segunda-feira, 12 de outubro de 2015

3,1% das espécies de sapos já foram extintas


Desde os anos 70, a população de sapos se encontra em declínio. Novo estudo publicado em "Proceedings of the National Academy of Sciences" anuncia que pelo menos 3,1% das espécies de sapos foram extintas, e que outros 6,9% podem desaparecer no próximo século.

John Alroy, biólogo da Universidade Macquarie, na Austrália, e autor do estudo, computou as probabilidades de extinção de espécies de sapos do mundo inteiro ao criar um modelo estatístico baseado na frequência de avistamento e na última data de avistamento.

Os sapos correm risco por causa de uma série de fatores, incluindo epidemias provocadas por patógenos como o fungo B. dendrobatidis, desflorestamento, espécies invasoras e mudança climática.

Uol

Angus Deaton vence o Prêmio Nobel de Economia


Angus Deaton venceu o Prêmio Nobel de Economia 2015. A justificativa foi "sua análise do consumo, pobreza e bem-estar", que ajudou governos a melhorar suas políticas por meio de ferramentas como pesquisas residenciais e alterações tributárias. O anúncio foi feito na manhã desta segunda-feira (12) em Estocolmo, na Suécia.

Deaton é cidadão britânico e norte-americano. Nasceu em 1945 em Edimburgo, na Escócia. PhD em economia pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido, ele é professor de economia e relações internacionais na Universidade de Princeton, nos Estados Unidos, desde 1983.

O Nobel de Economia tem uma recompensa de 8 milhões de coroas suecas (US$ 950 mil, o equivalente a mais de R$ 3 milhões).

A Academia Real de Ciências da Suécia disse que o trabalho do microeconomista tem tido grande influência na formulação de políticas públicas, auxiliando, por exemplo, a determinar como grupos sociais diferentes são afetados por mudanças específicas em tributação.

"Para projetar uma política econômica que promova o bem -star e reduza a pobreza, devemos primeiro entender as escolhas de consumo individuais", disse o corpo premiações ao anunciar o prêmio. "Mais do que ninguém, Angus Deaton tem reforçado esse entendimento."

"Ao vincular as escolhas individuais detalhadas e resultados agregados, sua pesquisa tem ajudado a transformar os campos da microeconomia, macroeconomia e economia do desenvolvimento", destacou ainda a justificativa da Academia Real das Ciências da Suécia.

O trabalho pelo qual Deaton foi premiado é baseado em três questões centrais: como os consumidores distribuem seus gastos entre diferentes bens? Quanto da renda da sociedade é gasto e quanto é poupado? Como podemos medir e analisar melhor o bem-estar e a pobreza?

Reação do premiado
 
Em seus primeiros comentários públicos depois que recebeu o Nobel, Deaton declarou que, embora a pobreza extrema tenha diminuído drasticamente nos últimos 20 a 30 anos e ele espere que essa tendência se mantenha, não quer parecer um "otimista cego".

O economista afirmou que passa "muito tempo explicando que o mundo está-se tornando um lugar melhor", mas que "ainda há muito o que fazer".

Ele afirmou ter sido surpreendido pelo telefonema informando que tinha sido o vendedor do Nobel 2015.
"Sabia que meu nome estava na lista, mas há muitos nomes nesta lista, e nunca pensei que fosse provável receber o prêmio", declarou durante uma coletiva de imprensa na Universidade de Princeton.

Estudos sobre consumo
 
Segundo os estudos de Deaton, avaliar a distribuição de gastos dos consumidores é importante não apenas para explicar e prever padrões de consumo, mas também para avaliar a forma pela qual reformas políticas, como mudanças em impostos, afeta o bem-estar das pessoas em diferentes grupos sociais.

Nos anos 80, o professor desenvolveu o "sistema de demanda quase ideal", como forma de estimar como a demanda por cada mercadoria depende do preço de todos os produtos e rendimentos individuais.

Renda gasta e poupada
 
Para explicar a formação de capital e as magnitudes dos ciclos de negócios, é necessário entender a interação entre renda e consumo ao longo do tempo, destacou a Academia Real das Ciências da Suécia. Em estudos realizados nos anos 90, Deaton apontou que a teoria de consumo prevalecente não poderia explicar as relações reais do assunto se o ponto de partida fosse a renda e o consumo agregados.

Em vez isso, segundo o professor, deve-se analisar como as pessoas adaptam seus hábitos de consumo à sua renda individual, que flutua de maneiras diferentes.

De acordo com a Academia sueca, essa pesquisa demonstra claramente que a análise de dados individuais é a chave para para desembaraçar padrões em dados agregados, com uma abordagem que desde então se tornou amplamente adotada na macroeconomia moderna.

Bem-estar e pobreza
 
Em suas pesquisas mais recentes, Deaton destaca como medidas confiáveis de níveis individuais de consumo das famílias podem ser usadas para discernir mecanismos por trás do desenvolvimento econômico. O estudo aponta que há "armadilhas" quando se compara a extensão da pobreza em diferentes épocas e locais.

A análise de Deaton exemplifica como o uso inteligente de dados domiciliares pode lançar luz sobre questões como as relações entre renda e consumo de calorias, além da extensão da discriminação de gênero nas famílias.

Segundo a Academia sueca, o foco de Deaton em pesquisas domiciliares ajudou a transformar a economia do desenvolvimento de um campo teórico com base em dados agregados em um campo empírico com base em dados individuais detalhados.

G1

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Japão vai ter maior sistema de armazenamento de energia solar do mundo


A empresa japonesa Mitsubishi Electric vai construir em Fukuoka (no Sul do Japão) o maior sistema de armazenamento de energia solar do mundo, com capacidade de 50 mil kilowatts, confirmou nesta quarta-feira, 24 de junho, a agência noticiosa espanhola EFE.

O projeto, encomendado pela companhia elétrica japonesa Kyushu Electric Power e que conta com financiamento estatal, consistirá em uma rede de baterias, que ocupará extensão de 14 mil metros quadrados na localidade de Buzen e será capaz de fornecer eletricidade a 30 mil habitações.

O Japão tem como meta aumentar a produção de energias renováveis, de 22% a 24% do total, até 2030. O sistema permitirá armazenar o excesso produzido por fábricas de energia solar e oferecer um abastecimento estável, mesmo de noite ou quando baixa a produção devido a condições meteorológicas, explicou à EFE um porta-voz da Mitsubishi.

Maior do mundo

Uma vez construído, durante este ano, será o maior sistema de armazenamento do tipo em todo o mundo, segundo a mesma fonte, que assinalou existirem instalações semelhantes na Itália e em outros países asiáticos, mas de menor capacidade.

O Japão tem como meta aumentar a produção de energias renováveis, de 22% a 24% do total, até 2030, praticamente duplicando o nível atual.

* Publicado originalmente no site EcoD.

Fonte: Envolverde.

Vacina contra dengue tem aprovação de comissão de biossegurança


A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) aprovou, nesta quinta-feira (8), a liberação comercial da vacina contra dengue desenvolvida pela farmacêutica Sanofi Pasteur. Esta é uma das autorizações necessárias para que o produto seja lançado no Brasil. A empresa ainda aguarda a concessão do registro pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), que está analisando os documentos que foram apresentados pela farmacêutica em março.

A vacina teve de ser submetida à avaliação da CTNBio porque contém organismos geneticamente modificados (OGMs): ela combina o vírus da febre amarela com a parte dos vírus da dengue que provocam a resposta imune em quem recebe a vacina.

A comissão avaliou o produto apenas no que se refere à sua biossegurança. Esta foi a primeira vez que a comissão aprovou a liberação comercial de uma vacina desse tipo para humanos. O pedido de aprovação da vacina foi submetido à CTNBio em junho e tramitou em regime de urgência.

De acordo com a médica Sheila Homsani, gerente do departamento médico da Sanofi Pasteur, a conclusão da análise da vacina pela Anvisa é esperada para o fim do ano ou início do ano que vem. O produto já foi submetido à análise de órgãos regulatórios de 20 países, segundo Sheila.

Eficácia contra dengue
 
Estudos clínicos demonstraram que a vacina foi capaz de reduzir em 60,8% o número de casos de dengue em um estudo que envolveu quase 21 mil crianças e adolescentes da América Latina e Caribe. Em outro estudo, feito com mais de 10 mil voluntários da Ásia, a vacina conseguiu reduzir em 56% o número de casos da doença.

Outro estudo, feito a partir de uma análise combinada dos testes clínicos na Ásia e na América Latina, concluiu que a vacina é mais eficaz a partir dos 9 anos de idade. A partir dessa faixa etária, a vacina é capaz de proteger 66% dos indivíduos contra a dengue.

Mortes por dengue batem recorde
 
Nos oito primeiros meses de 2015, o número de mortes causadas pela dengue no país em 2015 foi de 693, e já constitui o maior índice anual desde que a doença começou a ser monitorada em detalhes, em 1990. O recorde anterior havia sido atingido em 2013, com 674 mortes.

Em 2015, foram registrados 1.416.179 casos prováveis de dengue no país (casos notificados com exceção dos descartados) até 29 de agosto. A incidência média da doença até agora para 2015 no país é de 699 casos por 100 mil habitantes. O número de casos de dengue até o fim de agosto quase ultrapassou o recorde registrado em 2013, quando o país teve 1.452.489 ocorrências da doença.

Ainda não há vacina contra dengue aprovada
 
Até o momento, não existe nenhuma vacina contra dengue aprovada no mundo. A vacina da Sanofi Pasteur é a que está em fase mais adiantada. Os documentos para registro do produto foram submetidos à Anvisa em março e a expectativa é que a agência conclua a análise até o fim do ano.

Mas existem outras iniciativas de desenvolvimento da imunização contra a dengue, inclusive por instituições brasileiras. O Instituto Butantan, em parceria com os Institutos Nacionais de Saúde dos Estados Unidos (NIH), desenvolvem um desses projetos. A CTNBio já aprovou, em agosto, a realização de testes clínicos de fase 3 com esta vacina.

Já a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) está envolvida em dois projetos. A farmacêutica japonesa Takeda também está na corrida pelo desenvolvimento de uma vacina contra dengue.

G1 

terça-feira, 6 de outubro de 2015

Relatores da ONU querem suspensão imediata do uso de pesticidas perigosos na agricultura


Relatores especiais das Nações Unidas emitiram, nesta segunda-feira (28), um apelo à comunidade internacional, solicitando que seja suspenso, imediatamente, o uso de pesticidas na produção de alimentos. A mensagem é direcionada às lideranças políticas e representantes do setor privado que se reúnem nessa semana, em Genebra, na 4ª Conferência Internacional de Gestão de Substâncias Químicas (ICCM).

“Os riscos são particularmente graves em países em desenvolvimento, muitos dos quais importam pesticidas altamente perigosos apesar de terem sistemas inadequados para diminuir os riscos”, afirmou o relator especial da ONU para os direitos humanos e substâncias e resíduos perigosos, Baskut Tuncak.

Segundo informações da Organização Mundial da Saúde (OMS) e da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), o uso dessas substâncias pode provocar câncer e efeitos tóxicos crônicos. De acordo com Tuncak, ações concretas para reduzir a utilização dos pesticidas perigosos não foram realizadas nos últimos anos, mesmo com o estabelecimento pela Cúpula da Terra, em 2002, de parâmetros para garantir sua eliminação.

A relatora especial da ONU para o direito à alimentação, Hilal Elver, destacou os riscos tanto para os consumidores, quanto para os produtores. “Frequentemente, os resíduos desses pesticidas perigosos são encontrados na comida que consumimos e isso impede o direito individual de ter acesso à alimentação segura e saudável. A exposição é particularmente séria para agricultores e suas famílias. Crianças são expostas às substâncias pelo leite materno”, destacou.


Informações da ONU Brasil, in EcoDebate

Agricultura orgânica deve crescer entre 20% e 30% no próximo ano


O Ministério da Agricultura divulgou, na quarta-feira (30), números sobre o mercado de orgânicos no País. Em 2014, a agricultura orgânica movimentou cerca de R$ 2 bilhões e a expectativa é que, em 2016, esse número alcance R$ 2,5 bilhões, segundo o setor.

Os produtos de orgânicos agregam, em média, 30% a mais no preço quando comparado aos produtos convencionais, de acordo com analistas do setor. Segundo Jorge Ricardo de Almeida Gonçalves, da Coordenação de Agroecologia do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a formação de preços depende especialmente do gerenciamento da unidade de produção, do canal de comercialização e da oferta e demanda dos produtos.

“Normalmente, os valores dos orgânicos são mais elevados que os dos produtos convencionais por terem uma menor escala de produção, custos de conversão para adequação aos regulamentos e processos de reconhecimento de sua qualidade orgânica”, assinala Jorge Ricardo.

Na sua avaliação, o produtor de orgânicos ainda carece de crédito diferenciado e de tecnologias e assistência técnica, além de infraestrutura e logística adequadas às características da produção e do mercado de orgânicos.

Atualmente, há 11.084 produtores no Cadastro Nacional de Produtores Orgânicos, gerenciado pelo Mapa. O banco de dados é liderado pelos estados do Rio Grande do Sul (1.554), São Paulo (1.438), Paraná (1.414) e Santa Catarina (999). Veja tabela abaixo.

A área de produção orgânica no Brasil abrange 950 mil hectares. Nela, são produzidas hortaliças, cana-de-açúcar, arroz, café, castanha do brasil, cacau, açaí, guaraná, palmito, mel, sucos, ovos e laticínios.

O Brasil exporta para mais de 76 países. Os principais produtos exportados são açúcar, mel, oleaginosas, frutas e castanhas.

Normatização

A legislação brasileira estabelece três instrumentos para garantir a qualidade dos alimentos: a certificação por auditoria, os sistemas participativos de garantia e o controle social para a venda direta sem certificação.

Os agricultores que buscarem a certificação por auditoria ou participativa poderão utilizar o selo oficial nos seus produtos. O selo é fornecido por organismos de avaliação de conformidade credenciados pelo Ministério da Agricultura. Eles são os responsáveis pelo acompanhamento e fiscalização dos produtos.
Os grupos de agricultores familiares que quiserem atuar na venda direta recebem uma declaração de cadastro emitida pelo Mapa.

O governo federal tem estimulado, em parceria com entidades públicas e privadas, a difusão da agricultura orgânica com cursos de capacitação, promoção de feiras orgânicas para o escoamento dos produtos e certificação da produção. A certificação garante a origem e a forma produtiva do alimento que chega ao consumidor, atestando que a produção está em harmonia com o meio ambiente.

Sistemas

Os produtores de orgânico destacam que a atividade tem impacto ambiental positivo, como a ampliação dos ecossistemas locais e a redução do aquecimento global.

A prioridade desse sistema é empregar matéria orgânica e adotar boas práticas que harmonizem os processos biológicos. Os produtos orgânicos são provenientes de sistemas baseados em processos naturais.
As técnicas para obter o produto orgânico incluem manejo da matéria orgânica, uso de adubação verde e biofertilizantes, consórcio e a rotação de culturas, emprego de sementes crioulas ou de variedades mais resistentes e adaptadas e utilização de controle fitossanitário biológico, mecânico ou cultural. Estes fatores garantem a qualidade dos alimentos orgânicos.

Fonte: Portal Brasil

domingo, 4 de outubro de 2015

É seguro reutilizar garrafa plástica de água?


Qual foi a última vez que você lavou sua garrafinha de plástico usada para tomar água? Essa mesma, que você usa para levar à academia ou ao parque, durante um passeio com as crianças? Ou a que fica na sua bolsa ou no seu carro por semanas.

Mas é seguro reutilizar essas garrafinhas? Há muitos mitos sobre essa prática. Abaixo, listamos o que é correto e o que não faz bem.

Há riscos de contaminação por compostos químicos?

Um dos mitos que circulam na internet é que as garrafas de plástico podem liberar na água componentes tóxicos para a saúde.

"Em termos gerais, não há problemas de segurança para a saúde reutilizar essas garrafas", disse Ana Trancoso, professora de Nutrição e Ciências Alimentares da Universidade de Sevilha, na Espanha, à BBC Mundo, o serviço em espanhol da BBC.

No entanto, há matizes interessantes nesse sentido, que convém ser analisadas.

A polêmica do BPA ou Bisfenol A

Segundo especialistas, está provado cientificamente que os recipientes de plástico duro a base de policarbonato, que contém o aditivo chamado Bisfenol A (ou BPA), podem, sim, liberar esse composto.

Um estudo feito pelo centro de Controle e Prevenção de Doenças dos EUA concluiu que mais de 90% dos americanos trazia essa substância na urina.

Em nosso cotidiano, estamos expostos ao BPA a todo momento, já que ele é usado para fabricar recipientes, mas também latas de alimentos e bebidas, além de recibos, extratos bancários, CDs, etc.

O que acontece, segundo a professora, é que a quantidade dessa substância liberada em garrafas é tão pequena que muitos órgãos reguladores de saúde não a consideram um perigo.

Mas, como ainda estão sendo conduzidos estudos sobre o assunto, por precaução, muitos países proíbem que mamadeiras contenham Bisfenol A.

No Brasil, a Anvisa proíbe a importação e a fabricação de mamadeiras com BPA desde 2012. Para as demais aplicações, o uso do composto é liberado.

Também está comprovado que esse tipo de plástico com BPA, se submetido a altas temperaturas, acaba multiplicando a liberação do composto. Mas as garrafas de plástico flexíveis conhecidas como PET não utilizam BPA.

Risco verdadeiro: um ninho de bactérias

Os especialistas concordam sobre o fato de que o maior risco para a saúde associado à reutilização de uma garrafa plástica está no nível microbiológico.
Por um lado, seu uso repetido pode causar rachaduras ou furos no plástico. "Sua resistência foi pensada para um único uso", lembra Ana Trancoso.

E essas falhas no material são um ótimo lugar para abrigar bactérias - o que pode ser um risco para a saúde.

Por outro lado, a menos que essas garrafas sejam lavadas regularmente, seu reúso acarreta uma contaminação bacteriana, com micro-organismos vindos da nossa própria boca, das nossas mãos ou mesmo da exposição ao meio ambiente.

Um estudo de 2002 publicado na revista especializada Canadian Journal of Public Health analisou amostras de 76 garrafinhas de água usadas por estudantes do ensino primário.

Algumas delas estavam sendo utilizadas por meses sem ser lavadas. E dois terços delas tinham níveis bacterianos que excediam o limite recomendado para água potável.

Segundo a professora, devemos considerar a garrafinha como qualquer outro item de nossa cozinha, sempre a lavando depois do uso.

A Associação Nacional de Empresas de Águas Envasadas da Espanha não recomenda reutilizar as garrafas.

"Se você bebeu diretamente da garrafa e se a encheu repetidas vezes com outro tipo de líquido ou alimento, o interior desse recipiente já não mantém mais suas condições iniciais de total assepsia, podendo, inclusive, ser contaminada com micro-organismos e bactérias", disse a organização.

Assim, se você insistir em reutilizar sua garrafinha, ao menos siga essas recomendações para minimizar os riscos: antes de usá-la, garanta que não há rasgos ou furos e a lave com um detergente suave depois de usada.

Uol

Projeto recupera 55 nascentes em ação contra a seca no Sertão de AL


Diante do agravamento da crise hídrica no Brasil, com proporções mais acentuadas na região Nordeste, assegurar água para o consumo humano, animal e para a agricultura em condições adequadas e com periodicidade regular tornou-se um desafio cada vez maior no semiárido alagoano.

A seca em estágio extremo avança no estado já afeta 14 municípios da região do semiárido. Dados do Laboratório de Análise e Processamento de Imagens de Satélites (Lapis), da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), expõem que o fenômeno da desertificação compromete a vida de 26% da população que vive no Sertão.

É neste cenário, em que áreas correm risco de desertificação, que uma Organização Não Governamental está desenvolvendo o projeto Renas-Ser, para recuperar nascentes de uso coletivo no semiárido alagoano.
No primeiro ciclo do projeto, a Organização de Preservação Ambiental (OPA) mapeou 716 nascentes no Alto Sertão e conseguiu recuperar 55 delas em dois anos, nos municípios de Água Branca, Pariconha e Mata Grande.

As medidas adotadas para a recuperação dos mananciais foram a limpeza e o cercamento da área para evitar a entrada de animais, o reflorestamento do entorno e a intervenção na saída do líquido, para que a água que antes era colhida direto da fonte fosse canalizada e armazenada em uma caixa d'água. Isso evita o contato direto com pessoas e animais.

“Na primeira etapa, demos prioridade às nascentes que atendem um número maior de famílias. Para isso, envolvemos as comunidades que fazem uso destes ‘olhos d’água’ tanto no trabalho de recuperação, como nas ações de educação ambiental”, expõe a coordenadora do Renas-Ser, Maria do Carmo Vieira.

“As fontes estavam lá para uso comum, no entanto, a situação em muitas delas era degradante. Com poucas preservadas, muitas outras estavam poluídas, com lixo, dejetos de animais e com a vegetação do entorno devastada”, relata Maria do Carmo.

Os sertanejos já sentem na prática os resultados destas ações. O agricultor José Pereira, morador do Sítio Batuque, em Água Branca, conta que voltou a ter uma alternativa para os períodos de estiagem.

"Quando o verão chega, a única água aqui no sítio é a da ‘fontinha’. Depois do trabalho que fizeram lá, está mais limpa e mais fácil de pegar. Antes tínhamos que esperar cada balde encher e dividir o espaço até com os animais que sujavam tudo. Agora, como a água cai na caixa d’água, basta abrir a torneira para encher o balde”, diz.

O diretor-executivo da OPA, Sérgio Leal, avalia que o resultado do projeto é reflexo do envolvimento das comunidades como protagonistas da ação. "Tanto que são os adultos que fazem a recuperação, com a orientação de técnicos, e as crianças participam de trabalhos que envolvem o reflorestamento e a conservação", expõe Leal.

Ele ainda enfatiza que ao participar de cada uma das etapas, as famílias passam a entender a importância da preservação das nascentes.

"Recuperar nascente é uma forma de dar qualidade de vida às pessoas que vivem nas comunidades sertanejas. Ensina-lás a preservar é uma forma de educar para que elas mesmas cuidem da água que consomem”.

Morador da comunidade Serra do Cavalo, também em Água Branca, o agricultor Alberício Leite dos Santos conta que sabe a importância de preservar as nascentes, já que elas são a única opção de abastecimento de água a muitas famílias.

“Lá no sítio, todo mundo faz uso da fonte. A água é usada no dia a dia para beber, cozinhar, lavar e cuidar dos animais. A água é pouca, mas o pouco ajuda porque seria muito difícil viver no Sertão no tempo seco”, comemora Alberício.

G1 Natureza