quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Casos de câncer causados por agrotóxicos aumentam em Unaí


Representantes de movimentos sociais, professores e membros do Poder Judiciário defenderam, em audiência pública da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa de Minas Gerais, que os casos de câncer em adultos e crianças motivados pelo consumo e contato com agrotóxicos está crescendo na cidade de Unaí e na região Noroeste do Estado. O tema foi debatido nesta quarta-feira (12/12/12), em reunião solicitada pelo deputado Rogério Correia (PT), que tratou, ainda, da criminalização de militantes vinculados a movimentos ambientais e sociais.

De acordo o parlamentar, o assessor de Comunicação da Pastoral da Terra, Frei Gilvander Luís Moreira, estaria sendo ameaçado de morte e prisão por juiz local, por ter disponibilizado um vídeo na internet, que traz depoimentos sobre os efeitos dos agrotóxicos na região. Ele explicou que, apesar da realidade local ser de amplo conhecimento público, o Poder Judiciário tem protegido as empresas que fazem uso dos defensivos e criminalizado os movimentos sociais. “É um fato inusitado. O feijão produzido em Unaí está envenenado e a punição recai sobre quem denuncia”, indignou-se.



Frei Gilvander confirmou as denúncias e apresentou o vídeo com depoimento sobre o uso de tóxicos no feijão. Ele destacou o fato de a cidade estar preparando a construção de um hospital do câncer, apesar de ter cerca de 100 mil habitantes. “Nenhuma cidade no Brasil desse porte conta com um estabelecimento de saúde especializado para esse fim. É mais uma prova de que o problema é grave”, reforçou.

revistaecologico
 

Pobreza, produto do agronegócio


Segundo pesquisa, regiões da Alta Mogiana e Pontal do Paranapanema registraram aumento da industrialização do campo e crescimento da pobreza
Uma pesquisa de mestrado da Universidade Estadual Paulista (Unesp) mostrou que existe uma relação entre a expansão de atividades do agronegócio e o crescimento da pobreza em áreas específicas do estado de São Paulo. Segundo o estudo, regiões reconhecidas pela força agroindustrial estão passando por um processo de concentração de renda, de terras e de pobreza. O levantamento sinaliza ainda que o agronegócio aproveita a vulnerabilidade das regiões para se instalar e criar raízes. Intitulado São Paulo Agrário: representações da disputa territorial entre camponeses e ruralistas de 1988 a 2009, o estudo é do pesquisador do Núcleo de Estudos, Pesquisas e Projetos de Reforma Agrária (Nera), Tiago Cubas. Ele trabalha com dados como o Índice de Pobreza Relativa, Índice de Gini e de Concentração de Riqueza para revelar uma situação de contradição.


Hoje a população rural do estado é de 1,7 milhões de habitantes, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 1980 era de 2,9 milhões. De acordo com a pesquisa, a região do entorno da cidade de Ribeirão Preto, a chamada Califórnia Brasileira, é uma das que mais aumentaram o abismo econômico entre a população durante os anos de 1988 a 2009. Situação semelhante também ocorreu no entorno das cidades de Araraquara e Campinas e nas regiões do Pontal do Parapanema – principalmente no entorno dos municípios de Presidente Prudente e Araçatuba, e do Vale do Ribeira, entorno do litoral sul paulista e de Itapetininga (veja mapa abaixo). Dos 645 municípios paulistas cadastrados para mapeamento, apenas 228 municípios conseguiram amenizar a intensidade da pobreza no período pesquisado. No restante, a miséria aumentou.
O autor mostra que as regiões onde isso ocorreu são espaços do desenvolvimento do agronegócio, especialmente da monocultura da cana-de-açúcar. É o caso da Região da Alta Mogiana (Ribeirão Preto, Araraquara e Campinas), onde a cana é preponderante. A área do Pontal do Parapanema, tradicionalmente reduto da pecuária no estado paulista, também sofreu com a expansão da monocultura. “Isso pode significar que o agronegócio escolhe as áreas mais vulneráveis para se instalar e, assim por diante, acirrar as desigualdades sociais e degradar o meio ambiente”, explica o pesquisador.
Além de terem se tornado mais desiguais socialmente, essas regiões são as que mais registram conflitos e assassinatos contra trabalhadores rurais e camponeses. “Quando acoplamos as análises, a representação da expansão da cultura da cana-de-açúcar no período mais recente com os outros elementos é possível ver uma relação com maior incidência de violência”, explica Cubas ao Brasil de Fato.
 Meca

Brasil é o maior mercado consumidor de crack do mundo


A cocaína em forma sólida se transformou em um problema de saúde pública, e que tem atingido cada vez mais crianças e adolescentes. O Recife é uma das capitais do país onde mais se consome o crack. Em uma das avenidas mais movimentadas da capital pernambucana, crianças e adolescentes se misturam aos dependentes de crack. É cada vez mais comum encontrar menores de idade consumindo a droga nas ruas.

O Brasil é o maior mercado do mundo de crack e o segundo de cocaína. Somente no último ano 2,3 milhões de pessoas experimentaram esses tipos de droga. O que chama atenção é que 442 mil foram adolescentes, de acordo com uma pesquisa da Universidade Federal de São Paulo. O Recife é uma das cinco cidades brasileiras onde mais se usa o crack, junto com o Rio de Janeiro, São Paulo, Salvador e Brasília.

Para consumir a droga, alguns vendem o corpo, pedem esmola ou viram bandidos. A lei do tráfico é dura e cruel, e quando o problema aparece, a família vive um drama. As sequelas podem ficar pelo resto da vida. “Fumar significa que você dá uma descarga da substância, da droga, muito forte. Que o cérebro fica bombardeado pela substância e ela bagunça toda a estrutura dos neurotransmissores”, explica Evaldo Melo, psiquiatra.

O Brasil possui poucos centros de atendimento a usuários de crack. A rede de saúde mental conta hoje com 310 centros de atenção psicossocial especializado em álcool e drogas, 59 unidades de acolhimento, e 4240 leitos em hospitais.

Um CAPs em Jaboatão de Guararapes é exclusivo para crianças e adolescentes. O problema é que não tem médico. Em Pernambuco só existe um local para a internação e tratamento de menores, que fica em Caruaru, no agreste do estado. São trinta vagas e meninas não são aceitas.
Muitas vezes o tratamento é interrompido logo nos primeiros quinze dias. De cada dez menores que chegam, cinco ou fogem ou pedem pra sair.

Para os especialistas, o consumo maior do crack entre os jovens acontece porque alguém falhou. “A gente pode entender que a imagem de uma criança usando crack é o retrato mais cruel de uma sociedade, dos governantes no tratamento dessa situação”, avalia Thiago Queiroz, psiquiatra.

Lançado há um ano pelo governo federal, o programa “Crack, é possível vencer” prevê investimentos de quatro bilhões de reais até 2014. O governo federal pretende criar mais de treze mil novos leitos pelo Brasil.

G1

Dos vinte destinos mais procurados no Brasil, nove são praias da Paraíba


Uma pesquisa divulgada pelo portal hoteis.com nesta quinta-feira (27) revela que, em novembro, nove dos 20 destinos com maior crescimento no número de buscas no site foram cidades praianas brasileiras. O município do Conde, no litoral sul da Paraíba, ficou em oitavo lugar no ranking do portal.

“Nada melhor do que começar 2013 em uma bela praia, curtindo o verão com familiares e amigos. De acordo com nosso levantamento, é justamente esse o plano de muitos brasileiros para as festas de fim de ano”, disse a diretora de marketing da Hoteis.com para a América Latina, Carolina Piber.

Salvador, capital da Bahia, foi o destino que apresentou o maior crescimento em buscas, com aumento de 471% na procura de turistas pelo site. As outras oito cidades brasileiras que ocupam o ranking com maior aumento em buscas no hoteis.com são: Itajaí (380%), Garopaba (375%), Beberibe (354%), Morro de São Paulo (323%), Olinda (318%), Barra de São Miguel (305%), Conde (277%) e Nísia Floresta (273%).

“Para quem ainda não reservou o hotel para o Réveillon, temos opções interessantes nas cidades destacadas no ranking de novembro”, contou Carolina. Para conferir os hotéis disponíveis, acesse o site www.hoteis.com.

Divulgação – A Empresa Paraibana de Turismo (PBTur) e o trade promoveram, ao longo de 2012, uma série de ações de divulgação do Destino Paraíba. A presidente da PBTur, Ruth Avelino, disse que a pesquisa do Hotéis.com comprova que o trabalho de divulgação massivo feito pelo governo estadual e o empresariado do setor vem mostrando resultados positivos.

“São números de um portal especializado na busca de hotéis de todo o País. O litoral do Conde é considerado um dos mais belos do Brasil, devido a preservação do meio ambiente”, explicou.

Portal – O hoteis.com é líder no mercado de reservas de hospedagem e oferece mais de 160 mil opções, que variam de hotéis tradicionais, aluguel de apartamentos em temporada de férias, alojamentos de pernoites com café da manhã (bed and breakfast) e estadas com serviço completo. A empresa apresenta um dos maiores times de contratação do mercado, negociando as melhores tarifas para seus consumidores, além de oferecer descontos, ofertas especiais e promoções.

O envio frequente de newsletter apresenta aos clientes promoções exclusivas e avisa os descontos com antecedência. Sete milhões de resenhas de pessoas que se hospedaram nos estabelecimentos estão disponíveis no site para possibilitar aos viajantes o acesso à informação antes de reservar um hotel. Por intermédio do programa de fidelidade Welcome Rewards, os clientes podem ganhar uma diária a cada dez noites reservadas em 85 mil hotéis.

Maispb

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

Mascote: ser brasileiro e virar bola pesaram na escolha do tatu


Entre as 11 espécies de tatu e outras milhares de espécies animais que existem no Brasil, o tatu-bola (Tolypeutes tricinctus), que pesa 1,5 quilo e mede, no máximo, 50 centímetros, foi o escolhido para representar a fauna e a cultura brasileiras na Copa do Mundo de 2014, com jogos previstos em 12 cidades brasileiras.

A campanha para transformá-lo em mascote partiu da Associação Caatinga, organização não governamental voltada para a preservação do bioma caatinga, que viu na Copa do Mundo uma oportunidade para salvar o tatu-bola da extinção.

“A ideia surgiu não só por ser uma espécie nativa e ameaçada, mas também por ele ter a peculiaridade de, quando ameaçado, se fechar em bola. Além disso, ele é uma espécie exclusivamente brasileira”, disse o secretário-executivo da associação, Rodrigo Castro.

No passado, o animal podia ser encontrado em vasta áreas da caatinga e do cerrado brasileiros, mas com a pressão da caça e, principalmente, com a destruição de grandes porções desses biomas, o tatu-bola ficou restrito a áreas isoladas dos estados do Ceará, Piauí, Rio Grande do Norte, da Paraíba, Bahia, de Pernambuco, Goiás e Tocantins.

Se antes a carne do mamífero integrava o cardápio de muitos moradores desses estados, pela abundância e pela facilidade de capturar o animal (já que ele não cava buracos e seu mecanismo de defesa é virar uma bola), hoje isso não ocorre mais. O mamífero ainda é caçado para a alimentação, mas encontrá-lo animal ficou muito mais difícil, de acordo com Castro.

Escolhido pela Federação Internacional de Futebol (Fifa), o animal de coloração amarronzada virou um mascote colorido de verde, amarelo, azul e branco, com uma bola de futebol na mão. Desde a escolha do símbolo da Copa, porém, a população tem promovido manifestações de protesto.

Em outubro deste ano, o imenso boneco de plástico exibido na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, foi atacado e furado com facas por vândalos, uma semana depois de uma estátua do mascote ter sido destruída durante protesto em Porto Alegre.

A escolha do nome, Fuleco, também gerou polêmica. Depois de uma votação popular pela internet, o público escolheu o nome entre três opções (as outras eram Amijubi e Zuzeco). Nas redes sociais, usuários protestaram contra o nome (que é uma mistura de “futebol” e “ecologia”), por considerem feio.

Jornal do Brasil

quinta-feira, 20 de dezembro de 2012

Paciente com suspeita de ter 'doença da vaca louca' está internado na PB


Um homem está internado há aproximadamente trinta dias no Hospital Universitário Lauro Wanderley em João Pessoa, suspeito de ter contraído a 'doença da vaca louca' o caso ainda está sendo esclarecido, mas a direção da unidade hospitalar confirmou que a possibilidade do paciente ter contraído a doença não está descartada.

Conhecida como 'doença da vaca louca' a Encefalopatia Espongiforme Bovina ou EEB, é provocada por um agente infeccioso que é derivado de uma proteína modificada de membranas de células nervosas que afeta o sistema nervoso central de bovinos, e pode ser transmitida para o homem por meio do consumo da carne contaminada.

De acordo com Valério Vasconcelos, diretor adjunto do Hospital Universitário, existe a suspeita de que o paciente esteja acometido pela patologia. “Existe de fato essa suspeita de um paciente que está internado em torno de trinta dias, uma suspeita de uma encefalopatia espongiforme bovina, ou como popularmente é conhecido, o mal da vaca louca, essa possibilidade é uma possibilidade dentre tantas outras possibilidades”, disse Valério Vasconcelos.

A doença provoca uma série de alterações neurológicas no homem, entre elas problemas na memória, na fala e também de coordenação motora. “Além da demência, essa doença pode provocar movimentos involuntários, movimentos de incoordenação motora, alteração da fala, alteração da memória, enfim, alterações neurológicas que normalmente associam a essa doença”, explicou o diretor adjunto do HU.

Na última terça-feira (11) a Coreia do Sul incluiu a carne bovina brasileira na lista de risco para a doença da vaca louca, o que implica em suspensão da importação da carne brasileira. De acordo com informações do Ministério da Agricultura, além da Coreia do Sul, mais cinco países, China, Japão, África do Sul, Arábia Saudita e Egito também anunciaram embargo a carne bovina do Brasil.

G1

Seca deve se prolongar até março de 2013 na Paraíba, prevê Aesa


A seca deve continuar assolando a Paraíba no início de 2013. A previsão climática é de escassez e período de chuvas retardado até fevereiro do próximo ano, segundo a Agência Executiva de Gestão das Águas (Aesa). O órgão anunciou nesta quarta-feira (19) que a partir do início de março deverá voltar a ser registrado um índice pluviométrico normal. Os meteorologistas acreditam que o ano terá condições climáticas um pouco melhores que 2012 e preveem o início do plantio agrícola a partir de março.

O início do período chuvoso será retardado, mas deve se aproximar da média histórica principalmente no Semi-árido, que abrange as regiões Cariri, Curimataú e Sertão da Paraíba. O somatório é de 1.880 milímetros nas três regiões entre os meses de março a maio.

De acordo com a meteorologista Marle Bandeira, até o fim de fevereiro as chuvas serão apenas esparsas e irregulares.  “Teremos chuvas isoladas a partir do final de dezembro. Em março de 2013 a Zona de Convergência Intertropical deve atingir o Nordeste. A tendência é de evolução para as águas do Atlântico Norte resfriando e do Atlântico Sul aquecendo. Deste dezembro até o final de fevereiro de 2013, continuaremos a ter estiagem e chuvas abaixo da média”, explicou.

A afirmação do gerente da Aesa, Lucílio Vieira, é de que até fevereiro também é necessário manter o racionamento e a preocupação com o volume dos açudes. “Não haverá recarga significativa nos açudes até fevereiro. Locais com perigo iminente de racionamento, cujo volume é abaixo dos 30%, necessitam de atenção maior. É importante a manutenção para evitar o colapso. Aconselhamos os agricultores a começarem o plantio em março de 2013”.

Em 2012, foram registradas pela Aesa chuvas 60% acima da média histórica no período de janeiro a março, que é de 1.660 milímetros segundo o órgão. “A atual condição climática aponta para a continuidade da seca em 2013 e mais um ano de estiagem”, esclareceu o meteorologista Alexandre Magno.

G1

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Arábia Saudita e Egito restringem compra de carne bovina brasileira


Arábia Saudita e Egito impuseram restrições à compra da carne bovina brasileira, informou nesta segunda-feira (17) o Ministério da Agricultura. No caso do Egito, foram suspensas as importações apenas da carne proveniente do estado do Paraná. Para a Arábia Saudita, a restrição é para a carne de todo o país. O Egito é o terceiro maior comprador da carne brasileira.

Japão, África do Sul e China já haviam anunciado ao governo brasileiro restrições às importações de carne bovina brasileira em virtude da confirmação da presença do agente causador da EEB (Encefalopatia Espongiforme Bovina), mais conhecida como a doença da vaca louca, em uma fêmea que morreu em 2010 em uma fazenda em Sertanópolis (PR).

Na última sexta-feira (14), a Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) afirmou que as restrições à exportação da carne bovina brasileira desrespeitam as normas e procedimentos da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE, sigla em inglês) e que o governo brasileiro pedirá justificativas aos países que decidiram suspender as importações do produto nacional após a confirmação de um caso considerado não-clássico do agente da doença da vaca louca.

"O governo brasileiro está solicitando justificativas aos mercados que restringiram a importações bovinas de carne brasileira. A Abiec apoia o esforço do governo, e repudia o desrespeito às normas e procedimentos preconizados pela OIE que dão as garantias necessárias de sanidade às operações de comércio internacional", afirmou na Abiec, em comunicado.

A associação ressalta que as embaixadas do Brasil nesses países, as embaixadas desses países no Brasil, os adidos agrícolas do Brasil no exterior, e os delegados que representam estes países na Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) receberam notas técnicas do Ministério da Agricultura "com todas as informações necessárias para garantir a continuidade do fluxo de comércio de carne bovina do Brasil para estes mercados".

O maior comprador da carne bovina brasileira é a Rússia, que respondeu por 22,5% das exportações brasileiras no acumulado até outubro, seguida por Hong Kong (17,3%) e Egito (11,3%). Segundo a Abiec, Japão, a África do Sul e a China representam aproximadamente 1,5% da exportação brasileira de carne bovina no período de janeiro a novembro de 2012. Cada país corresponde, respectivamente, a 1.610 toneladas (0,14%), 639 t (0,06%) e 14.830 t (1,31%).

Em 2012, o Brasil é o segundo maior exportador de carne bovina do mundo. Entre janeiro e outubro deste ano, somando miudezas, in natura e industrializada do produto, o Brasil vendeu 1,024 milhão de toneladas para o mercado internacional, segundo dados do ministério.

G1

Desertificação avança na Paraíba e já atinge 93,27% dos municípios


Dos 223 municípios da Paraíba, 203 já estão sob ameaça de desertificação – 93,27% do total. Em 2009, eram 198 nessa situação (87,78%). O avanço desse processo é agravado com a estiagem prolongada, considerada como uma das piores dos últimos 30 anos. Segundo o Ministério do Meio Ambiente, a situação da maioria dos solos no Estado foi classificada, quanto aos riscos de desertificação, como grave (14,76%) ou muito grave (57,06%).

Mais de 72% dos solos agricultáveis na Paraíba foram atingidos pelo estado de desertificação. O Estado é um dos mais atingidos por esse processo, segundo relatório da organização internacional Greenpeace. Mais de 1,7 milhão de pessoas – metade da população paraibana – sofre com os efeitos desse processo.
O secretário de Desenvolvimento Agropecuário do Estado, Marenilson Batista, confirma o avanço da desertificação. Ele disse que mesmo em áreas verdes é possível observar a degradação da vegetação nativa e o aparecimento de areais.

O processo de desertificação se alastra em áreas como a do Compartimento da Borborema. Segundo dados da Associação de Proteção ao Meio Ambiente, 80% da área territorial de Campina Grande estão totalmente desertificadas.

Estudioso do semiárido, o deputado estadual e professor da UFPB, Francisco de Assis Quintans, alerta que muito se fala sobre seca, que cíclica, mas a desertificação precisa de ações permanentes. “Nada está sendo feito, seja pelos governos do Estado, Federal ou pelos municípios”, queixa-se.

Municípios como o de Santa Luzia (a 178 quilômetros de João Pessoa, no Sertão paraibano) enfrentam exôdo sem precedentes. Apenas 8% dos moradores ainda resistem deixar a zona rural. O município tem uma população de 13.489 habitantes, sendo que apenas 1.240 não residem na cidade. Há mais de três dias a cidade não tem água nas torneiras.

Patos (a 294 quilômetros da Capital, no Sertão) enfrenta a seca, temperaturas acima dos 30 graus centígrados ao dia e umidade relativa do ar entre 11% e 16%, comparada as registradas no deserto do Saara, na África.

Na região do Cariri, a falta de chuvas provoca colapso no abastecimento de água. Na cidade de Cabaceiras (localizado na microrregião do Cariri Oriental,a 180 km de João Pessoa) falta água há mais de meses. O município, que ficou famoso no país por servir de cenário para o filme o ‘Auto da Compadecida’, fica a cerca de 300 metros acima do nível do mar, na área mais baixa do Planalto da Borborema. Tem um população estimada em 5.035 habitantes, segundo censo do IBGE em 2010. Deste total, 2.217 habitantes estão na zona urbana e 2.818 na zona rural.



Um relatório do Greenpeace, em 2009, já destacava que, na Paraíba, a bacia hidrográfica do rio Taperoá (Cariri paraibano) apresentava um processo significativo de desertificação e o município de Cabaceiras apresentava áreas comprometidas. “Há uma perda da biodiversidade. Em função da severidade climática e do desmatamento para uso agropecuário, vem aumentando a área de caatinga baixa e rala na região”, alertava o relatório.

Para o secretário Maerinlson Batista, o trabalho de recuperação dessas áreas é lento e precisa ser trabalhado a partir de agora, com plantação de vegetação resistente ao clima quente e seco. Segundo ele, o Programa de Desenvolvimento Sustentável do Cariri e Seridó (Procase), que vai permitir o financiamento dos projetos de famílias de agricultores e cooperativas, ajudará nesse trabalho. Em convênio com o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (Fida), o Procase prevê investimentos de R$ 100 milhões.
O Procase irá convergir com outros programas desenvolvidos pelo Estado para convivência com a estiagem, como distribuição de ração, raquetes de palma, cisternas, poços, além dos investimentos de R$ 220 milhões em adutoras no Estado.

O ambientalista Roberto Almeida observou que a caatinga (bioma do semiárido) paraibana vem sendo agredida nos últimos 50 anos, devido ao tráfico de lenha. O diretor do Instituto Nacional do Semiárido (Insa), Ignacio Hernan Salcedo, alerta que o desmatamento está associado ao consumo de lenha (70% de consumo doméstico e 30% de consumo industrial) no semiárido Paraibano.
Apenas terras indígenas e unidades de conservação federal e estaduais, que 
ocupam 82,9 mil hectares, são protegidas por lei contra o desmatamento. A área corresponde a 1,42% do território paraibano.

A seca e a desertificação impõe o sacrifício do rebanho bovino. “Uma parte do rebanho foi vendida e outra parte está morrendo por conta da seca”, diz o presidente da Federação da Agricultura do Estado da Paraíba (Faepa), Mário Borba. A Paraíba tinha, segundo o IBGE, 1 milhão e 354 mil cabeças de gado em 2011. Pelos cálculos da Faepa, no final de 2012 esse número cairá para 950 mil.

Portalcorreio

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Médicos na Índia usam vinagre para detectar câncer


Os exames citológicos tradicionalmente usados para detectar a presença de células causadoras de câncer cervical são caros e requerem equipamentos especializados. Por isso, médicos indianos estão usando um método alternativo que tem por base um material inusitado - ácido acético, ou vinagre comum.
 
O método - desenvolvido por cientistas da Universidade Johns Hopkins e de outras instituições - está sendo usado em lugares como a aldeia de Dervan, no estado de Maharashtra, onde os médicos improvisaram uma clínica temporária em uma loja vazia.

Ele consiste em recolher, com a ajuda de uma espécie de cotonete com vinagre, material do colo do útero das pacientes. Se o vinagre fizer o material recolhido ficar branco ou amarelado, há indícios da presença de células pré-cancerígenas.

Em países como os EUA, o câncer cervical costumava matar mais mulheres do que qualquer outro câncer. Hoje, porém, praticamente não há mortes em muitos países desenvolvidos graças ao exame conhecido como Papanicolau - que permite a detecção precoce e tratamento da doença.

Na Índia, no entanto, dezenas de milhares de mulheres ainda morrem todos os anos de câncer cervical. "Não é possível para nós oferecer o exame (Papanicolau) de forma tão frequente como no Ocidente", diz Surendra Shastri, do Tata Memorial Hospital em Mumbai.

A análise do Papanicolau requer um time de especialistas bem treinados e um laboratório bem equipado, mas muitas regiões da Índia não têm nem um, nem outro. "Então, o que podemos fazer?", Shastri questiona. "Não podemos deixar que as mulheres morram."

Resistência
 
Os exames com vinagre são uma resposta relativamente simples e barata a esse dilema. Eles estão sendo feitos como parte de um projeto do Tata Memorial Hospital, de Mumbai, e do Hospital Walawalkar, de Dervan, dirigido pela médica Suvarna Patil.

Patil diz que quando o teste "alternativo" foi levado para as aldeias, onde passou a ser oferecido gratuitamente, as mulheres indianas não pareciam estar interessadas.

Muitas achavam o exame incômodo e constrangedor, e um amplo trabalho de conscientização teve de ser implementado para quebrar sua resistência. Profissionais da área de saúde visitaram diversas casas com seus computadores e apresentações de PowerPoint - em um país em que, contraditoriamente, há ampla disseminação de alguns equipamentos tecnológicos, mas a qualidade dos serviços básicos ainda é precária. Cartazes foram espalhados em ruas e praças e encontros foram realizados com líderes comunitários e estudantes.

Estratégias
 
Ainda assim, como contou Patil, as mulheres não pareciam convencidas da importância do exame. Uma tripla estratégia ajudou a arrefecer essa resistência.
Primeiro, uma equipe feminina de médicas e enfermeiras foi destacada para fazer os exames. Segundo, essa equipe passou a oferecer não apenas o teste para detectar o risco de câncer de colo do útero, mas também um check-up total das pacientes, medindo sua pressão arterial, avaliando problemas dentários e ajudando a detectar diabetes e outras doenças que preocupam bastante as mulheres da região.

Para completar, os homens também passaram a ser recebidos para um check up - e o apoio masculino foi um fator essencial para que as mulheres comparecessem a esses postos de saúde improvisados.
Essas estratégias ajudaram a causar uma mudança de atitude, que também foi impulsionada pela gradual disseminação de uma percepção positiva sobre os resultados dos exames.

Segundo Patil, pouco a pouco, as indianas começaram a perceber que ele realmente estava ajudando parentes e conhecidas a vencer o câncer. "Elas começaram a ver os resultados. Entenderam que se o câncer é detectado em estado precoce o paciente se recupera bem", disse a médica. "Agora, as pessoas estão vindo até nós para pedir que façamos o exame em grupos de mulheres de uma ou outra região."

Do Click PB com BBC Brazil

Moscatelli: sem poluição, calor não teria matado peixes no Rio


"Além do aumento de temperatura, a poluição não pode ser descartada como motivo da morte em série dos animais", disse ao Jornal do Brasil o biólogo Mário Moscatelli, conhecido por defender a preservação na região da Reserva de Marapendi, na Zona Oeste da cidade. Moscatelli contraria a versão da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SMAC), que apontou o calor como a causa da mortandade de cerca de quatro toneladas de peixes em canais e lagoas do Rio nos últimos dois dias. 

"Tanto na Lagoa Rodrigo de Freitas como no Canal de Marapendi, o detonador foi o calor, não há dúvida. Mas, por que o calor afetou de tal forma? Marapendi é uma latrina com esgoto entrando a noite toda, o que já reduz a níveis perigosos a concentração de oxigênio. Essas águas já estão num limite, o aumento de temperatura é o último empurrão para a morte desses animais", afirma o biólogo.


Outro efeito provocado pelo crescimento imobiliário da região associado ao aumento da poluição é a maior frequência com que os jacarés têm aparecido no Canal de Marapendi, cujo habitat natural está cada vez mais degradado. Os répteis, por sinal, vão fazer a festa com a mortandade dos peixes. Conforme explicou o biólogo, eles têm resistência suficiente para não serem intoxicados pelo pescado envenenado.


Segundo Moscatelli, se não houvesse poluição nas águas de canais e lagoas, provavelmente não teria ocorrido a mortandade apenas por causa do calor. De acordo com o ambientalista, falta mais "fiscalização sistemática" dos governos municipais e estaduais.

"Não falta tecnologia nem dinheiro, o que falta é vontade política. Se houver fiscalização permanente, que prenda quem polui as lagoas e canais da cidade, a situação se resolve. E a maioria desse esgoto vem de condomínios, que são mais fáceis de controlar, em comparação com o que vem de favelas", ressalta o biólogo.

Para ele, a única salvação da região da Reserva de Marapendi e da Baía de Guanabara é investir em saneamento: "Se isso não ocorrer em um prazo de três anos, esses dois ecossistemas estarão mortos em 2015", estima.

Jornal do Brasil

sábado, 8 de dezembro de 2012

Conferência do clima da ONU prorroga Protocolo de Kyoto até 2020


Cerca de 200 países concordaram neste sábado (8), na conferência do clima da ONU em Doha, no Qatar, estender a validade do Protocolo de Kyoto até 2020.
A decisão evita um novo entrave após duas décadas de esforços diplomáticos da ONU que, no entanto, não foram capazes de impedir o aumento das emissões de gases do efeito estufa.

A conferência de Doha, a COP 18, tinha como por objetivo proporcionar o nascimento a partir de 1º de janeiro de 2013 do segundo período do protocolo de Kyoto, única ferramenta que compromete os países industrializados a reduzir os gases de efeito estufa.

O Protocolo de Kyoto, de 1997, expiraria em 2012. A prorrogação foi decidida com um dia de atraso, após um longo debate. Seu alcance é simbólico, já que os compromissos, após a retirada de Japão, Rússia, Canadá e Nova Zelândia, representam apenas 15% das emissões globais de gases de efeito estufa.

No entanto, os países em desenvolvimento insistiram em manter vivo este instrumento legal, que obriga os países do Hemisfério Norte a agir, em nome de sua "responsabilidade histórica" nas mudanças climáticas. 

Más notícias

Nas últimas semanas, os relatórios e estudos ressaltaram a situação real das mudanças climáticas e o fato de que os esforços realizados estão longe de poder freá-las, já que revertê-las parece difícil.
A temperatura global do planeta subirá de 3°C a 5°C, e não 2°C, a marca para além da qual o sistema climático se tornaria incontrolável.
Desde 1995, a comunidade internacional se reúne todos os anos em complexas e difíceis negociações dirigidas pela ONU para tentar aumentar e distribuir de forma igualitárias as reduções de gases de efeito estufa.

Paris 2015

A próxima grande reunião é a de 2015, em Paris, que terá o objetivo de alcançar um acordo universal sobre as reduções desses gases que envolva todos os países, incluindo os dois grandes poluidores do planeta, China e Estados Unidos, com medidas que devem entrar em vigor em 2020.

G1

Número de doentes renais no Brasil dobra em uma década, alertam médicos


O avanço de doenças crônicas, sobretudo do diabetes e da hipertensão, tem provocado um aumento no número de pacientes com problemas nos rins. Dados da Sociedade Brasileira de Nefrologia indicam que o número de doentes renais no Brasil dobrou na última década. Estima-se que 10 milhões de brasileiros sofram de alguma disfunção renal. Atualmente, entre 90 mil e 100 mil pessoas passam por diálise no país.

Outro alerta é que mais de 70% dos pacientes que iniciam a diálise descobrem a doença quando os rins já estão gravemente comprometidos. O presidente da entidade, Daniel Rinaldi, lembrou que os profissionais de saúde da atenção básica devem estar atentos aos chamados pacientes de risco – diabéticos, hipertensos, idosos e pessoas com casos de doença renal na família.

Segundo ele, para esses grupos, devem ser prescritos exames simples e de baixo custo, como a creatinina (sangue) e a perda de albumina (urina). Caso o resultado indique possível doença renal, o paciente deve ser encaminhado para um nefrologista.

O vice-presidente da sociedade médica, Roberto Tecoits, acredita que falta comunicação entre os próprios profissionais de saúde. Um dos principais problemas, continuou Tecoits, é a ausência de um protocolo de atendimento específico para doenças renais a ser adotado pelos médicos, desde a atenção primária.

“Falta uma estruturação da rede. Esse paciente, se acompanhado pelo especialista desde o início, pode não precisar de diálise ou de um transplante”, disse. “A doença renal crônica não apresenta sinais e sintomas em fase precoce. Os médicos precisam estar atentos aos grupos de risco”, completou.

A expectativa da Sociedade Brasileira de Nefrologia é que uma reunião com representantes do Ministério da Saúde, agendada para janeiro de 2013, possa ser o pontapé inicial para a criação de uma rede de atendimento a doentes renais.

A doença renal crônica significa uma perda lenta, progressiva e irreversível da função dos rins. Até o paciente perder quase metade da capacidade de funcionamento dos órgãos, a doença, praticamente, não é percebida. A partir daí, começam a surgir os primeiros sintomas, como inchaço, pressão alta e anemia. Os principais fatores de risco para uma doença renal são o sobrepeso, o tabagismo e idade acima de 50 anos, além da hipertensão arterial, do diabetes e do histórico familiar.

Agência Brasil

Cuidados com alimentação podem ajudar a evitar câncer no sistema gastrointestinal


A dieta dos prazeres à mesa pode ser uma ameaça à saúde se a escolha do cardápio não for bem diversificada no dia a dia. O alerta é do cirurgião oncologista Samuel Aguiar Júnior, diretor do Núcleo de Tumores Colorretais do Hospital A.C. Camargo, hospital referência no tratamento de câncer.

De acordo com o médico, embora não se possa fazer uma associação direta de casos de câncer de intestino com o hábito alimentar, existem evidências de que os riscos de se contrair a doença aumentam nos grupos populacionais onde é exagerado o consumo de carnes, principalmente das processadas, enquanto se deixam de lado as fibras vegetais, as frutas e as verduras.

O oncologista esclareceu que os experimentos com animais ainda não puderam esclarecer de maneira convincente qual o real impacto sobre a saúde a que estão sujeitas as pessoas que não abrem mão da carne em suas refeições. “[No entanto], existe evidência científica de que padrões em que há excesso de consumo de carne vermelha e excesso contrário de não consumir frutas e verduras aumentam o risco”.

Dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca) mostram que os casos de câncer colorretal (tumores encontrados no intestino grosso e no reto) têm, na maioria das vezes, tratamento e cura quando detectados no início. A doença aparece quase sempre em pólipos - lesões benignas que podem crescer na parede interna do intestino grosso. A retirada desses pólipos é o procedimento correto para evitar que se transformem em tumores malignos.



A taxa estimada de incidência da doença divulgada pelo Inca em relação a este ano e também para 2013 oscila entre 14,23 e 26,19 novos casos a cada grupo de 100 mil homens e de 15,66 a 28,38 novos casos para as mulheres,. As maiores incidências previstas concentram-se em duas localidades: São Paulo, com 26,19 casos a cada grupo de 100 mil homens e de 25,63 referente às mulheres, e no Rio Grande do Sul, onde foi estimado 25,38 em relação às mulheres e 23,04 novos casos para os homens.

Perguntado se a população japonesa, que segue à risca a culinária baseada em vegetais e peixes, estaria em vantagem no quesito saúde, o médico respondeu que, entre os japoneses, há alta incidência de câncer de estômago causada pelo consumo de alimentos armazenados em conservas e muito salgados. O ideal é a combinação de uma dieta balanceada com frutas, verduras, legumes de forma mais natural possível e até carne,  aliado a exercícios físicos.

“A gente fala muito hoje de balanço energético. Mas há uma diferença entre o que você ingere e o que você gasta. Então você pode até ter uma dieta calórica, mas se você gastar muito, você, teoricamente, está compensado. Você pode ter uma dieta pouco calórica, mas se for sedentário, então, você não está protegido. São muitos fatores associados. Quando você associa a fumo, aí você tem uma bomba relógio maior. É muito difícil você identificar um fator único e isolado para câncer de intestino”

O médico salienta que alimentos inadequados, sedentarismo, excesso de álcool e tabagismo por um período prolongado contribuem para a pessoa vir a desenvolver a doença. A grande maioria dos casos surge em pessoas acima dos 50 anos. Apesar de mais raros, observa Samuel, há registro também entre os jovens e, sempre que isto ocorre, desconfia-se da possibilidade de ser um problema hereditário. A incidência , contudo, de fatores genéticos, herdados de pai para filho, por exemplo, responde por apenas 10% dos casos.

Até “o velho e bom chimarrão”, muito apreciado pelos habitantes do Sul do país, principalmente, entre os gaúchos, moradores de algumas regiões do Paraná e pelas populações da Argentina e do Uruguai, aparece como um fator de risco, mas para câncer de esôfago. No entanto, são só evidências que não estão relacionadas à erva e sim ao costume de se tomar a bebida muito quente. “Essa evidência, porém, não é tão forte assim”, diz o médico.

Agência Brasil

Impasse adia fim da conferência da ONU sobre mudança climática


A 18ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP18), que ocorre em Doha, e que deveria ter terminado ontem (7), segue sem resultados até agora, por impasses entre os países que negociam um documento para regular o novo regime global de emissões de gases de efeito estufa.

A plenária final já foi convocada pelo presidente da COP18, o vice-primeiro-ministro do Catar, Abdullah Al Attiyah, mas ainda não começou, segundo informações do Twitter da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança Climática (UNFCC, na sigla em inglês), que reúne quase 200 países e é responsável pela negociação climática.

Os negociadores do clima estão em Doha desde o dia 26 de novembro. O principal objetivo da reunião desse ano é chegar a um consenso sobre o segundo período do Protocolo de Quioto, para entrar em vigor em 2013 e durar até que um novo acordo global seja fechado com novas metas em 2015.

No entanto, velhos impasses entre países desenvolvidos e os emergentes travam as discussões, principalmente pela resistência dos mais ricos em financiar ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas em todo o mundo, em especial nos países mais vulneráveis.

Segundo a BBC Brasil, os Estados Unidos, que tradicionalmente travam a negociação climática, não estão agindo diferente. No entanto, um possível veto da delegação norte-americana a um acordo mais ambicioso implicaria em acusação de hipocrisia ao presidente Barack Obama, que se comprometeu a combater as mudanças climáticas após ser reeleito.

Agência Brasil

domingo, 2 de dezembro de 2012

Analfabetismo atinge um quarto dos brasileiros com mais de 60 anos


Os índices de analfabetismo vêm caindo no Brasil nos últimos dez anos, mas ainda são altos na camada da população com mais de 60 anos, que registra 24,8% de analfabetos, praticamente um quarto do total nessa faixa etária. O dado faz parte da pesquisa Síntese de Indicadores Sociais 2012, divulgada hoje (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), comparando-se o intervalo de dez anos, entre 2001 e 2011.
 
De acordo com os dados da pesquisa, a proporção de pessoas com 15 anos ou mais que não sabia ler nem escrever caiu de 12,1%, em 2001, para 8,6% em 2011. No ano passado, 8,8% dos homens nessa faixa etária eram analfabetos. Entre as pessoas de cor preta ou parda, 11,8% não sabiam ler nem escrever, enquanto entre as de cor branca, esse percentual cai para menos da metade: 5,3%. Na Região Nordeste, do total da população acima de 15 anos, 16,9% eram analfabetos. Na Região Norte, o índice chegou a 10,2%, e nas áreas rurais do país, a 21,2%.
 
Para o educador Mozart Neves Ramos, que foi reitor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e já ocupou a secretaria de Educação do estado, a queda nas taxas de analfabetismo precisa ser mais expressiva. “De fato, o analfabetismo pleno vem caindo, mas não na velocidade que o país precisa para alcançar a meta de chegar a 6,7% na faixa de 15 anos ou mais em 2015. Na proporção que vem caindo, na base de 0,3% a 0,4%, nos últimos anos, a gente observa que o esforço tem sido grande, mas ainda é insuficiente.”
 
Membro do conselho de governança da organização civil Todos pela Educação, Mozart diz que é necessário haver um investimento maior em professores especializados em alfabetização, principalmente para ensinar o público adulto, que não tem a mesma facilidade de aprendizado de um estudante jovem.
 
“No percentual de 15 anos de idade para baixo, o Brasil vem atingindo resultados expressivos. As crianças de hoje estão muito mais alfabetizadas do que as de 20 ou 30 anos atrás. O problema é no grupo de 45 anos ou mais, nas regiões Norte e Nordeste, e nos grotões. É dificílimo pegar o homem do campo, que trabalha durante o dia, e fazer com que ele se desloque para a escola. É um grande desafio alfabetizar essas pessoas adultas. Qualquer que seja o método, é preciso ter um professor bem formado.Mas é difícil recrutar bons alfabetizadores, porque o salário pago é muito baixo.”
 
Outro dado demonstrado na pesquisa do IBGE é a queda na inadequação da relação idade-série. Em 2001, 36,9% dos jovens de 15 a 17 anos estavam na série correspondente à faixa etária. Dez anos depois, em 2011, o percentual teve um forte crescimento, chegando a 51,6%. O avanço foi maior justamente entre a população de menor renda, que registrava apenas 13% de adequação idade-série em 2001 e praticamente triplicou em uma década, saltando para 36,8% em 2011.
 
EBC

Consumo diário de refrigerante aumenta risco de câncer de próstata


Homens que consomem o equivalente a uma lata de refrigerante por dia têm maior risco de desenvolver câncer de próstata, de acordo com estudo da Lund University, na Suécia.
A pesquisa revela que a forma agressiva da doença têm 40% mais chance de aparecer em homens que consomem uma grande quantidade de refrigerantes ou outras bebidas com adição de açúcar.
 
A equipe, liderada por Isabel Drake, analisou mais de 8 mil homens da região da cidade de Malmö (sul da Suécia), com idades entre 45 e 73 anos, durante uma média de 15 anos.
 
Todos os participantes foram convidados a anotar minuciosamente os alimentos e bebidas que ingeriram.
 
No final do estudo, a equipe comparou os hábitos alimentares dos homens que tinham sido diagnosticados com câncer de próstata com aqueles que permaneceram saudáveis e encontrou uma ligação clara entre bebidas açucaradas e da doença.
 
Os resultados mostraram que aqueles que beberam um refrigerante (330 ml) por dia estiveram 40% mais propensos a desenvolver câncer de próstata agressivo.
 
Além disso, os pesquisadores descobriram que aqueles que ingeriram uma dieta rica em arroz e massas apresentaram 31% mais chances de desenvolver formas mais benignas do câncer. Este risco foi ainda 38% maior para aqueles que ingeriram grandes quantidades de açúcar no café da manhã, segundo a pesquisadora.
 
A equipe acredita que, apesar de mais pesquisas serem necessárias antes que a ligação com o câncer de próstata possa ser confirmada, já existem "muitas razões" para eliminar o consumo de refrigerantes.
 
Isaúde

China, Índia e Brasil emitiram mais CO2 em 2011, diz pesquisa


Dados divulgados neste domingo (2) por pesquisadores na Grã-Bretanha indicam que China e Índia contribuíram bastante para que o mundo aumentasse em 3,5% as suas emissões de gás carbônico (CO2) no ano passado. Em 2011, as emissões de China e Índia aumentaram 9,9% e 7,5%, respectivamente, em comparação com 2010.

O Brasil também emitiu mais CO2 em 2011: 424 milhões de toneladas, um aumento de 1,4% em relação a 2010. Já outras duas regiões apresentaram queda na quantidade de CO2 emitida no mesmo período, segundo os cientistas da universidade britânica: Estados Unidos (queda de 1,8%) e União Europeia (2,8%).
Os dados da Universidade de East Anglia indicam que as emissões aumentarão em 2012, atingindo um volume recorde. Um relatório produzido pela universidade afirma que as emissões de gás carbônico crescerão 2,6% este ano, na comparação com 2011, atingindo o volume de 35,6 bilhões de toneladas emitidas.

Metas do Protocolo

Este valor é 58% superior ao de 1990, ano base usado pelo Protocolo de Kyoto. O tratado, que não foi assinado pelos Estados Unidos, previa que os países signatários reduzissem as suas emissões de CO2 em 5,2% ao longo da década, tendo 1990 como referência.

O CO2 é o principal gás que provoca o aquecimento global e é produzido através da queima de combustíveis fósseis ou desmatamento. Os dados foram publicados neste domingo nas revistas científicas "Nature Climate Change" e "Earth System Science Data Discussions".
Dados referentes a 2011 mostram que os países que mais emitem dióxido de carbono são a China (28% do total mundial), Estados Unidos (16%), União Europeia (11%) e Índia (7%). O Brasil é responsável por 1,4% das emissões de CO2.

Ainda assim, se considerados os tamanhos das populações, a emissão por pessoa (per capita) da China ainda é inferior a dos países ricos. A emissão per capita da China está em 6,6 toneladas de CO2, se aproximando da média europeia de 7,3 toneladas. Ambos ainda estão longe da média americana, de 17,2 toneladas de CO2 por pessoa.

Já no Brasil, a emissão per capita de CO2 variou pouco ao longo da última década: de 1,9 toneladas por pessoa em 2001 para 2,2 toneladas em 2011. "Os dados mais recentes estão sendo divulgados quando o mundo debate mudanças climáticas em Doha", disse a pesquisadora Corinne Le Quéré, da universidade britânica.

"Mas com as emissões ainda crescendo, é como se ninguém estivesse ouvindo toda a comunidade científica."

O painel da ONU sobre Mudanças Climáticas começou no Qatar na semana passada e termina na próxima sexta-feira. Mais de 17 mil pessoas estão discutindo medidas para evitar que a temperatura do planeta aumente ao longo deste século. Um dos pontos em discussão é a criação de novas metas de emissão por país.

G1

Seca mata até abelhas e reduz em 80% produção de mel no Estado; 70% abandonaram enxames


Um fenômeno atípico observado nos últimos meses na Paraíba está preocupando os apicultores do Estado. Cerca de 70% dos enxames de abelhas abandonaram suas colméias por conta da seca que assombra o Sertão, o Cariri, o Curimataú e até o Brejo paraibano. A estiagem dizimou a florada, o que impõe uma queda de até 60 toneladas na produção anual.

Os dados apontam números decrescentes da produção de mel em algumas cidades, como é o caso de Catolé do Rocha (localizada no Sertão, a 411 km de João Pessoa). Considerada pelos criadores de abelhas o município com maior potencial de produção da Paraíba, sua arrecadação em 2012 ainda não ultrapassou a margem de 40 toneladas de mel, número bem inferior aos anos anteriores, onde os produtores alcançavam a marca de 150 toneladas do produto anualmente.

Já no Brejo paraibano – região que tradicionalmente não enfrenta problemas com falta de água -, cerca de 70% dos enxames abandonaram suas colméias por conta da seca. Em Bananeiras e cidades circunvizinhas, que possuem a média de 150 criadores de abelhas, a escassez de água frustra o desenvolvimento da agricultura, por conta disso, as abelhas não encontram alimentos para se manterem e saem em busca de sobrevivência.

A confirmação deste fenômeno veio do presidente da Associação Paraibana de Apicultura, Caetano José de Lima. “As abelhas estão abandonando as colméias porque não encontram alimentos nas cidades atingidas pela seca. Temos cidades que das 50 toneladas de mel que produziam por ano, arrecadaram apenas 15, em 2012”.

Diante da situação, os apicultores paraibanos encaminharam à Confederação Brasileira de Apicultura, uma solicitação para inserção da discussão do problema, na pauta do encontro anual entre a CBA e o Ministério da Agricultura. “Precisamos de políticas públicas para o Nordeste, que auxiliem os apicultores durante os meses de estiagem. Vamos solicitar esta discussão também ao Governo do Estado da Paraíba”, conclui o presidente.

A imigração e a morte das abelhas devem influenciar a produção de mel em toda a Paraíba. Estima-se uma queda superior a 80% na produção de mel. São projeções da Cooperativa Regional dos Produtores Rurais (Coaprodes), sediada em Bananeiras.

Em 2011, a Paraíba produziu 303 toneladas de mel, 12,2% a mais do que o ano anterior, segundo a Pesquisa Municipal Agropecuária do IBGE. 

Focando a Notícia

sábado, 1 de dezembro de 2012

Governo cria comissão para estimular a agroecologia


Foi instalada nesta terça-feira (20), uma comissão para integrar governo e sociedade civil na construção do Plano Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica. O evento contou com a presença de ministros e representantes de instituições ligadas a agroecologia. A elaboração do plano com ações, metas e prazos está prevista na Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, instituída em agosto por decreto pela presidenta Dilma Rousseff. A comissão vai acompanhar também a gestão dessa política nacional.

O integrante do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), Francisco Dalchiavon, salientou que é preciso fazer mudanças no modelo de produção agrícola para implementar a agroecologia e citou elementos que não podem faltar à política e ao plano em construção. “Tem cinco instrumentos de política agrícola que são fundamentais para implementar esse novo sistema que é a terra, o crédito, a assistência técnica, o seguro e o preço. Esses instrumentos de política agrícola são fundamentais para levar em frente um sistema dessa natureza”, disse.

A ministra Meio Ambiente, Izabella Teixeira, que participou da cerimônia, citou a importância de se produzir alimentos usando menos agrotóxicos e preservando o meio ambiente. “É preciso mostrar à sociedade brasileira que podemos implementar a produção de alimentos protegendo o meio ambiente, desde a questão da água até o uso excessivo de agrotóxicos. É importante investir em tecnologias menos tóxicas e também buscar a produção mais orgânica de alimentos”.

O alto custo dos produtos orgânicos para o consumidor final também foi discutido. Para Francisco Dalchiavon, será preciso garantir incentivos financeiros do governo, como crédito mais acessível e assistência técnica eficiente, para que os orgânicos cheguem mais baratos às prateleiras dos supermercados. “O custo de produção se torna mais caro em função da maior utilização de mão de obra e o agronegócio tem grandes incentivos fiscais. O estado tem que ajudar a construir esse novo sistema”.

A Comissão Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica, instalada hoje, será integrada por quatorze representantes do governo e outros quatorze de entidades da sociedade civil. A Política Nacional de Agroecologia e Produção Orgânica define como produção de base agroecológica aquela que busca otimizar a integração entre capacidade produtiva, uso e conservação da biodiversidade, eficiência econômica e justiça social. Já o sistema orgânico de produção é definido, entre outros itens, pela oferta de produtos saudáveis isentos de contaminantes.

Agência Brasil

A SITUAÇÃO DOS TRANSGÊNICOS NOS ESTADOS UNIDOS: aumento incontrolavel de uso de venenos.


Entre 1996 e 2011 os cultivos transgênicos resistentes a herbicidas elevaram em 239 milhões de kg o uso desses produtos nos EUA, segundo dados compilados por Charles Benbrook, pesquisador do Organic Center. Esse valor inclui soja, milho e algodão modificados. Os Estados Unidos têm a maior área cultivada com sementes transgênicas no mundo.
A análise de Benbrook relativa às implicações da adoção em larga escala dos cultivos transgênicos nos EUA foi apresentada recentemente numa conferência na Alemanha e põe em xeque a propaganda da indústria, que alega redução no uso de venenos.
O uso de glifosato na soja Roundup Ready aumentou de 0,77 para 1,75 kg/ha entre 1996 e 2011. O uso de outros herbicidas na soja RR diminuiu de 0,22 para 0,13 kg/ha.
O uso total de herbicidas na soja RR subiu de 1,00 para 1,89 kg/ha. No mesmo período, o uso total de herbicidas na soja convencional teve redução de 1,33 para 1,08 kg/ha.
Em 1996, a soja RR usava 0,33 kg/ha a menos de herbicida do que a soja convencional. Já em 2011 essa relação inverteu-se, passando a soja RR a usar 0,82 kg de herbicidas a mais por hectare, segundo Benbrook, que baseia suas análises em dados oficiais como os do Departamento de Agricultura dos EUA. No mesmo período, o consumo de herbicidas também aumentou nas culturas de milho (+ 0,46 kg/ha) e algodão (+ 0,97 kg/ha) geneticamente modificados para tolerância a esses produtos.
No caso das culturas Bt (que produzem uma toxina em suas células), sua adoção permitiu uma redução de 56 milhões de kg de inseticidas entre 1996 e 2011. No cálculo geral, as sementes transgênicas acarretaram aumento de 183 milhões de toneladas no uso de agrotóxicos [No Brasil, as sementes Bt recém-lançadas pelas empresas são também tolerantes a herbicidas].
A adoção dessas sementes tem levado a um acelerado desenvolvimento de plantas espontâneas resistentes ao glifosato. Cerca de 5,6 milhões de hectares dos EUA registram ocorrência dessas plantas, que já somam 22 espécies, sendo que algumas delas expressam resistência a mais de um ingrediente ativo. A “solução” apresentada pelas empresas segue na linha do “mais do mesmo”. Visa manter ascendente a curva das vendas de agrotóxicos por meio do lançamento de variedades resistentes a produtos como o 2,4-D, dicamba, glufosinato de amônio e outros.
Mesmo sem o uso comercial de transgênicos resistentes ao 2,4-D, o produto é o que tem o maior número de registros de prejuízo a culturas sendo investigados pelas secretarias estaduais de agricultura nos EUA. Estudos mostram que a exposição ao 2,4-D está ligada a problemas reprodutivos, aborto espontâneo, defeitos de nascimento e linfoma non-Hodgking.
Mesmo assim, o Brasil ainda usa mais agrotóxicos do que os Estados Unidos.
MECA

Brasileiros preocupam-se mais com questões sociais, do que com meio ambiente


As questões sociais preocupam bem mais o brasileiro do que as questões ambientais, aponta pesquisa do Programa Água Brasil, apresentada hoje (28) durante a Reviravolta Expocatadores 2012, na capital paulista. Temas como aquecimento global, acúmulo e descarte inapropriado de resíduos e contaminação de rio e mananciais são apontados como principais problemas por apenas 7% dos entrevistados. O estudo sobre o nível de consciência da população sobre práticas sustentáveis foi encomendado ao Ibope.

Quando questionados sobre os três principais problemas que afetam o país atualmente, os temas mais recorrentes aos entrevistados foram saúde (70%), desemprego (53%), fome (50%), corrupção (42%) e educação pública (39%). Temas relacionados ao meio ambiente ficaram em penúltimo lugar, perdendo apenas para o item economia global, que foi citado por 2% dos entrevistados. Participaram do estudo 2.002 pessoas em todas as capitais e mais 73 municípios, em novembro do ano passado.

Para o coordenador de Programa Educação para Cidades Sustentáveis da organização WWF Brasil, Fábio Cidrin Gama, os resultados indicam que será necessária uma grande sensibilização para mudar a atitude do brasileiro em relação ao tema, especialmente no momento em que o país se organiza para implementar a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS). “A pesquisa mostra que há esperança, mas para essa mudança. A gente vai ter que sensibilizar muito toda a sociedade para que as pessoas assumam [a destinação correta do lixo] como um hábito e um dever de cidadão”, destacou.

Gama aponta que um dos aspectos mais positivos da pesquisa é a disposição do brasileiro em participar da coleta seletiva. Por outro lado, ele lamenta que ainda haja muito desconhecimento sobre a destinação correta do lixo e sobre o papel que cada um deveria cumprir nesse processo. “Em relação ao símbolo da reciclagem, os brasileiros acham simplesmente que tendo aquele símbolo o material vai ser reciclado”, declarou. O coordenador destaca que para haver o reaproveitamento do resíduo ainda são necessárias muitas etapas, como a própria separação a ser feita pelo consumidor.

A pesquisa mostra também que o brasileiro está disposto a assumir outras atitudes sustentáveis, além da coleta seletiva. Cerca de 34% dos entrevistados declararam que abririam mão de determinados produtos mesmo que interferisse na sua comodidade. Percentual semelhante (33%) passaria a exigir aos fabricantes soluções com intuito de que o produto tivesse menor impacto no meio ambiente. Ainda é baixo, no entanto, a quantidade de pessoas (23%) que não comprariam materiais que não fossem recicláveis ou reutilizáveis.

Para Severino Lima Júnior, membro do Movimento Nacional de Catadores de Rua (MNCR), a pesquisa destaca o papel do catador de rua na cadeia de reciclagem no Brasil, já que 26% dos entrevistados apontam que eles são os responsáveis pela coleta seletiva. Para metade (50%), ela é feita pelas prefeituras e 12% apontam as cooperativas. “Isso mostra que o modelo adotado no país tem potencial para ser mais exitoso do que outros formatos faraônicos, defendidos por alguns, como a participação de grandes empresas de reciclagem”, defende.

Agência Brasil

Casa da Moeda é multada por despejo de resíduos sem tratamento


A Casa da Moeda do Brasil (CMB) foi multada em R$ 860 mil por danos ao meio ambiente. De acordo com o Instituto Estadual do Meio Ambiente, a CMB fez despejos de resíduos sem tratamento no Canal de São Francisco, descumprindo termo de licenciamento ambiental. O canal passa pelo Parque Industrial de Santa Cruz, bairro da zona oeste da capital fluminense.

A Casa da Moeda informou, por meio de nota, que está providenciando um novo sistema de tratamento que atenda ao crescimento da produção da fábrica. “O processo já foi licitado, com contrato assinado, e a previsão para a conclusão das obras e a operação do sistema é no primeiro semestre de 2013”. A CMB disse ainda que contratou, em caráter emergencial, uma empresa para tratar os efluentes e adequá-los à legislação vigente até o funcionamento do novo sistema.

Para a presidenta do Inea, Marilene Ramos, as medidas adotadas pela Casa da Moeda funcionam como atenuante, mas não evitam a aplicação da multa. “Essas medidas não descaracterizam o dano ambiental que eles provocaram. O que poderá ser feito, é que eles podem propor um termo de ajustamento de conduta, onde parte desse valor seja convertido em serviços ambientais," disse.

O Inea informou que a CMB ainda pode entrar com um pedido de impugnação para reconsiderar o valor da multa. Mas se for indeferido, terá que quitá-la no prazo de 15 dias.

Agência Brasil