quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Indefinições marcam os preparativos para a Rio+20


Pesquisadores e representantes de organizações da sociedade civil falam para jornalistas sobre a Conferência da ONU que acontecerá no Rio de Janeiro, em 2012. Avaliações reforçam ceticismo sobre possíveis resultados do evento.
Realizado ontem, 11/8, na Câmara dos Deputados, o seminário “Radar Rio+20 para Jornalistas” reforçou a expectativa de que a conferência que ocorrerá no ano que vem, no Rio de Janeiro, não deve trazer resultados concretos imediatos para as negociações internacionais sobre meio ambiente. Alguns dos participantes do seminário, no entanto, apostam que a conferência pode ser palco de articulações e mobilizações importantes para a sociedade civil.
A Rio+20 pretende fazer um balanço dos desdobramentos da Rio-92 e discutir dois assuntos principais: economia verde e governança global para a erradicação da pobreza. A mudança climática, tema ambiental mais importante e polêmico dos últimos anos, não está na pauta da conferência, organizada pela ONU (Organizações das Nações Unidas), o que vem gerando críticas de pesquisadores, ONGs e governos.
O seminário teve como objetivo capacitar jornalistas para cobrir a conferência e foi promovido pelo ISA em parceria com o Instituto Vitae Civilis, o Centro de Estudos em Sustentabilidade (GVces) da Fundação Getúlio Vargas (FGV) e a Subcomissão Rio+20 da Comissão de Relações Exteriores da Câmara. Contou com a participação de pesquisadores, repórteres e assessores de comunicação de órgãos do governo, organizações e redes da sociedade civil.
Nos dias 19 e 20 de julho, no auditório da Fundação Getúlio Vargas, em São Paulo, uma primeira edição do seminário contou com a participação de jornalistas de sites especializados, assessores de comunicação e repórteres de jornais e revistas, que ouviram os palestrantes Aron Belinky, do Instituto Vitae Civilis; José Correa, do Grupo de Reflexão e Apoio ao Fórum Social Mundial (Grap); Ricardo Abramovay, da Faculdade de Economia e Administração da USP; e Rubens Born, do Instituto Vitae Civilis. Em Brasília, os palestrantes foram Tony Gross, sócio-fundador do ISA e pesquisador da Universidade das Nações Unidas, Aron Belinky, do Vitae Civilis, Ricardo Abramovay (FEA/USP) e Pedro Ivo Batista, do Comitê Facilitador da Rio+20.
Os dois seminários fazem parte do projeto Radar Rio+20 que tem apoio da Fundação Ford. A iniciativa prevê ainda a elaboração e distribuição de um manual básico sobre a Rio+20 para jornalistas e um hotsite destinado ao público em geral. Ambos serão lançados ainda no segundo semestre de 2011.

ISA, Instituto Socioambiental

domingo, 28 de agosto de 2011

NOTA DE REPÚDIO


POR FAVOR, ESPALHEM!!! É DE IMPORTÂNCIA E INTERESSE PÚBLICO!!!

COLEGAS PROFESSORES 
 
Envio este e-mail com a esperança de chegar ao conhecimento de todos os professores, políticos, senadores, deputados, vereadores, presidente da republica, pais, alunos, enfim de todo o Brasil, a realidade da nossa Educação: O discurso Hipócrita sobre a valorização da educação, DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO, OS PROFESSORES.
 
Meu nome é Líbna Naftali Lucena Ferreira, sou professora de Artes Visuais da rede de ensino municipal de Monteiro, cidade localizada na microrregião do Cariri Ocidental da Paraíba, à 300 KM da capital João Pessoa. Pois bem, estou passando por grandes dificuldades, além de constrangimentos, com risco de ser exonerada do cargo de PROFESSORA, agora o motivo é risonho, absurdo: simplesmente pelo fato de ter passado no mestrado em artes visuais na UFPB e requer uma licença para cursar o mestrado. Meu Deus, eu pensei que seria uma satisfação para sistema educacional do município ter no quadro de professores uma mestranda, pelo contrario estão me obrigando a voltar para sala de aula, me atende mal, o discurso deles é que eu não tenho direito, além de dizer na minha cara que não é de interesse público.
 
Fui na minha inocência falar com a Prefeita do município, depois de dá entrada em muitos requerimentos solicitando a licença e ser todos indeferidos, esta que ganhou o prêmio de melhor prefeito da região Norte/Nordeste, ela falou que não era de interesse da prefeitura e sim meu, pois só iria enriquecer o meu currículo, depois disso eu fiquei sem palavras, só agradeci atenção e sair. 
 
Na minha persistência novamente depois de muitas idas lá, fui falar com a secretaria de Educação, e mais uma vez fiquei abismada com o discurso tão fajuta dos gestores sobre a Educação. A secretaria de EDUCAÇÃO falou: Líbna você está fazendo mestrado em quê? eu Respondi em Artes Visuais, minha área de atuação. E Ela disse: Você sabe que agente dá prioridade para as disciplinas essenciais. Eu disse: disciplinas essenciais!? Ela disse: Sim, Português, Matemática. É para não acreditar, não é mesmo? Mas foi exatamente isto que ela falou, uma secretaria de educação com preconceito com todas as outras disciplinas e principalmente com a minha Artes, lógico que eu repliquei: Secretaria, Artes é uma área de conhecimento, obrigatória em todas as fases do ensino básico de acordo com a LDB 9.394/96, mas neste momento ela exaltou-se, e para evitar mais um constrangimento, cale-me. Novamente, oriento-me fazer um novo requerimento, acho que o 10º, e disse não é mais comigo, agora vai ficar a critério do Secretario da Administração e do judiciário, segui suas orientações. Além disso, ela ainda falou que primeiro pensa no melhor para os alunos depois os professores, pensei comigo mesmo: uma professora qualificada, especializada não será bom para os alunos?
 
Mas, a novela não terminou recebi um telefonema da secretaria da administração para comparecer na secretaria, ao chegar recebi o despacho da solicitação da licença INDEFERIDO, não era mais novidade para mim, e em conversa com o secretario ele comunicou que não tinha direito a licença e não podia passar por cima da lei, ainda falou que não era de interesse público, eu o questionei e ele explicou que o ministério publico não entende a contratação de uma pessoa para substituir enquanto faço o meu mestrado por 2 anos, e ainda falou que a solução é contratar um advogado, e enquanto não se resolve eu devo permanecer em sala de aula, pois na ausência de 30 dias posso ser exonerada por motivo de abandono de cargo.
 
Agora eu me pergunto, como vou permanecer em sala de aula se estou a 300 km de Monteiro, fazendo o mestrado? Será que realmente vou perder meu emprego? Isto é o discurso medíocre, hipócrita da valorização do profissional da educação.
 
Desde o momento que comuniquei que tinha passado na seleção do mestrado, não tive um incentivo sequer, um apoio, felicitação, por parte da administração: educação, administração, ao contrario só muitos não, barreiras, impasses, e constrangimentos, de chegar em casa arrasada.
 
Espero que todo o Brasil tenha conhecimento deste ABSURDO, que está acontecendo em MONTEIRO/ PARAÍBA, um município que está lutando para conquistar o selo UNICEF, que tem como slogan a cidade da ARTE E CULTURA, que contradição, não acha? Discriminando a disciplina Artes, com o discurso de não ser essencial. Logo sabendo que o UNICEF valoriza tanto a educação e principalmente a Arte. Será que realmente o município de Monteiro irá conquistar o selo UNICEF?
 
 
FICA O AQUI O MEU REPÚDIO, E A MINHA INDIGNAÇÃO.
      DIVULGUEM POR FAVOR
 
Líbna Naftali
Arte/ Educadora - Mestranda em Artes Visuais UFPB

sábado, 27 de agosto de 2011

Quem foi Milton Santos



Geógrafo baiano (3/5/1926-). Autor de mais de 40 obras publicadas no Brasil, França, Inglaterra, Portugal e Espanha, ganhador do Prêmio Internacional de Geografia Vautrin Lud (1994), espécie de Nobel de sua especialidade. É consultor da ONU (Organização das Nações Unidas), da Organização dos Estados Americanos (OEA) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT).
Milton Almeida dos Santos nasce em Brotas de Macaúbas, filho de professores primários. Alfabetizado pelos pais, começa o ginásio em Salvador em 1937. Com 15 anos, já dá aulas particulares de geografia. Estuda direito, chega a advogar em Ilhéus, mas paralelamente ensina geografia em escolas públicas.
Mais tarde se muda para Salvador, onde continua lecionando, agora em universidades, além de trabalhar como repórter no jornal A Tarde. Em 1950 doutora-se em geografia pela Faculdade de Estrasburgo, na França. Com o golpe militar, em 1964, passa 100 dias preso em Salvador. Libertado, deixa voluntariamente o país e segue para a França.
É nomeado professor da Universidade de Bordeaux e ensina na Sorbonne, em Paris. Posteriormente vai para os Estados Unidos (EUA), onde faz pesquisa no Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) e dá aulas na Universidade de Columbia, em Nova York. Também ensina em Toronto, no Canadá, e presta consultoria sobre questões urbanas aos governos da Argélia e de Guiné-Bissau.
Volta ao Brasil em 1977. Em 1984 é aprovado em concurso da Universidade de São Paulo (USP), na qual é hoje professor emérito.
Algo sobre

sexta-feira, 26 de agosto de 2011

Ministros do Meio Ambiente pedem alterações profundas no projeto do Código Florestal



Em audiência no Senado, ex-ministros do meio ambiente foram unânimes em afirmar que o projeto de alteração no Código Florestal, sob análise na Casa, é um retrocesso, e que, além de diminuir a proteção aos biomas brasileiros, traz mais insegurança jurídica.
A sintonia foi fina. Mesmo pertencendo a grupos políticos distintos, os quatro ex-ministros de Meio Ambiente que participaram, nesta quarta-feira, 24/8, de audiência pública no Senado, foram veementes ao alertar que o projeto do novo Código Florestal, aprovado pela Câmara dos Deputados, fará o país andar para trás na proteção a seus biomas. Segundo eles, o projeto tem como único objetivo legalizar ocupações hoje consideradas irregulares, sem se preocupar em trazer inovações que façam com que a legislação seja melhor aplicada daqui para frente.
Cheque em branco
Para o deputado Sarney Filho, ministro do governo Fernando Henrique Cardoso (1999-2002), “o texto aprovado espelha, acima de tudo, a decisão política de consolidar, de tornar regulares, variados tipos de ocupações ocorridas em desacordo com a lei florestal, notadamente nas áreas rurais.” E acrescentou: “Elege-se uma data mágica, 22 de julho de 2008, data da mais recente regulamentação da lei de crimes ambientais, e passa-se um verdadeiro cheque em branco para as ocupações anteriores a essa data possam ser legalizadas mediante programas de regularização extremamente vagos.”
Ele pontuou várias das incoerências do texto aprovado pela Câmara, o qual apenas simularia proteção. “Tem-se hoje em pauta no Senado um texto com sérias brechas para que as diferentes normas protetivas sejam descumpridas. Mantém-se em tese as áreas de preservação permanente, mas a largura das faixas protegidas ao longo dos corpos d’água deixam de ser mensuradas pelo nível mais alto das águas. Mantém-se em tese as APPs, mas se reduz a proteção dos mangues ao se diferenciarem os salgados e os apicuns. Mantém se em tese as APPs, mas no texto aprovado, especialmente em seu artigo 8º, na prática, se admite todo e qualquer tipo de atividade nesses locais, independentemente dos programas de regularização”. Ele foi enfático ao afirmar que o texto representa um grande retrocesso.
Atenua, mas não resolve
Para José Carlos Carvalho, também ministro no governo FHC (2002) e ex-secretário de Meio Ambiente de Minas Gerais na gestão do hoje senador Aécio Neves (PSDB/MG), o texto, além de diminuir a proteção a várias áreas ambientalmente importantes, continua com os mesmo vícios da legislação anterior. “Estaremos perdendo uma oportunidade histórica se insistirmos apenas em instrumentos de comando e controle”. Segundo ele, é o momento de se introduzir na lei os instrumentos econômicos necessários para apoiar o seu cumprimento. “É necessário criar os meios para que o agricultor familiar possa cumprir com a obrigação de recuperar e proteger. Atenuar a proteção das florestas, que foi o caminho escolhido pelo projeto, apenas vai diminuir o tamanho do problema, mas não vai resolvê-lo. Mesmo que ele tenha que recuperar apenas 15 metros, como vai fazer isso sem apoio financeiro? Se o projeto for aprovado dessa forma, daqui a 20 anos vamos ter que voltar a discutir o assunto e pedir uma nova anistia”. Para Carvalho, o texto “é mandatório, quando trata de comando e controle, e meramente declaratório, quando trata de uma questão essencial que são os incentivos econômicos, financeiros, fiscais e creditícios para que o agricultor possa fazer aquilo que a lei exige que ele faça.”
O ex-ministro lembrou que todas as vezes que o Parlamento foi chamado a se pronunciar para decidir sobre o patrimônio florestal brasileiro, decidiu de maneira afirmativa pela sua proteção. Respondendo a uma questão feita pela Senadora Ana Amélia (PP/RS), disse ser necessário desmitificar essa história de que a legislação florestal foi sendo modificada por decretos e resoluções elaboradas por grandes ONGs internacionais. “Todas as grandes modificações na legislação foram votadas por esse Congresso, sejam em 1965, em 1986 ou 1989. A única modificação feita sem o aval dessa casa foi por meio de uma MP, a qual está há 10 anos esperando análise por parte dos parlamentares”. Segundo ele, o texto está cheio de incongruências, o que aumentará a insegurança jurídica dos produtores rurais, contrariando, portanto, um dos apelos da bancada ruralista. “É possível ler, no mesmo texto, dispositivo que manda recompor (florestas e áreas de proteção) e dispositivo que desobriga recompor.”
O senador Eduardo Braga (PMDB-AM), que participou do debate como presidente da Comissão de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT), admitiu que o texto foi construído de forma a permitir a anistia a quem cometeu desmatamento no país. “É um projeto que olha apenas para o retrovisor”.
O ex-ministro Carlos Minc (2008-2010), atual secretário estadual de Meio Ambiente do Rio de Janeiro, também reforçou a tese de que o texto favorece desmatamento. “A possibilidade de aumento da produção agrícola, que é o sustentáculo da balança comercial, sem a necessidade de desmatar, é um fato consensual. No entanto, o texto em discussão na Casa não reflete esse consenso e abre caminho para desmatar em encostas de morros e até em reservas legais.” Ele citou o exemplo do art.38, que permite que um proprietário que desmate sua reserva legal possa compensá-la em outro Estado, onde o valor da terra é mais barato, e ainda usando metade da área com espécies exóticas, que tem algum valor econômico, mas nenhum para a biodiversidade. “Essa regra é um incentivo ao desmatamento, e não poderia valer para novas ilegalidades”.
O Brasil de olho no Senado
A ex-ministra (2003-2008) e ex-senadora Marina Silva destacou a expectativa do país diante do tratamento que os senadores vão dar ao assunto. “Neste momento, os olhos do Brasil estão voltados para o Senado brasileiro. Cerca de 80% dos brasileiros, segundo a pesquisa Datafolha, são contra a aprovação desse relatório nos termos em que foi aprovado na Câmara.”
Para Marina, o Senado tem a possibilidade de fazer o “realinhamento” entre representantes e representados, já que 80% dos deputados votaram a favor do projeto rejeitado pela maioria dos cidadãos. “Há um descompasso entre a vontade da sociedade e aquilo que os deputados votaram. Somos eleitos para representar e não para substituir as pessoas. Queremos que nossos representantes não nos substituam e busquem pelo menos mediar os diferentes interesses para que tenhamos um texto à altura das florestas brasileiras e da agricultura brasileira.”
Ela lembrou que a presidente Dilma Rousseff, no segundo turno da eleição presidencial, respondeu por escrito que vetaria qualquer proposta que significasse aumento no desmatamento e anistia a desmatadores.
Emenda 164 é veneno dissolvido no texto
Para Marina, seria um equívoco o Senado entender que basta modificar o artigo 8º, introduzido pela emenda 164, para resolver o problema. “Seria uma vitória de Pirro. A emenda 164 é um veneno que foi dissolvido em todo o projeto”. O artigo 8º desobriga a recuperação de todas ocupações irregulares feitas em áreas de proteção permanente (APPs) até 2008 e abre margem para que novas ocupações agropecuárias sejam legalizadas, o que acaba, na prática, retirando a proteção a beiras de rio, encostas e topos de morro.
Segundo a ex-senadora, a demanda da bancada ruralista por modificação na legislação reflete a resistência que muitos setores da sociedade têm em respeitar limites impostos pelo bem comum. “O problema nosso é que temos uma cultura na qual não gostamos de senões”.
Fonte de recursos para financiar a recuperação?
O senador Rodrigo Rollemberg (PSB/DF), presidente da Comissão de Meio Ambiente, fez aos palestrantes uma ótima provocação. Relatou que está sendo discutida no âmbito do Governo Federal a renovação das concessões para exploração de hidrelétricas antigas, as quais vencem em 2015. Como os custos de implantação dessa usinas já foram amortizados, na renovação desses contratos é possível se praticar tarifas muito menores do que as atuais. Segundo um estudo da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), é possível economizar, apenas para esse conjunto de hidrelétricas, algo em torno de 980 bilhões de reais nos próximos 30 anos em tarifa de luz. Segundo o senador, poderíamos aproveitar pelo menos parte dessa folga financeira (R$ 30 bi/ano) para financiar a recuperação florestal no país, já que o desmatamento ilegal, ao induzir a erosão, é um fator que acelera a diminuição da vida útil dos grandes reservatórios. Os palestrantes responderam positivamente.
Voto na CCJ dia 31
O senador e também relator Luiz Henrique da Silveira (PMDB-SC), disse que apresentará seu voto na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), na reunião da próxima quarta-feira (31). Prevendo que haverá pedido de vista coletiva, Luiz Henrique avalia que o relatório poderá ser votado na reunião seguinte, no dia 6 de setembro.
Se ocorrer nessa data, no entanto, a votação antecederá a audiência pública com juristas, que se realizará no dia 13/9, e que debaterá justamente os problemas jurídicos do projeto. Nessa audiência estarão presentes o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Antonio Dias Toffoli, e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Antonio Hermann Benjamin.
Após votação na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ), o texto segue para exame das comissões de Ciência, Tecnologia, Inovação, Comunicação e Informática (CCT) e de Agricultura e Reforma Agrária (CRA), onde Luiz Henrique também é relator, e na Comissão de Meio Ambiente, Defesa do Consumidor e Fiscalização e Controle (CMA), onde será relatado pelo senador Jorge Viana (PT-AC).
Para Jorge Viana, o clima no Senado para as discussões do texto está bem diferente do que prevaleceu na Câmara. “Lá, o clima ficou contaminado pelo enfrentamento entre as posições, parecendo que se votava uma lei para decidir o interesse de um lado ou de outro, quando é uma lei que põe em jogo o interesse nacional, e não de segmentos. No Senado o clima está mais tranquilo e, se permanecer assim, é possível que a gente vote o projeto até o começo de novembro”, disse ele, em entrevista ao ISA. Após a votação, o projeto voltará à Câmara, que analisará as mudanças feitas pelos senadores. 

Instituto Socioambiental
www.socioambiental.org

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Vestibular 2011 - Geografia




1.Em relação ao quadro físico, a América Central apresenta altas taxas de analfabetismo e mortalidade, e baixa expectativa de vida, como é o caso do Haiti e também da Guatemala. A maioria dos países da América Central tem como base econômica o sistema “Plantation”, que significa:
a)     a)  Monocultura voltada para o mercado externo;
b)     b)  Policulturas voltadas para o mercado externo;
c)      c) Monocultura voltada para o mercado interno;
d)    d)  Policulturas voltadas para o mercado interno e externo;
e)      e) Monocultura voltada para o mercado externo e também interno.  

2.Em 1957, através da assinatura do Tratado de Roma formou-se o antigo mercado comum europeu. Inicialmente este mercado reunia seis países:

a)Bélgica, Portugal, Luxemburgo, França, Itália e Alemanha;
b)Bélgica, França, Grécia, Holanda, Suíça e Dinamarca;
c)Alemanha, Grécia, Portugal, Suécia, França e Itália;
d)Bélgica, Holanda, Luxemburgo, França, Itália e Alemanha;
e)Dinamarca, Alemanha, Suíça, URSS, Itália e Holanda.

3.Ultimamente, o mundo econômico só tem olhos para a China e para a Índia, que apresentaram um crescimento de 10% e superior a 6%, respectivamente. Os investidores mundiais só falavam nesses dois países no recente Fórum Mundial de Davos, na Suíça, desconsiderando regiões tradicionais, como a América Latina. O crescimento da Índia chama atenção porque:
a) o país apresenta um desenvolvimento sustentado, com base na indústria pesada, instalada depois da II Guerra Mundial;
b) desenvolveu uma espetacular tecnologia nuclear, levando os EUA a assinarem um acordo que permite o enriquecimento do urânio;
c) abriu sua economia na última década do século XX e é um dos maiores produtores de sofware do mundo;
d) possui imensa jazida de petróleo, o que o atrai o interesse de norte-americanos e europeus, carentes do produto;
e) é, na atualidade, o maior fabricante de produtos eletrônicos do mundo, superando a produção chinesa e a japonesa.

quarta-feira, 24 de agosto de 2011

Quem foi Josué de Castro




Josué de Castro é uma destas figuras marcantes de cientista que teve uma profunda influência na vida nacional e grande projeção internacional nos anos que decorreram entre 1930 e 1973. Ele dedicou o melhor de seu tempo e de seu talento para chamar a atenção para o problema da fome e da miséria que assolavam e que, infelizmente ainda assolam, o mundo.
Nascido no Recife e graduado em medicina pela Universidade do Brasil em 1929, hoje Universidade Federal do Rio de Janeiro, logo nos primeiros anos de formado, entendeu que “a fome” estava presente na vida de grande parte da população brasileira.
Crítico das especializações, seu trabalho científico foi marcado pela multidisciplinaridade. E a fome foi sua principal e corajosa escolha. Mas além da fome, também estudou questões de interesse global que lhe são relacionadas, como o meio ambiente, o subdesenvolvimento e a paz.
A apropriação injusta e ilegal da generosidade e abundância dos recursos da natureza, é, segundo Josué, responsável pelo subdesenvolvimento, gerador de miséria e a fome. A paz dependeria, fundamentalmente, do desarmamento aliado a um equilíbrio econômico do mundo, a partir de uma distribuição da riqueza visando o verdadeiro desenvolvimento a ser buscado, o humano.
Foi um cientista incansável e, na metade do século passado, contrariando o pensamento então dominante, empreendeu trabalho científico que desnaturalizava a fome.
Ao escrever, em 1946, o festejado livro “Geografia da Fome” afirmava que a fome não era um problema natural, isto é, não dependia nem era resultado dos fatos da natureza, ao contrário, era fruto de ações dos homens, de suas opções, da condução econômica que davam a seus paises.
Nas obras científicas que se seguiram, Josué ampliou suas convicções e aprimorou seus conceitos, visando sempre a inclusão social. Compreendeu que era imprescindível aumentar a renda do trabalhador, e foi um dos precursores na defesa do salário mínimo. Sabia dos males que a nutrição deficiente, nas crianças, poderia acarretar, e ajudou a formular a política de merenda escolar, iniciativa que ainda hoje atende a expressivo número de estudantes em nosso País. Na agricultura familiar, tinha certeza, estaria a melhor forma de fixar o homem no campo e possibilitar sua alimentação. Assim, combateu o latifúndio e defendeu a reforma agrária. Recebeu o Prêmio Internacional da Paz e indicações para receber o Prêmio Nobel da Paz. Percebeu, prematuramente, as agressões que sofria o meio ambiente e colocou-se como um combatente ecológico, em tempos em que até a expressão ainda era novidade.
Após uma longa carreira de êxitos científicos, Josué de Castro teve seus direitos políticos cassados pelo regime militar que dominou o país a partir de 1964. Exilou-se em Paris onde passou a lecionar na Sorbonne, e onde morreu em 1973, sem ter voltado vivo ao seu país. Morreu sem mesmo ter recebido oficialmente e nominalmente anistia . O cidadão do mundo Josué de Castro não viveu para ver restabelecida sua condição de cidadão brasileiro. Foi um profeta, um homem a frente de seu tempo.
Entendia que o desequilíbrio, provocado pela desigualdade econômica, poderia ocasionar mais estragos para a humanidade do que as diferenças ideológicas. “O que divide os homens não são as coisas, são as idéias de que eles têm das coisas, e as idéias dos ricos são bem diferentes das idéias dos pobres”, pregava, com surpreendente clareza, para os tempos da guerra fria.
Foi, ainda, capaz de prever a ampliação da chamada globalização, na qual a vida econômica é comandada pelas empresas, representando os Estados que são meros executores da política territorial e econômica das mesmas. Processo que aumenta a concentração geográfica e acentua as diferenças regionais, contrariando o desenvolvimento humano.
Entretanto, a modernidade e a globalização que Josué previu e desejou seria aquela em que a tecnologia mais avançada seria utilizada para melhor distribuir a riqueza, quer do ponto de vista geográfico, quer do econômico, e trazer uma era de bem-estar e de verdadeiro progresso para a humanidade.
O ano de 2008 assinalou o centenário de nascimento de Josué de Castro. Um brasileiro cuja trajetória de vida merece ser lembrada. Médico, escritor, político, professor, cientista social, um homem de múltiplos saberes e de ações que sempre visavam atender os anseios dos mais pobres, especialmente daqueles que enfrentavam o problema da fome e suas conseqüências.

"Denunciei a fome como flagelo fabricado pelos homens, contra outros homens".
Josué de Castro
 
Anna Maria de Castro
Professora titular da UFRJ
Doutora em Sociologia Aplicada
(filha de Josué de Castro)