sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

China empresta mais dinheiro à América Latina que Bird, BID e EUA


A China emprestou em 2010 um total de 37 bilhões de dólares à América Latina, mais que os 30 bilhões de dólares dados juntos por Banco Mundial (BM), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Banco Export-Import dos Estados Unidos, segundo um relatório divulgado nesta quinta-feira.
Em 2010, o Bird emprestou 13,9 bilhões de dólares, o BID em torno de 12 bilhões e o Export-Import americano 4 bilhões de dólares, segundo os relatórios anuais dessas entidades.
O Bird emprestou nos últimos seis anos 53 bilhões de dólares à região, e o BID 67 bilhões de dólares, enquanto a China colocou 75 bilhões no mesmo período, segundo o documento divulgado pelo centro de análise americano Diálogo Interamericano.
As duas principais instituições chinesas para o financiamento exterior são o Banco de Desenvolvimento e o Banco Export-Import China, que não divulgam montantes exatos de seus empréstimos por regiões, pelo que os especialistas do Diálogo Interamericano tiveram de obter dados a partir de fontes locais.
"Diferentemente dos dados de comércio na base das Nações Unidas, não há dados confiáveis de investimentos ou empréstimos chineses na região", explicou o estudo.
"Nossa melhor estimativa de compromissos chineses de empréstimos é de 75 bilhões de dólares", afirmam os especialistas, que ressaltaram que 91% desse montante foi para Venezuela, Brasil, Argentina e Equador.
Os créditos são dirigidos na maior parte das vezes aos setores de matérias-primas e a empresas com capital chinês que estão presentes nesses países.
As taxas de juros dos bancos chineses são mais onerosas que as do Bird e do BID, mas os empréstimos contêm significativamente menos condicionantes trabalhistas ou ambientais, em especial quando comparados ao Banco Export-Import de Estados Unidos.
Especialmente para Venezuela e Equador, o financiamento chinês é interessante diante das dificuldades desses países para conseguir empréstimos de instituições multilaterais, com as quais mantém diversas querelas judiciais.
Ao mesmo tempo, o estudo adverte que a ajuda financeira chinesa é em média exagerada ou não cumprida em sua totalidade nos países em desenvolvimento. 

Agência Brasil

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