultivadas muitas espécies, os pesquisadores analisam também as plantas que, ao contrário do que se pensa, podem fazer mal. Muitas pesquisas concluídas no herbário da UFMA já mostraram que grande parte das plantas cultivadas pelas comunidades são eficazes. Tanto que 38 tipos de medicamentos já são produzidos e comercializados pelo laboratório.
É esse saber popular, do leigo, do senso comum, testado e provado pelos cientistas que mostram como a ciência é um bem de todos. Um trabalho que será apresentado pelos pesquisadores maranhenses durante a reunião anual da SBPC.

G1
 

Acampamento de servidores públicos federais termina; greve é mantida


Acampados na Esplanada dos Ministérios desde segunda-feira (16), os servidores públicos federais encerraram as manifestações hoje (20) e muitos já estão retornando aos estados de origem. De acordo com a Confederação dos Trabalhadores do Serviço Público Federal (Condsef), as paralisações serão mantidas em todo o país até que as reivindicações do movimento sejam atendidas pelo governo. Na reunião de encerramento, os grevistas avaliaram como positiva a semana de protestos na capital federal.
"A expectativa que a gente tinha era de dar visibilidade e demonstrar a força do movimento para o governo", afirmou José Milton Costa, secretário-geral do Condsef. De acordo com ele, por congregar servidores de diversas categorias em greve, a pauta de reivindicações é extensa e variada. Os pedidos principais, no entanto, são reposição da inflação e correção das distorções salariais.
Segundo Costa, 300 mil servidores estão em greve no país, incluindo os funcionários das universidades federais. O secretário-geral destacou que o dia 31 de julho foi fixado como data limite para que o governo federal dê respostas às solicitações das categorias paradas. "Até o momento, não houve propostas concretas", disse.
Janine Teixeira, coordenadora-geral da Federação de Associações e Sindicatos das Universidades Brasileiras (Fasubra), disse que a semana de manifestações serviu para o "o movimento grevista conseguir furar o bloqueio da mídia e reunir o governo". A federação se reúne amanhã (21), às 9h, na Universidade de Brasília (UnB), para decidir as próximas ações da greve. Os professores das universidades federais receberam proposta do governo, mas as assembleias da categoria nos estados têm rejeitado a proposta.

Agência Brasil

SBPC discute a partir deste domingo como enfrentar a pobreza


Economia verde, sustentabilidade, mudanças climáticas e desastres naturais, energia, programa espacial brasileiro, medicina tropical, desigualdade social e direitos humanos e educação são os principais temas em pauta para 64ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). O encontro será realizado de 22 a 27 de julho, em São Luís, no Maranhão. A reunião, que este ano tem como tema central Ciência, Cultura e Saberes Tradicionais para Enfrentar a Pobreza, acontecerá no campus da Universidade Federal do Maranhão (UFMA).
Serão realizadas 61 conferências, 66 mesas redondas, 48 minicursos, além atividades como reuniões de trabalho, assembleias e encontros para a discussão sobre os avanços da ciência, e um fórum de debates de políticas públicas em ciência e tecnologia.
Também faz parte da programação a Expot&C, considerada a maior mostra de ciência e tecnologia das Américas; a SBPC Jovem (para estudantes do ensino básico e profissionalizante), a SBPC Cultural, a Sessão de Pôsteres e a Jornada Nacional de Iniciação Científica.
Para a presidente da SBPC, Helena Nader, a reunião contribui com propostas para o desenvolvimento sustentável do país, “praticando O Futuro que Queremos, discutido na Conferência Rio+20, mas sem deixar de tratar também das políticas públicas de educação e de ciência, tecnologia e inovação”.
Entre os convidados está o israelense Daniel Shechtman, Prêmio Nobel de Química de 2011, além de vários dirigentes de sociedades científicas.

Agência Brasil

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Estudo mede impacto de cada hora adicional de TV na infância em barriga


Um estudo canadense aponta que cada hora adicional à qual uma criança entre dois e quatro anos é exposta semanalmente à TV poderia aumentar em meio milímetro sua circunferência abdominal e consequentemente reduzir seu tônus muscular.
O estudo, publicado no periódico científico BioMed, analisou o comportamento de 1.314 crianças e concluiu que o máximo de exposição à televisão deve ser de duas horas diárias nessa faixa etária.
Os pesquisadores concluíram que, no início do estudo, a maioria das crianças assistia a uma média de 8,8 horas de TV por semana.
O valor aumentou em seis horas nos próximos dois anos até chegar a uma média de 14,8 horas por semana quando as crianças atingiram a idade de quatro anos e meio.
Entre os participantes do estudo, 50% já estavam assistindo a 18 horas semanais nesta idade, de acordo com os pais.
A pesquisa concluiu que crianças de quatro anos e meio que assistiam a 18 horas semanais de TV tiveram um aumento de 7,6 milímetros em suas circunferências abdominais até chegarem aos dez anos de idade.

Tônus muscular

Além do aumento de circunferência abdominal, os pesquisadores analisaram os efeitos do hábito de assistir à TV sobre o tônus muscular e capacidade atlética da criança.
O estudo concluiu que cada hora além das duas estabelecidas como máximo por dia pode diminuir em 0,36 centímetros a distância que uma criança consegue saltar.
Os especialistas admitem que é necessário aprofundar as pesquisas para esclarecer se o comportamento das crianças diante da TV é, de fato, o único fator a influenciar os aspectos analisados.
Linda Pagani, da Universidade de Montreal, disse que os resultados servem de alerta sobre os fatores que podem levar à obesidade infantil.
"Na prática, o resultado é que assistir muita televisão – além da quantidade recomendada como o máximo não faz bem", disse.
O valor de duas horas diárias citadas pelo estudo é o estipulado como o máximo saudável pela Academia Americana de Pediatria.

Hábitos

"Nas últimas décadas, em todo o mundo ocidental houve um aumento drámatico nos níveis de peso além do saudável tanto em crianças como adultos. Nosso padrão de vida também mudou, priorizando práticas sedentárias e alimentos de preparo fácil e ricos em calorias", acrescenta Pagani.
Para a especialista é necessário que os pais prestem mais atenção aos hábitos de seus filhos diante da TV.
"Assistir televisão demais não só coloca em segundo lugar outras formas de educação e a busca por atividades de lazer mais ativas, mas também aumenta o risco de as crianças aprenderem informações incorretas sobre hábitos alimentares saudáveis."
O estudo diz que os hábitos adquiridos na infância podem tornar-se parte do comportamento na idade adulta, afetando, por exemplo, a prática de esportes.

BBC BRASIL

Tecnologia pode fazer de Búzios primeira cidade latino-americana em consumo consciente de energia


O projeto Cidade Inteligente Búzios, incluído entre os dez mais relevantes em infraestrutura urbana de todo o mundo em relatório elaborado por uma empresa de consultoria internacional, está sendo desenvolvido neste município da Região dos Lagos, no Rio de Janeiro, pela Endesa Brasil, uma holding (união de empresas) que atua nas áreas de distribuição, geração, conversão e transmissão de energia no país.
O projeto abrange investimentos de R$ 35 milhões no período que vai deste ano a 2015 e tem a meta de tornar Búzios a primeira cidade da América Latina em consumo eficiente de energia.
O diretor de Relações Institucionais da Endesa Brasil, André Moragas, disse que a iniciativa prevê a introdução gradual em Búzios de novas tecnologias e inovações relacionadas à rede elétrica que possam trazer benefícios diretos para o consumidor. Para tanto, já começaram a ser feitos testes com tecnologias conhecidas e com outras que estão chegando ao Brasil
Um exemplo é um medidor digital de energia, instalado em caráter experimental em 200 casas do município, que permite não só a medição normal da energia consumida, mas que o morador saiba que cômodo está gastando mais energia e a que horas isso ocorre. “Isso, no futuro, permitirá que haja no futuro descontos diferenciados, como ocorre hoje com a telefonia. Dependendo da hora em que a energia é usada, o preço pode cair, pode haver descontos por horário.”
Moragas informou que esse medidor faz também transações comerciais com a companhia de energia. Se o usuário instalar, por exemplo, um painel solar em sua casa, poderá gerar energia para consumo próprio e ainda revender o excedente à concessionária. Caso a experiência tenha resultado positivo, o uso do medidor poderá se transformar em uma prática de mercado.
O projeto prevê também a troca de grande parte do parque de iluminação pública de Búzios por lâmpadas de LED, que são 80% mais econômicas do que as tradicionais e até 20 vezes mais resistentes, além de ter manutenção mais baixa, acrescentou Moragas. “Já estamos testando eficiência e redução do consumo. Com isso, haverá redução do custo de energia no município e o que for economizado poderá ser usado em outras obras.”
Também fazem parte do projeto a troca de lixo reciclável por desconto na conta de energia; experiências de geração distribuída para abastecimento de uma casa, sem ligação com a rede elétrica, como paredes solares; e, na área da mobilidade urbana, o incentivo ao uso de bicicletas e carros elétricos, que serão testados nas frotas hoteleira e de táxis, com o objetivo de reduzir a poluição sonora e a emissão de gases de efeito estufa.
De acordo com Moragas, a meta é usar Búzios como um grande laboratório, no qual serão testadas diversas tecnologias, e saber como elas vão infuenciar no dia a dia da população, para que sejam depois ampliadas e massificadas para o resto da sociedade. A Endesa Brasil pretende estender o teste básico, em Búzios, a até 500 clientes. Depois, se os resultados forem positivos, o projeto será estendido a todo o município até o fim do projeto, em 2015.
O projeto será acompanhado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), como uma base para uma eventual mudança na legislação. “Se for bem sucedido, esperamos ter uma base legal para instalar isso de forma massiva para todos os clientes e, no futuro, instalar medidores desse tipo em todos os municípios", disse Moragas.

Agência Brasil

sexta-feira, 13 de julho de 2012

Pesquisadores sequenciam genoma da banana


O sequenciamento do genoma da Musa acuminata, presente na composição de todos os tipos comestíveis de banana, foi concluído, o que abre caminho para a produção de variedades mais resistentes aos parasitas, anunciaram institutos de pesquisas do sul da França.
A banana revelou os segredos de seus 520 milhões de bases, destacaram o Centro de Cooperação Internacional em Pesquisa Agronômica para o Desenvolvimento (Cirad) e o Centro Nacional de Sequenciamento (CEA-Genoscope), ambos em Montpellier. O sequenciamento revelou os 36 mil genes da bananeira e sua posição em seus 11 cromossomos.
Os resultados do trabalho, que durou mais de 10 anos, foram publicados na revista científica "Nature", informou o Cirad, que coordenou em 2010 o sequenciamento do genoma do cacaueiro.
Para os pesquisadores, a descoberta representa uma "contribuição fundamental para aprimorar as variedades", uma vez que "a banana está sujeita a ameaças constantes de parasitas, e é fundamental para a segurança alimentar e econômica de mais de 400 milhões de pessoas nos países do sul".
"Se a produção de variedades mais resistentes é uma necessidade, também é, no entanto, complicada, devido à baixa fertilidade das bananas", advertiu o Cirad. "O sequenciamento constitui uma referência de grande valor para estudar a evolução dos genomas", acrescentou, ressaltando que os pesquisadores já conseguiram determinar que a bananeira registrou três episódios de duplicação completa do genoma.

A maioria dos genes que surgiram desta duplicação se perdeu, mas alguns persistiram, permitindo "o surgimento de novas funções biológicas", destacaram os pesquisadores, que identificaram fatores abundantes de regulação, que contribuem em "processos importantes, como o amadurecimento das frutas".

IG

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Globalização


1 (UNIFOR) O presidente Barack Obama visitou o Brasil recentemente. Um dos pontos da agenda foi o aprofundamento do comércio entre Brasil e Estados Unidos. Este país já foi nosso maior parceiro comercial, tendo perdido espaço desde fins dos anos 1970. Hoje o comércio exterior brasileiro é mais diversificado, incluindo um grande número de países em diferentes regiões. Sobre o assunto, é correto afirmar que:

a) A China é o maior parceiro comercial do Brasil, interessada em importar bens industrializados.
b) O Japão é o maior parceiro comercial brasileiro, dada a grande comunidade de origem japonesa que vive no Brasil.
c) A China é o maior parceiro comercial brasileiro,   interessada     em      importar particularmente bens primários.
d) A Argentina é o maior parceiro comercial do Brasil, devido à participação no Mercosul.
e) O Japão é o maior parceiro comercial do Brasil, interessado em importar bens industrializados.

2 (U. E. SANTA CRUZ)  O geógrafo e geopolítico francês Yves Lacoste afirmou que, quando a economia dos países centrais sofre um resfriado, pela ocorrência de um período de recessão, inúmeros países do mundo periférico deverão desenvolver uma pneumonia.

Uma situação dessa natureza indica

a) o esgotamento dos recursos naturais do mundo periférico, devido à sua exploração excessiva, pelos países centrais.
b) a extinção do poder de comprar das populações das nações periféricas, o que proporciona a falência do mercado interno.
c) o fato de a base da economia dos países periféricos ser o setor secundário.
d) uma grande dependência desses países em relação ao mercado externo.
e) a inter-relação entre a situação econômica e a saúde da população, prejudicada pela diminuição da oferta de alimentos, em períodos de crise.

3 (UCP) A competição econômica dos países capitalistas, por áreas de influência, cria uma nova ordem mundial com a formação de blocos econômicos.Com relação aos blocos econômicos e às organizações regionais da nova ordem mundial ,é correto afirmar que

a) o MERCOSUL (Mercado Comum do Sul) é integrado, exclusivamente, por Brasil e Argentina, países que, por sua importância, controlam o comércio nas Américas.
b) o bloco econômico asiático surge a partir do sucesso do Japão na Segunda Guerra Mundial e exclui, completamente, os Estados Unidos que não integram a APEC (Cooperação Econômica da Ásia e do Pacífico).
c) a ALCA (Área de Livre Comércio das Américas) é o acordo econômico mais importante da América do Norte e congrega, além de Estados Unidos e Canadá, também o México.
d) se estabeleceu uma ordem tripolar, com o primeiro bloco liderado pelos Estados Unidos, o segundo, a partir da União Europeia e o terceiro, a partir do fortalecimento de um bloco oriental liderado pelo
Japão.
e) a CEI (Comunidade dos Estados Independentes) reúne ex-repúblicas socialistas que se uniram a fim de se contraporem ao poderio militar russo.


Servidores federais fazem manifestação em frente ao prédio do Banco Central no centro do Rio


Funcionários públicos federais das carreiras de Estado (Banco Central, Receita Federal, Polícia Federal e Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística-IBGE) promoveram hoje (11), em frente à sede do Banco Central, na Avenida Presidente Vargas, na capital fluminense, um ato nacional pelo reajuste salarial da categoria.
O presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do Banco Central (Sinal), Sérgio Belsito, disse que o ato fez parte do calendário de mobilização de 19 entidades. Segundo ele, há um contingente de aproximadamente 110 mil servidores, e caso não haja nenhuma sinalização por parte do governo federal até o dia 31 de julho, todas as entidades entrarão em greve por tempo indeterminado a partir da primeira semana de agosto.
“A manifestação é muito importante, pois está consolidando a luta dos servidores e ainda uma estratégia de mobilização definitiva para o próximo mês, por meio de uma greve por tempo indeterminado. Isso porque todas as carreiras já estão com pedidos de reajustamento desde o início de 2011. Isso não é uma ameaça, é uma constatação daquilo que vai acontecer”, disse.

Agência Brasil

Brasil tem o equivalente a duas Franças em áreas degradadas, diz Ministério do Meio Ambiente


Se o Brasil recuperasse suas áreas degradadas – terras abandonadas, em processo de erosão ou mal utilizadas – não seria preciso derrubar mais nenhum hectare de floresta para a agropecuária. A avaliação é de técnicos e pesquisadores reunidos hoje (11), durante o 9º Simpósio Nacional de Recuperação de Áreas Degradadas (9º Sinrad), que ocorre no Rio até dia 13.
O diretor do Departamento de Florestas do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Fernando Tatagiba, estimou em até 140 milhões de hectares o total de terras nessa situação no país, área superior a duas vezes o tamanho da França. O ministério está finalizando seu novo plano plurianual, que dará grande importância à recuperação da terra como forma de evitar o empobrecimento das populações e prevenir a derrubada de mais áreas de florestas.
“Neste plano está estabelecida uma meta de elaborar, até 2015, um plano nacional de recuperação de áreas degradadas, que necessariamente deve ser feito com políticas integradas com outros setores da sociedade. Não existe um número preciso [de terras degradadas], mas gira em torno de 140 milhões de hectares. É um grande desafio que temos pela frente, de superar esse passivo, pois essas áreas geram prejuízos enormes para o país e trazem pobreza para o produtor rural”, disse Tatagiba.
Segundo o diretor, existem áreas degradadas em todos os biomas e regiões do país. “Obviamente, onde a ocupação humana é mais antiga, existem áreas mais extensas, como é o caso da Mata Atlântica. Mais recentemente, temos o Cerrado. Na Amazônia, as áreas degradadas estão localizadas em locais de mineração e no chamado Arco do Desmatamento [faixa de terra de pressão agrícola marcada por queimadas e derrubadas, ao sul da Amazônia, do Maranhão ao Acre]”, explicou.
Tatagiba considerou que se as áreas degradadas forem recuperadas, não seria preciso derrubar mais nenhum hectare de floresta para agricultura e pecuária, ainda que na prática nem toda área possa ser totalmente recuperada.
“Para reduzir a pressão sobre florestas, há necessidade de se recuperar pastagens degradadas, que são em torno de 15 milhões de hectares. Se você recupera a capacidade produtiva dessa pastagem, elimina a necessidade de suprimir uma área equivalente em florestas. Além disso, é preciso aumentar a produtividade da pecuária, pois não tem cabimento um boi por Maracanã [equivalente a um hectare]”, comparou Tatagiba.
Para o chefe do Centro Nacional de Pesquisa de Agrobiologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa Agrobiologia), Eduardo Campello, o Brasil já detém tecnologia própria para reverter a degradação das terras, por meio de processos de seleção e manejo e trocando produtos químicos por insumos biológicos. Com isso, ele considera ser possível reduzir ou até reverter a derrubada de florestas para a agropecuária.
“Várias dessas áreas podem se tornar mais rentáveis, tirando a pressão sobre as florestas e os remanescentes nativos. Já tivemos avanços incontestáveis com o plantio direto [técnica em que se roça a terra e se semeia em seguida, evitando a erosão]. É preciso integrar lavoura, pecuária e floresta, usando mecanismos naturais, como fixação biológica de nitrogênio, evitando o uso de adubo químico. Já temos áreas abertas suficientes, o que precisamos é recuperar o solo.”

Agência Brasil

domingo, 8 de julho de 2012

Governo lança mapa de áreas sujeitas a desastres naturais


Há um ano, quando as chuvas causaram a morte de mais de 900 pessoas na Região Serrana do Rio, não foi só a cratera aberta nas montanhas que ficou visível, mas a falta de política pública adequada para evitar esse tipo de tragédia. Essa semana, o Serviço Geológico do Brasil (CPRM) anunciou a meta de realizar o levantamento de áreas de risco de 821 municípios brasileiros até 2014, considerados de alto risco. O levantamento irá permitir a formulação de políticas adequadas capazes de evitar as tragédias recorrentes provocadas pela chuva.

Até o momento, o Serviço Geológico do Brasil mapeou 140 municípios, identificando 680 mil pessoas morando em áreas consideradas de risco alto ou muito alto de deslizamento de terra ou inundações. O número equivale ao dobro da população de Rio Branco, capital do Acre.

O levantamento faz parte do Programa de Gestão de Risco e Resposta a Desastres Naturais do Governo Federal, coordenado pela Casa Civil da Presidência da República, que envolve vários órgãos governamentais na sua implementação, como o Serviço Geológico do Rio de Janeiro, o Cemaden (Centro Nacional de Monitoramento e Alerta de Desastres Naturais), o Cenad (Centro Nacional de Gerenciamento de Riscos e Desastres) e o Ministério da Integração Nacional. Em linhas gerais, a divisão de tarefas ficou assim. Ao Serviço Geológico do Rio de Janeiro cabe fazer o levantamento e os mapas. O Cemaden tem a função de desenvolver sistemas de previsão de desastres naturais em áreas sensíveis em qualquer lugar do país. O Cenad, da Defesa Civil, deve coordenar as ações de prevenção e as respostas aos eventos extremos.

Entre os 140 municípios já analisados, estão 2 considerados críticos no Acre, 58 nos nove estados da Região Nordeste e os restantes nos estados do Sudeste e Sul do país.

“Nessas cidades nossos geólogos levantaram 1.627 setores de risco. São cerca de 150 mil moradias, o que corresponde a 650 mil pessoas morando em áreas consideradas de alto risco”, afirmou Thales Sampaio, diretor de Hidrologia e Gestão Territorial do Serviço Geológico do Brasil.

O principal problema na avaliação de Sampaio é a conhecida má utilização do solo. Na chuva, o morro desaba ou o rio transborda. “Embora tenhamos problemas em toda a parte, a situação mais critica é na Região Sudeste, em função da maior concentração populacional e da pressão da população, que leva à ocupação de encostas e morros que não deveriam estar ocupados por oferecem riscos de desabamento e deslizamentos de terra”, informa.

Até 2014, os dados, antes incompletos ou inexistentes serão fornecidos e balizarão políticas públicas para evitar as tragédias recorrentes do verão. Ficará mais difícil colocar a culpa na chuva. *Com informações do Serviço Geológico do Brasil.

O ECO

Sem avanços após quase dois meses de greve, alunos da UFPB apóiam professores e reclamam do governo


Os docentes da Universidade Federal da Paraíba paralisaram suas atividades no dia 17 de Maio e até agora não houve nenhum avanço em relação às negociações com a União. Nas duas oportunidades em que uma reunião entre as partes foi agendada, o governo acabou desmarcando o encontro. Alguns alunos que estão sem aulas há quase dois meses se sentem prejudicados com a falta de diálogo por parte do governo federal.
“Eu não estou gostando de ficar sem aula e de atrasar meu curso, mas eu vejo que essa greve dos professores é algo maior do que eu”, ponderou Renato Costa, 22, estudante do 8º período de Ciências Biológicas
Boa parte dos estudantes concorda com as reivindicações dos grevistas. Um grupo destes universitários está ajudando na criação de um comando de mobilização estudantil, espaço onde será discutida a organização das pautas dos alunos, além de informar os outros estudantes sobre a greve.
“A questão é ser a favor de uma universidade com maior qualidade, melhores condições de trabalho pros professores e servidores, além de condições de permanência e assistência estudantil”, contou Pablo Cartaxo, estudante do 12º período de medicina.
ervidores da instituição também se sentem prejudicados com a paralisação, pois perderam algumas vantagens com o início da greve, como a interrupção das aulas nas creches e escolas básicas ligadas a UFPB. Mas os trabalhadores não desaprovam a greve e sim a atitude dos governantes.
Estou em greve, acho a luta justa, mas tenho muita pena dos ‘brasileirinhos’ que, por causa da não negociação por parte do Governo Federal, estão sem aula” contou Caroline Mangueira, servidora técnica administrativa de 34 anos.
Segundo o Mpog, Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, a pauta de reivindicações dos docentes e de outros 50 sindicatos que representam servidores públicos federais estão sendo analisados separadamente. A expectativa é que o governo apresente proposta para todas até 31 de julho. O prazo final para responder a todas as reivindicações é 31 de agosto, quando o Poder Executivo tem que encaminhar a Lei Orçamentária de 2013 para ser aprovada no Congresso Nacional.

Paraiba.com

sábado, 7 de julho de 2012

Brasil registrou 85 mortes por gripe A até final de junho


O Brasil registrou 790 casos e 85 mortes por influenza A (H1N1) - gripe suína do início de 2012 até o fim de junho. A quantidade de pessoas que adoeceram é quatro vezes superior aos 181 casos detectados em 2011 e os óbitos correspondem a três vezes os 27 computados no ano passado. Os dados foram divulgados hoje pelo Ministério da Saúde. Desde o último balanço do órgão, que abrangeu o período até o dia 25 do último mês, foram reportados 86 novos casos e mais oito mortes.
Apesar do avanço da doença, a posição oficial do Ministério da Saúde é que não há epidemia. De acordo com o órgão, em 2012 está havendo uma circulação maior do vírus da influenza A (H1N1) - gripe suína em relação ao ano passado. Não existe motivo definido para o fenômeno, mas a alternância da circulação de subtipos do vírus da gripe seria comum e haveria pouco risco de uma pandemia como a de 2009, quando ocorreram 2.060 mortes no Brasil.
Desde que o inverno deste ano começou, todas as regiões do país já apresentaram casos da doença. A maior parte dos estados registrou a gripe, as exceções são: Rondônia, Roraima, Maranhão, Piauí, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Espírito Santo e Distrito Federal. A situação é mais grave no Sul, onde as secretarias de Saúde estaduais computaram 74 mortes até a tarde de quinta-feira (5). O número do Ministério da Saúde para a região, menos atualizado, é 51 óbitos.
A Secretaria de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde mantém equipes monitorando os casos de gripe e analisando a situação da transmissão do vírus. Uma dessas equipes está desde 14 de junho em Santa Catarina, onde há o maior número de casos. Além disso, de acordo com o ministério, na última semana foram enviadas para o Sul e para São Paulo 51.190 caixas de Tamiflu (medicamento utilizado no combate ao Influenza H1N1).
Este ano, houve campanha nacional de vacinação contra a influenza A (H1N1) - gripe suína para o inverno de 2012. Os grupos considerados de risco – idosos, crianças menores de 2 anos, grávidas e povos indígenas – foram imunizados gratuitamente nos postos de saúde. De acordo com o Ministério da Saúde, a imunização atingiu 80% do público-alvo. Quem não se enquadra nos perfis descritos e deseja se vacinar, tem que fazê-lo por meio do sistema privado de saúde. As vacinas custam em média R$ 60, mas está em falta em muitos laboratório.
Além da vacina, outras medidas para prevenir o contágio pela gripe são lavar as mãos com água e sabão ou álcool em gel; evitar levar à mão à boca na hora de tossir ou espirrar (a higiene deve ser feita com lenços de papel) e restringir a frequência a locais com grande aglomeração de pessoas.

Agência Brasil

MPF denuncia Incra na Justiça como responsável por um terço do desmatamento na Amazônia


O Ministério Público Federal (MPF) está denunciando na Justiça Federal o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) como responsável por um terço do desmatamento da Amazônia. Procuradores da República ingressaram com ações civis públicas (ACPs) contra o órgão em seis estados por desmatamento ilegal em assentamentos da reforma agrária, nas quais apresentam, entre outros pedidos, o fim imediato das derrubadas.
As ações foram ajuizadas essa semana no Pará, Amazonas, Acre, em Rondônia, Roraima e Mato Grosso. Segundo o MPF, há um expressivo crescimento das derrubadas ilegais na Amazônia em assentamentos do Incra. Em 2004, o corte ilegal  nessas áreas representava 18% de todo o desmatamento do bioma, e em 2010 somaram 31,1% da derrubada anual.
“Os procedimentos irregulares adotados pelo Incra na criação e instalação dos assentamentos vêm promovendo a destruição da fauna, flora, dos recursos hídricos e do patrimônio genético, provocando danos irreversíveis ao bioma da Amazônia”, de acordo com o texto comum às ACPs.
Nas ações, além do fim imediato das derrubadas em áreas de reforma agrária, os procuradores pedem a proibição de novos assentamentos sem licença ambiental e a exigência desse licenciamento para as áreas já criadas.
O MPF também exige a averbação de reserva legal (percentual mínimo de vegetação nativa que deve ser mantido em uma propriedade rural, que na Amazônia é 80%) e a recuperação de áreas degradadas em prazos que vão de 90 dias a um ano.
No acumulado até 2010, segundo os dados do MPF, os 2.163 assentamentos do Incra na Amazônia foram responsáveis pela derrubada de 133,6 mil quilômetros quadrados de floresta, área equivalente a 100 vezes a cidade de São Paulo.
“No total, de 2160 projetos válidos, o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) detectou que 1511 encontram-se com mais de 20% de sua área desmatada, o que corresponde a 70% dos Projetos de Assentamento”, diz o texto das ações judiciais.
Em mais da metade dos casos, a área desmatada já supera 50% do território total do assentamento. Além disso, os danos ambientais das derrubadas em áreas da reforma agrária chegam a R$ 38,5 bilhões, segundo cálculos do MPF, com base em valores de mercado de produtos madeireiros.
A investigação do MPF foi comandada por procuradores ligados ao Grupo de Trabalho da Amazônia Legal. O levantamento considerou informações sobre desmatamento produzidas pelo Inpe, pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e pelo Instituto do Homem e do Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), organização não governamental que monitora o desmatamento em paralelo ao governo.
Em 2008, uma lista do Ministério do Meio Ambiente já apontava o Incra no topo do ranking dos 100 maiores desmatadores da Amazônia. As seis primeiras posições da lista eram assentamentos da reforma agrária, todos em Mato Grosso. Na ocasião, o Incra argumentou que as informações utilizadas pelo Ibama eram antigas e imprecisas.

Agência Brasil

Governo manda cortar o ponto de servidores federais em greve


O governo vai cortar o ponto dos servidores federais em greve. A Assessoria de Comunicação Social do Ministério do Planejamento confirmou a expedição da ordem da Secretaria de Relações de Trabalho do ministério a todos os gestores de recursos humanos do governo federal.
O governo disse que as negociações com os servidores não serão interrompidas, pois trabalha com uma data limite de 31 de julho para concluir os estudos sobre a possibilidade de conceder o reajuste salarial, embora considere que o prazo final é 31 de agosto, data final para enviar o projeto do Orçamento para 2013 ao Congresso Nacional.
Hoje pela manhã mais de 500 servidores de doze órgãos federais em greve participaram de assembleia na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. A reunião, organizada pelo Sindicado dos Servidores Públicos Federais no Distrito Federal (Sindsep-DF), deliberou sobre a intensificação e ampliação da greve, por causa de um comunicado do Ministério do Planejamento que anunciou o corte do ponto de todos os servidores desde o dia 18 de junho, dia que foi iniciada a paralisação.
De acordo com o sindicato estão em greve: Funasa, Ministério da Saúde , Ministério do Planejamento, Ministério do Trabalho e Emprego, Ministério da Integração Nacional, Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Ministério do Desenvolvimento Agrário, Ministério da Justiça, Fundação Nacional do Índio (Funai), Ministério da Agricultura, Arquivo Nacional, Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi) e Hospital das Forças Armada (HFA).
Os servidores reivindicam novos concursos públicos, contratação de servidores, a criação de plano de carreira, criação e estabelecimento de data-base no dia 1º de maio, melhores condições de trabalho e equiparação de salário e benefícios com os servidores do Legislativo e Judiciário.
 
Agência Brasil

E viva este governo, que não liga para educação e nem tão pouco para a saúde pública deste país chamado Brasil.

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Geografia - Guerra Fria


1. (FGV-SP) A OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) foi estabelecida em Washington, em 4 de abril de 1949. Sua criação está relacionada:

a) Ao contexto de aproximação das potências vencedoras da Segunda Guerra Mundial.
b) Ao processo de liberalização da economia mundial que lançaria as bases da globalização.
c) Ao processo de descolonização nos continentes africano e asiático.
d) Ao contexto de polarização político-militar entre os países capitalistas e socialistas.
e) Ao contexto de endividamento dos países europeus com as instituições financeiras internacionais.

2. (UNEP) A propósito do conceito de Guerra Fria, aplicado às relações internacionais após a Segunda Guerra Mundial, assinale a alternativa correta.

a) Trata da rivalidade entre blocos capitalistas e comunistas liderados, respectivamente, pelos EUA e pela URSS.
b) Indica as lutas travadas pelo povo iraniano contra a dinastia Pahlevi.
c) Aplica-se ao contexto de guerras pela independência nacional, ocorridas na Ásia e na África.
d) Explica o desenvolvimento de blocos econômicos em disputa, a saber: o Comecon e o MCE.
e) Contempla as disputas diplomáticas entre árabes e israelenses pela posse da península do Sinai.

3. (UFAL) As afirmativas a seguir referem-se a um importante tema abordado pela Geografia Humana, especialmente pela Geografia Política, que é o Socialismo. Analise-as.

1) Como resultado das transformações provocadas pela Revolução Russa de 1917, a existência da
União das Repúblicas Socialistas Soviéticas passou a ser um dos elementos decisivos do quadro político e social estabelecido por quase todo o século XX, sobretudo na Europa do Pós-Guerra.
2) Empregou-se a expressão “Socialismo” para designar, de forma genérica, um conjunto de teorias socioeconômicas, de ideologias e políticas que postulavam a abolição das desigualdades entre as classes sociais.
3) A URSS emergiu, após a Segunda Guerra Mundial, como uma das duas grandes superpotências mundiais acarretando, por conseguinte, a divisão do mundo em dois polos distintos e antagônicos.
4) A “Perestroika”, como um programa de reformas radicais imposto pelos países capitalistas, sobretudo os da Europa Ocidental, acelerou, na URSS, a democratização do regime político, levando à desagregação do antigo mecanismo de planejamento estatal.

Está(ão) correta(s):

a) 1 apenas
b) 1 e 4 apenas
c) 2 e 4 apenas
d) 1, 2 e 3 apenas
e) 1, 2, 3 e 4

4. (UESPI) A tensão política, conhecida por Guerra Fria, entre os EUA, liderando o bloco Capitalista, e a então URSS, à frente do bloco socialista, refletiu-se em outros paises. No Brasil, o movimento militar de 1964 deveu-se, entre outras questões: 

a) ao descontentamento das elites políticas de direita com as reformas de base propostas por João Goulart.
b) à marcha da Família com Deus pela liberdade realizada em defesa das reformas pela universalização da educação.
c) ao rompimento do Brasil com os EUA, em razão dos interesses da classe média de nacionalização dos bens privados.
d) a um levante popular, ocorrido, em Recife, na madrugada de 31 de março, com apoio do governador Miguel Arraes.
e) à insatisfação geral de toda a sociedade com o governo eleito, incluindo-se o grupo estudantil ligado à UNE. 

5. (UTRPR) “Cortina de Ferro” foi uma expressão usada no Ocidente para designar a fronteira que dividiu a Europa em duas áreas de distintas influências política e econômica, do final da Segunda Guerra Mundial até ao final da chamada Guerra Fria. Durante este período, a Europa Oriental esteve sob o controle político e/ou influência da União Soviética, enquanto que a Europa Ocidental esteve sob o controle político e/ou influência dos Estados Unidos da América. Era apenas uma linha imaginária, ao contrário do Muro de Berlim, que se constituiu numa barreira física. 

Sobre os Estados-satélites que faziam parte do bloco soviético, NÃO podemos enumerar a:

a) Polônia
b) Tchecoslováquia
c) Áustria
d) Hungria
e) Bulgária


Telescópios ajudam a compreender nascimento de estrelas como o Sol


A visão de raio-X de três telescópios espaciais ajudaram a compreender O comportamento de uma jovem estrela semelhante ao Sol. Girando em alta velocidade e cuspindo plasma fervente, a Ori V1647 reside à 1,3 mil anos luz, na nebulosa de McNeil. Os telescópios XMM-Newton, da ESA, o Chandra, da Nasa, e o Suzaku, do Japão, colheram dados que lançaram nova luz em uma das mais fundamentais questões da astronomia - o nascimento de estrelas como o nosso Sol.
Esse tipo de estrela se forma a partir de nuvens de gás e poeira, que entram em colapso sob a gravidade e desenvolvem uma protoestrela densa em seu centro, rodeada por um disco em órbita de gás e poeira. A protoestrela continua crescendo como material no disco, que vai se dirigindo ao centro e cai sobre a estrela recém-nascida em milhares de km por segundo. Porém, em vez de cair na protoestrela, uma pequena fração do material é ejetada na forma de jatos em alta velocidade que emanam dos polos norte e sul da estrela. Esses jatos são altamente variáveis, apontando para a existência de atividade energética nas regiões interiores.
O raio-X, no entanto, pode penetrar nessa região densa. Monitorando as variações na intensidade da emissão dos raios para a Ori V1647, os astrônomos puderam deduzir o que está acontecendo atrás do disco que contorna a estrela. A primeira observação da Ori durou de 2003 a 2006, e a segunda começou em 2008.
Durante as explosões, a estrela mostra um crescimento mais rápido de massa, o que significa um aumento na emissão de raios-X e na temperatura, que chega a 50 milhões de graus Celsius. "Nós achamos que a atividade magnética em torno ou na própria superfície estelar cria o plasma super-quente", diz Kenji Hamaguchi, principal autor do trabalho publicado no Astrophysical Journal. Esse comportamento pode ser sustentado pela constância de giros, quebras e reconexões de campos magnéticos que ligam a estrela e o disco, mas que rodam em velocidades diferentes. "A atividade magnética na superfície solar pode ser causada pela agregação de material", completa o pesquisador.
Além disso, descobriu-se que outra variação na emissão de raios-X se repete regularmente, com um período de cerca de um dia. Para uma estrela do tamanho da Ori, isso significa que ela esta girando tão rápido quanto é possível sem se partir em pedaços. Ao mesmo tempo, a matéria cai sobre a estrela formando pontos quentes em lado opostos da superfície. O ritmo das emissões de raio-X desde 2004 sugerem que, apesar do comportamento caótico, a configuração em larga escala do sistema estrela-disco se manteve estável.

Jornal do Brasil

CERN anuncia descoberta do que pode ser a 'partícula de Deus'


Cientistas Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (CERN) anunciaram nesta quarta-feira em uma conferência em Genebra, na Suíça, terem descoberto uma nova partícula subatômica que pode ser o tão procurado Bóson de Higgs, conhecido como a "partícula de Deus" e considerado crucial para entender a formação do Universo.
Joe Incandela, responsável máximo pelo Compact Muon Solenoid (CMS), um dos maiores detectores do LHC, situado na fronteira entre a França e a Suíça, afirmou que pesquisadores alcançaram um certo nível de "descoberta" a respeito do bóson de Higgs.
Segundo ele, uma partícula foi, de fato, encontrada. Por enquanto, o que falta aos pesquisadores é descobrir se essa partícula é o bóson de Higgs ou não. A equipe do CMS anunciou um excesso de 5 sigmas, o que equivale ao "padrão ouro" para anunciar descobertas, ou seja, uma chance menor que 1 em 1 milhão de ser uma coincidência. "Este resultado ainda é preliminar, mas achamos que é forte e sólido", afirma Incandela.
Fabiola Gianotti, representante do Atlas, outro importante detector do LHC, também confirmou a observação de uma nova partícula ao nível de 5 sigmas, o que implica que a probabilidade de erro é de uma em três milhões.
"Observamos em nossos dados sinais claros de uma nova partícula, ao nível de 5 sigmas, em uma região de massa ao redor de 126 gigaelétron-volts (GeV)", disse a porta-voz do Atlas durante a apresentação dos resultados deste experimento. O GeV é a medida padrão para a massa das partículas subatômicas. Um GeV é equivalente à massa aproximada de um próton. Gianotti destacou também que o excelente funcionamento do Grande Colisor de Hádrons (LHC) e "o esforço de muita gente nos permitiu chegar a esta emocionante etapa". Cientistas acreditam que a descoberta de uma nova partícula que pode ser o bóson de Higgs pode ser crucial na formação do universo.

O bóson de Higgs

O escocês Peter Higgs previu em um artigo publicado em 1964 no periódico científico Physical Review Letters que é uma partícula o que dá massa à matéria. Chamada de bóson de Higgs, em homenagem ao britânico, ela é mais conhecida como "partícula-Deus" ou "partícula de Deus" (esse segundo mais no Brasil) e seria a última peça no quebra-cabeça do Modelo Padrão, a teoria que descreve as partículas elementares.
Segundo o Modelo Padrão, os bósons são as partículas que interagem com outras e criam as forças fundamentais - forte e fraca, que atuam no núcleo atômico, e eletromagnética (há ainda a gravidade, para a qual alguns teóricos defendem existir o gráviton, ainda não comprovado). Higgs afirmou que a massa não seria das próprias partículas, mas resultado da ação de um bóson que reage mais com umas do que com outras.
Como isso ocorre? Os físicos explicam que as partículas colidem com o bóson de Higgs e ficam mais lentas, o que lhes dá massa - e isso difere elas das partículas de pura energia, como o fóton. Algumas colidem mais, outras menos, e isso explica a diferença na massa.
Tendo como primeiro objetivo achar o bóson de Higgs, o Centro Europeu de Pesquisa Nuclear (Cern, na sigla em francês) construiu o LHC, um dos experimentos científicos mais caros da história.

Jornal do Brasil

domingo, 1 de julho de 2012

Código Florestal: vamos dar nome aos bois


A cada dia, fica mais claro que Governo e Congresso enterraram o Código Florestal Brasileiro – sem anúncio, sem consulta à população nem discurso de despedida – e trabalham, em conjunto e com certo frenesi, para apresentar à nação o Código do Agronegócio - ou Código Agroambiental, como preferem os mais discretos.

Não bastasse os grandes equívocos cometidos pelo governo ao tentar remediar o que já não tinha remédio, a imprensa noticia que mais de 600 emendas já foram apresentadas aos vetos da presidente ao projeto aprovado pela Câmara e à medida provisória apresentada pelo governo, para uma nova apreciação, agora conjunta, do Senado e da Câmara dos Deputados.

Se ao menos a verdade fosse dita, a sociedade - que tomou partido em defesa do patrimônio natural do país, aderindo calorosa e confiantemente à campanha Veta tudo, Dilma -, saberia que, finalmente, estão dando nome aos bois e fazendo o que queriam desde o começo: desregulamentar totalmente o uso da terra no Brasil.

Substituir a defesa dos ambientes naturais estabelecidas com clareza no Código Florestal Brasileiro de 1965 por normas oportunistas que favorecem apenas os grandes negócios de terra no país é uma artimanha para acabar com instrumentos legais de proteção ao patrimônio natural que a população quer protegidos.
Os direitos gerais dos agricultores já estão assegurados claramente na Lei Nacional de Política Agrícola de 1991, aprovada livremente pela Congresso. A Lei de Política Nacional de Agricultura Familiar, em 2006, estabelece condições especiais para aqueles produtores que nela se enquadram.

Curiosamente, estas as duas legislações, que contemplam também as obrigações da agricultura com relação ao meio ambiente, poderiam facilmente ser transformadas em códigos agroambientais, se esta fosse a demanda do setor. Não é disso que se trata, evidentemente. O que o agronegócio quer é sepultar, definitivamente, a base das normas de proteção aos ambientes naturais representadas pelo Código Florestal, querem um ambiente livre de leis.

Assim, o que a nação vai assistir, depois do esquartejamento do Código, é um ajuste, em cascata, de toda a legislação brasileira, ambiental ou não, que utiliza os princípios esquartejados.

Hoje, a sociedade quer mais, exige de parlamentares e do governo uma visão mais ampla e focada no interesse público, em contraponto ao interesse tão particular dos ruralistas. Usar artimanhas é sinal de atraso político e não sustenta o tão propalado crescimento econômico. Não convence grupos acadêmicos, movimentos sociais e organizações do terceiro setor, que defendem novas premissas de desenvolvimento, onde degradar deixa de ser uma maneira de crescimento aceitável.

A população brasileira certamente tem orgulho e admira a pujança das mais variadas atividades econômicas desenvolvidas em nosso país, incluindo a agricultura, a pecuária, as atividades de produção de papel e celulose, do turismo, do setor industrial, dos serviços e assim por diante. Orgulho ou admiração não avalizam o princípio de que qualquer uma destas atividades tenha o direito de se apropriar desses recursos além dos limites que a natureza pode suportar e que as necessidades de toda sociedade impõem.

Ainda que a artimanha tenha sucesso, a médio e longo prazo os bois terão seus nomes bem conhecidos e identificados pelo mercado, onde cresce, em todo o mundo, a tendência de escolher fornecedores mais qualificados, inclusive do ponto de vista do tratamento dado pelos produtores ao patrimônio natural. Exceder o bom senso pode se transformar rapidamente num péssimo negócio. E pode também representar, cada vez mais, o desaparecimento de eleitores interessados em apoiar quem não pensa no Brasil e muito menos no futuro.

O ECO
 


Estudo: poluição em SP aumentaria 75% se metrô ficasse parado por um ano


Se o metrô da capital paulista deixasse de funcionar por um ano, a concentração de poluentes no ar aumentaria 75%, aponta pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Para fazer o cálculo, os pesquisadores compararam o nível de poluição atmosférica em dias normais com dias de greve dos metroviários.
O estudo mostra, ainda, que as mortes em decorrência de problemas cardiorrespiratórios aumentariam entre 9% e 14%, o que representaria um custo de US$ 18 bilhões à saúde pública do município. “A hipótese que a gente tinha é que, com o metrô parado, [haveria] mais carros nas ruas, mais ônibus, mas a gente não tinha realmente dimensão dessa magnitude”, disse à Agência Brasil Simone Miraglia, coordenadora do estudo e membro do Instituto Nacional de Análise Integrada do Risco Ambiental (Inaira).
Segundo dados do instituto, 90% da poluição do ar em São Paulo são gerados por carros, motos e caminhões. O transporte público corresponde a 55% dos deslocamentos na cidade, enquanto o transporte individual é responsável por 45%.
Foram analisadas duas greves com mais de 24 horas de duração, uma ocorrida em 2003 e outra em 2006. O estudo reuniu dados dos três dias antecedentes à greve e dos três dias posteriores. “Também consideramos um dia controle: um dia no mesmo mês da paralisação, mesmo dia de semana e com variáveis meteorológicas semelhantes”, explicou Simone Miraglia.
Em 2003, a concentração de poluentes no dia controle foi 41 microgramas por metro cúbico (µ/m3). No dia da greve, o índice aumentou para 101,49 µ/m3. As mortes adicionais associadas à poluição foram oito, o que representa um crescimento de 14%, de acordo com o estudo.
Já em 2006, o impacto foi menor. A concentração de poluição saltou de 43,99 µ/m3 no dia controle para 78,02 µ/m3 no dia da greve. As mortes adicionais foram seis, o que corresponde a um aumento de quase 9%.
Simone Miraglia aponta algumas hipóteses para a redução da concentração de poluentes no segundo ano de análise. “Um dos fatores é o programa de controle das emissões veiculares, tendo em vista que você tem carros que poluem menos. O aumento da malha metroviária também deve ser considerado. Há também a possibilidade de que os parâmetros meteorológicos estivessem mais favoráveis no ano de 2006.”
Para a pesquisadora, o estudo comprova a sustentabilidade do sistema metroviário de São Paulo. “Essas medidas de melhoria do meio ambiente em termos de poluição atmosférica representam um avanço na qualidade de vida da população. Cada real investido em transporte público de qualidade, você economiza em reais com a saúde pública. São investimentos de grande monta, mas deve-se lembrar dos benefícios que eles trazem”.

Jornal do Brasil

Ibama: falta de qualidade técnica de projetos é um dos principais entraves para licenciamento


A falta de qualidade técnica dos projetos de infraestrutura do país submetidos à análise do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) é uma das principais justificativas para a demora na conclusão dos processos de licenciamento ambiental. Ao assumir o órgão há pouco mais de um mês, Volney Zanardi disse que, em muitos casos, as autorizações e licenças não esbarram em questões ambientais, mas na própria viabilidade desses projetos.
“Fala-se muito que 'só falta a licença' [para execução de obras], mas, muitas vezes, tem outras coisas por trás, como a realidade socioeconômica da região que não foi considerada. São políticas públicas que acabam precisando ser tratadas para que o projeto se torne viável”, disse Zanardi em entrevista exclusiva à Agência Brasil. “O que poderia ser negociado no processo de planejamento acaba sendo tratado no licenciamento”, explicou o engenheiro.
Semana passada, por exemplo, a Petrobras anunciou o adiamento da instalação de plantas – como a da Refinaria do Nordeste, em Pernambuco, e do Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro (Comperj) – previstas inicialmente para 2014. A presidenta da estatal, Graça Foster, disse que as refinarias são essenciais, e serão construídas, mas explicou que a empresa vai avaliar a viabilidade de cada projeto, a disponibilidade de recursos, o alinhamento dos custos das novas refinarias e a disponibilidade de gás natural para plantas de fertilizantes e novas termelétricas.
No caso das obras de transposição do Rio São Francisco, vários pontos estão parados por problemas relacionados à gestão dos recursos hídricos, que é uma atribuição da Agência Nacional de Águas (ANA).
Zanardi explicou que poucos órgãos contam com núcleos especializados em meio ambiente em suas estruturas. A presença desses especialistas poderia, segundo ele, dar mais celeridade aos processos. “O licenciamento acaba sendo custoso e não otimizado. Às vezes [o órgão] tem a licença e não consegue cumprir, porque não tem pessoal qualificado para tratar da questão ambiental”, disse.
O presidente do Ibama também reconhece as limitações do órgão ambiental. A falta de organização e de padronização dos procedimentos de licença e autorizações e a qualificação de pessoal estão no topo da lista dessas limitações. “Com procedimentos mais claros, casa mais organizada e funcionários mais capacitadas, o processo de licenciamento tende a ser mais célere”, disse.
Na semana passada, o Ibama aprovou o Plano de Capacitação, no valor de R$ 2,7 milhões. Zanardi acredita que o projeto pode contar com mais recursos ao longo do ano, mas isso dependerá de captação, que ainda não foi iniciada. O desafio que o presidente recém empossado terá que enfrentar é estrutural. Como o plano de carreira para os servidores é pouco atrativo, os esforços em capacitação de pessoal podem continuar sofrendo rupturas com a eventual saída de servidores, em buscam melhores oportunidades.
“Temos dificuldade em reter o pessoal porque tem outras carreiras mais atrativas e isso diminui nossa capacidade de acelerar processo de qualificação no Ibama. Não é só hardware que precisamos, precisamos do software, que são nossos funcionários, mas temos um problema de estrutura da carreira”, disse Zanardi.

Agência Brasil

Extrato da semente da pitanga pode ajudar no combate à leishmaniose


Pesquisa desenvolvida pela Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos da Universidade de São Paulo (USP) de Pirassununga, feita com resíduos da semente de pitanga, pode ajudar no combate à leishmaniose. O extrato obtido, com parte da fruta rejeitada pela indústria e que corresponde a 30% do seu peso, poderá ser usado na produção de medicamento para combater a doença que é comum em países tropicais e subtropicais.
A leishmaniose é uma doença grave e que, se não tratada, pode levar à morte em até 90% dos casos, segundo o Ministério da Saúde. É transmitida por meio da picada de fêmeas de mosquito flebotomíneo. Como não existe vacina contra a doença, as medidas de combate da enfermidade se baseiam no controle de vetores e dos reservatórios, de acordo com recomendação da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Segundo a Organização Mundial da Saúde, são regiatrados pelo menos 500 mil novos casos de leishmaniose visceral anualmente.
Segundo o professor doutor Edson Roberto da Silva, que supervisionou a pesquisa, o método desenvolvido inibe a enzima essencial para o metabolismo do protozoário Leishmania, causador da doença.
De acordo com a pesquisadora Débora Nascimento e Santos, autora da tese de mestrado, iniciada em 2010, o estudo faz parte de um projeto desenvolvido no Brasil e na França e que tem como maior financiadora a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Para obter o extrato foram usados dois processos não convencionais. O primeiro, de extração feito na França, usou solvente pressurizado (etanol), que permite maior rendimento de extrato em um menor período de tempo. O segundo ocorreu no Brasil com fluído supercrítico, sob temperatura e pressão acima do nível crítico.
A pesquisadora informou que os estudos ainda estão em fase preliminar e que não há qualquer previsão de tempo e viabilidade da produção do medicamento para combater a doença em humanos. “Às vezes, uma substância tem um ótimo efeito contra um micro-organismo, mas é tóxica para a gente. Então, tem que fazer um teste para ver se ela é segura para consumo”, diz.
Ela ressaltou que, por ser mais comum no Hemisfério Sul, há pouco investimento em pesquisas por parte das indústrias farmacêuticas internacionais. “A leishmaniose é muito negligenciada pela indústria de medicamentos”, alerta Débora.

Agência Brasil