segunda-feira, 30 de março de 2020

Fabricantes de carro estão produzindo respiradores


Os respiradores são essenciais em quadros graves de Covid-19. Em meio a pandemia, governos de todo mundo estão na corrida para garantir o abastecimento. No Reino Unido, o próprio governo está pedindo a empresas que produzam tais aparelhos, enquanto nos Estados Unidos o presidente Trump ordenou a produção à GM e Ford.
O governo britânico afirma que o NHS (Serviço Nacional de Saúde) possui mais de oito mil respiradores disponíveis. Em semanas, pretende adquirir mais 30 mil. Para tanto, foi criado um consórcio de 14 empresas. A Jaguar Land Rover, Vauxhall e Rolls-Royce estão entre as fabricantes que aceitaram o pedido de Boris Johnson, o Primeiro-ministro do Reino Unido que está infectado com o coronavírus.
O objetivo é aproveitar a expertise de tais companhias na montagem e produção em massa, assim como seus recursos de design, tecnologia e engenharia. O uso de impressão 3D para peças é uma das tecnologias a serem usufruídas.
Já nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump afirmou que assinou um memorando ordenando que o governo use o “Ato de Produção de Defesa” para exigir que a GM (General Motors) produza respiradores imediatamente. A lei de 1950 permite, por exemplo, que o presidente possa obrigar empresas a aceitarem contratos para materiais e serviços essenciais.
Como de costume, Trump usou o Twitter para pressionar a Ford e GM na produção dos respiradores artificiais:

“A General Motors deve abrir imediatamente a fábrica estupidamente abandonada em Lordstown, em Ohio, ou alguma outra fábrica, e COMEÇAR A FAZER RESPIRADORES AGORA!!!!! FORD, COMECE A PRODUZIR VENTILADORES IMEDIATAMENTE!!!”, afirma Trump.
A GM anunciou que vai produzir respiradores e máscaras em parceria com a Ventec Life Systems, empresa de dispositivos médicos. Já a Ford afirmou que está “fazendo todos os esforços” para fabricar os respiradores, inclusive, trabalhando com a GM e a 3M.

Situação no Brasil

O Brasil possui hoje mais de 65 mil respiradores, sendo que 46 mil estão disponíveis no SUS e 18 mil na rede privada. Destes, 61 mil estão funcionando. Por aqui, a GM ajudará a consertar respiradores que não estão aptos para uso com ajuda do Senai.
Chevrolet, Citroën, Peugeot e Volkswagen também anunciaram medidas para ajudar no combate à Covid-19.
Outra boa notícia é que pesquisadores da Escola Politécnica (Poli) da USP estão desenvolvendo um ventilador pulmonar mecânico que poderá ser produzido rapidamente e com menor custo. “Enquanto um respirador convencional no mercado tem um preço mínimo de cerca de R$ 15 mil, o projeto da Poli permitirá produzir o equipamento a um valor em torno de R$ 1 mil”, afirma o Jornal da USP.
Ciclo Vivo

sexta-feira, 27 de março de 2020

Surto de coronavírus é reflexo da degradação ambiental


A Organização Mundial da Saúde (OMS) relata que um animal é a provável fonte de transmissão do coronavírus de 2019 (COVID-19), que infectou milhares de pessoas em todo o mundo e pressionou a economia global.
As doenças transmitidas de animais para seres humanos estão em ascensão e pioram à medida que habitats selvagens são destruídos pela atividade humana. Cientistas sugerem que habitats degradados podem incitar e diversificar doenças, já que os patógenos se espalham facilmente para rebanhos e seres humanos.
Segundo a OMS, os morcegos são os mais prováveis transmissores ​​do COVID-19. Porém, também é possível que o vírus tenha sido transmitido aos seres humanos a partir de outro hospedeiro intermediário, seja um animal doméstico ou selvagem.

Doenças transmitidas por animais

Os coronavírus são zoonóticos, o que significa que são transmitidos de animais para pessoas. Estudos anteriores constataram que a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS, em inglês) foi transmitida de gatos domésticos para seres humanos, enquanto a Síndrome Respiratória do Oriente Médio passou de dromedários para humanos.
“Portanto, como regra geral, o consumo de produtos de origem animal crua ou mal cozida deve ser evitado. Carne crua, leite fresco ou órgãos de animais crus devem ser manuseados com cuidado para evitar a contaminação cruzada com alimentos não cozidos”, comunicou a OMS.
“Os seres humanos e a natureza fazem parte de um sistema interconectado. A natureza fornece comida, remédios, água, ar e muitos outros benefícios que permitiram às pessoas prosperar”, disse Doreen Robinson, chefe para a Vida Selvagem no Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA).
“Contudo, como acontece com todos os sistemas, precisamos entender como este funciona para não exagerarmos e provocarmos consequências cada vez mais negativas”, complementou.

Sinal de alerta

O relatório “Fronteiras 2016 sobre questões emergentes de preocupação ambiental” do PNUMA mostra que as zoonoses ameaçam o desenvolvimento econômico, o bem-estar animal e humano e a integridade do ecossistema.
Nos últimos anos, várias doenças zoonóticas emergentes foram manchete no mundo por causarem ou ameaçarem causar grandes pandemias, como ebola, gripe aviária, febre do Vale do Rift, febre do Nilo Ocidental e zika vírus.
Segundo esse relatório, nas últimas duas décadas, as doenças emergentes tiveram custos diretos de mais de US$ 100 bilhões, podendo saltar para vários trilhões de dólares caso os surtos tivessem se tornado pandemias humanas.
Para impedir o surgimento de zoonoses, é fundamental endereçar as múltiplas ameaças aos ecossistemas e à vida selvagem, entre elas, a redução e fragmentação de habitats, o comércio ilegal, a poluição, a proliferação de espécies invasoras e, cada vez mais, as mudanças climáticas.
Ciclo Vivo