domingo, 13 de abril de 2014

Desigualdades, aumento populacional e mudanças climáticas podem levar planeta a um colapso


Estudos divulgados recentemente pela Nasa e pelo Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) apontam que o planeta Terra está em perigo e os motivos não são novidade: mal uso dos recursos naturais, aumento populacional extremo e até mesmo a desigualdade social é apontada como fator que está contribuindo para um colapso do planeta azul.

O estudo da Nasa foi baseado em um modelo desenvolvido por Safa Motesharrei, um matemático da Universidade de Maryland (Estados Unidos), que ao estudar ciências ambientais e sociais conclui que a modernidade não vai livrar o homem do caos, mas o contrário. Motesharrei alerta que o fim pode acontecer pela “falta de controle de aspectos básicos que regem uma civilização, como a população, o clima, o estado das culturas agrícolas e a disponibilidade de água e energia”.

Dentro da questão econômica, a problemática da desigualdade social tem lugar de destaque. Isso porque quanto maior a desigualdade, maiores as chances de acontecer um desastre. “A diferença entre as classes sociais pauta o fim dos impérios há mais de cinco mil anos”, revela a pesquisa.

Ainda no campo da economia, com o desenvolvimento tecnológico, agricultura e indústria registraram aumento nos últimos 200 anos e as demandas também cresceram. Hoje, se todos adotassem o estilo de vida dos estadunidenses seriam necessários cinco planetas para suprir as necessidades da população. Por estes fatores Motesharrei acha difícil evitar o colapso.

As mudanças climáticas também estão no centro deste debate. O ‘Relatório sobre Impactos, Adaptação e Vulnerabilidade às Mudanças Climáticas do IPCC’, apresentado no dia 31 de março no Rio de Janeiro (Sudeste do Brasil) mostra que as mudanças já observadas em locais como a América do Sul e a América Central colocam as regiões em risco de desabastecimento, que poderá afetar residências, indústrias, agricultura e até mesmo a geração de energia elétrica.

Na América do Sul e Central a energia hidrelétrica é a principal fonte de energia renovável, correspondendo a 60% de suas matrizes energéticas, enquanto em outras regiões essa contribuição é, em média, de 20%.

As Américas em questão contam com boa disponibilidade de água, mas este recurso é mal distribuído. Com a redução das chuvas um setor fortemente afetado será o da produção de alimentos. No Nordeste do Brasil deverá cair o rendimento de culturas de subsistência como feijão, milho e mandioca. Também serão prejudicados os cultivos de trigo e arroz, que são a base da alimentação das populações de países em desenvolvimento.

Segundo projeções do relatório, até o ano de 2040 será necessários elevar em, no mínimo, 70% a produção mundial de alimentos para atender à demanda, e a América do Sul e a África são as únicas regiões que dispõem de terras agriculturáveis disponíveis para atender parte dessa demanda.

Mas nem tudo está perdido. A pesquisa da Nasa aponta que o fim da civilização ainda pode ser evitado, desde que sejam promovidas importantes mudanças, como o controle da taxa de crescimento populacional, a diminuição da dependência dos recursos naturais e uma distribuição mais igualitária destes bens.

Adital

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