sábado, 22 de junho de 2013

Pólen da Mata Atlântica pode ajudar a prever impacto climático, diz estudo


Pesquisadores das universidades de São Paulo (USP) e de Edimburgo, na Escócia, estudam mais de 140 tipos de pólen de árvores e ervas preservados em sedimentos do fundo de lagos da Mata Atlântica para entender o impacto que as mudanças climáticas do passado tiveram no ambiente.

Eles também querem analisar o que pode vir a ocorrer com a flora da região.

O estudo sugere que, nos últimos 7 mil anos, a região da Mata Atlântica em Linhares, no Espírito Santo, passou a ter verões cada vez mais chuvosos e invernos mais secos, o que tem levado à mudanças nos tipos de planta encontrados nessa região.

Os cientistas chegaram a esta hipótese ao estudar gêneros de pólen que podem sobreviver por milhares de anos.

As mudanças no regime do verão podem ter ocorrido por uma alteração no eixo de rotação da Terra, que acontece a cada 20 mil anos e afeta o clima do planeta, sugerem os pesquisadores. Isso resultou no desenvolvimento de um microlima específico na Mata Atlântica, o que pode ter criado um "refúgio" de floresta antiga, aponta o estudo.

"As descobertas ajudam a explicar a presença de muitas espécies raras na área estudada e poderiam ajudar a prever como as florestas vão mudar no futuro", afirma a instituição de ensino escocesa, em nota oficial.

Os antigos grãos de pólen "nos permitem revelar os segredos do passado e poderiam nos ajudar a prever como esta região vital [próxima a Linhares] vai reagir no futuro. Nosso estudo mostra como as plantas reagiram às mudanças nas condições e eu espero que agora possamos montar uma defesa para a maior proteção destes ecossistemas preciosos", disse o pesquisador Álvaro Buso Júnior, da Universidade de Edimburgo, em entrevista à instituição.

G1 Ciência

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